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Perfil empreendedor: conheça as principais características
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Empreendedorismo e cooperativismo têm tudo a ver. A estrutura bem definida das cooperativas pode ser um alicerce para um ambiente de ideias inovadoras e para o surgimento de soluções à frente do mercado. Por isso, cooperados e dirigentes podem - e devem - ser empreendedores! Ter um perfil empreendedor é um grande trunfo nos negócios. Seja iniciando sua própria cooperativa em conjunto com outras pessoas ou colaborando com ideias para uma organização já estabelecida, indivíduos com perfil empreendedor agregam muito para a perenização e a competitividade das cooperativas. Mas o que constitui um perfil empreendedor? Confira neste texto as principais características desejáveis e fundamentais para quem deseja empreender, no cooperativismo ou em qualquer tipo de negócio. 8 características do perfil empreendedor O perfil empreendedor é composto por uma série de características importantes para identificar oportunidades de negócios, inovar e, sobretudo, agir - mas com planejamento. Confira essas oito habilidades que compõem o perfil empreendedor! 1. Iniciativa Ter boas ideias é elementar para qualquer empreendedor, porém mais importante que isso é colocá-las em prática. De nada adianta pensar em um negócio inovador ou em uma solução adequada ao mercado, mas guardar esse plano no mundo das intenções e não materializar seu possível impacto. Iniciativa também está relacionada à constante busca por compreender o mercado no qual sua cooperativa está inserida ou deseja atuar. Um olhar atento e consistente ajuda na identificação de oportunidades em nichos inexplorados. 2. Visão Algo que parece intangível, mas não é nada abstrato. Uma pessoa com visão empreendedora é alguém que pode transformar qualquer boa ideia em um negócio, é capaz de agir com rapidez e sempre parece à frente do restante do mercado. A visão empreendedora ajuda a encontrar e destacar o diferencial de seu produto, serviço ou experiência em relação à concorrência. Não necessariamente toda ideia traz algo totalmente novo, mas ela precisa carregar consigo distinções que a tornem única. Uma visão apurada é capaz de trabalhar em cima disso, muitas vezes promovendo ajustes no projeto antes de ele chegar ao mercado. 3. Planejamento Executar ideias e enxergar o mercado é importante, mas nada disso vai para a frente sem planejamento. Uma pessoa com perfil empreendedor precisa ser organizada, calcular gastos e riscos e gerenciar a própria rotina. É preciso encarar as questões com perspectiva abrangente, atenta a todos os aspectos do seu negócio. Planejar-se é fundamental para qualquer pessoa em posição de liderança: é a munição necessária para colocar qualquer projeto em prática e lidar com adversidades e crises. 4. Persistência Muitas vezes, uma pessoa com visão, iniciativa e planejamento empreende, mas não obtém o sucesso esperado. O mundo dos negócios é altamente competitivo e diferentes fatores podem causar falhas. Entretanto, alguém com perfil empreendedor não desiste nesse momento. A persistência é fundamental para qualquer empreendedor. Quem pretende transformar suas ideias em negócios precisa lidar com dificuldades – cedo ou tarde elas virão – e aprender com elas, transformando erros do passado em lições para um futuro próspero. Diante de problemas, uma pessoa com perfil empreendedor busca soluções, utilizando seu repertório de mercado, sua visão e seu planejamento. É necessário ter comprometimento ao resolver as questões e não prometer aquilo que não se pode cumprir. 5. Autoconfiança Empreender exige diferentes tipos de interação: com colaboradores, outros cooperados, parceiros, potenciais clientes. Para lidar com tantas demandas diferentes, é preciso desenvolver a habilidade da autoconfiança. A autoconfiança é fundamental na hora de transmitir opiniões. Apresentar seus argumentos com clareza e segurança atribui credibilidade ao que é falado. Isso é especialmente importante no modelo de gestão cooperativista, no qual a interação entre diferentes pessoas constrói uma gestão verdadeiramente democrática e de impacto social. Ser autoconfiante ajuda na construção de networking. Uma pessoa com essa competência possui mais facilidade para se aproximar de clientes, trocar informações com colegas de mercado e construir uma rede de relacionamentos que pode beneficiar seu empreendimento. 6. Liderança Característica associada aos comandantes de grandes empresas mercantis, a liderança também é necessária para um empreendedor. Ser um bom líder torna-se cada vez mais importante à medida que o empreendimento cresce e agrega mais colaboradores e cooperados. Liderar é diferente de ser um chefe. Um bom líder é capaz de se conectar com seus liderados, interagindo com empatia nessas relações. A partir disso, pode motivá-los e conduzir sua cooperativa ao sucesso, disseminando um objetivo comum entre todas as partes. Liderar também não é trazer todas as responsabilidades para si. Isso pode ser necessário por vezes, quando se trata de um micro ou pequeno empreendimento. Mas, especialmente ao se tratar de uma cooperativa, é necessário saber delegar e confiar no trabalho de sua equipe, o que é mais fácil quando há uma cultura corporativa na qual todos estão inseridos. 7. Capacitação Não é por que você alcançou sucesso como empreendedor que deve ficar parado e apostar sempre nas mesmas fórmulas. Uma pessoa com perfil empreendedor sabe que precisa estar em processo constante de aprendizado. Há diversas alternativas, como cursos de especialização e conteúdos multimídias, para se inteirar sobre novidades no ambiente de mercado, administração e liderança. Estudar ajuda na evolução em todas as características mencionadas do perfil empreendedor. Diante de um mundo cada vez mais tecnológico e em constante evolução, é necessário estar sempre disposto a aprender. Métodos e práticas atualizadas contribuem para posicionar seu negócio um passo à frente da concorrência. Para seguir aprendendo temas importantes para gerir a sua cooperativa, confira os cursos do NegóciosCoop! 8. Foco em resultados Outra característica marcante de uma pessoa com perfil empreendedor é analisar seu negócio de maneira racional e objetiva. Esse tipo de líder não se apega a ideias que em sua mente são ótimas, mas não são capazes de materializar resultados positivos sem ajustes. É importante para um empreendedor estar disposto a correr riscos, mas as decisões “fora da caixa” precisam ser baseadas em elementos palpáveis. Projetos que não se convertem em resultados dentro do prazo esperado precisam de alterações. Analisar relatórios, métricas e projeções de mercado é um caminho para tomar decisões embasadas. Conclusão: construindo o perfil empreendedor São diversas as características que constituem um perfil empreendedor. Fica evidente que, por mais que uma pessoa tenha aptidão “natural” para os negócios, ela não vai conseguir sucesso sustentável sem praticar e evoluir constantemente nessas competências. Com boas ideias e vontade de aprender, é possível se desenvolver como empreendedor. O papel de um líder está em transformação, e é fundamental entender esse processo para adequar seu modo de gestão e sua cooperativa à modernidade. Para isso, leia este artigo que preparamos com as as sete características essenciais do líder moderno!
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Não é segredo que vivemos uma era de revolução digital. O acesso cada vez mais facilitado à internet mudou a forma como nos comunicamos, nos informamos e consumimos. O momento é de constante transformação não somente para a humanidade, como também para os negócios, que apostam cada vez mais no e-commerce. Por isso, ter presença digital é fundamental para qualquer organização na atualidade. De acordo com pesquisa da Opinion Box em parceria com a Octadesk, 88% dos consumidores fazem compras online ao menos uma vez por mês, mostrando que o hábito já faz parte da rotina do brasileiro. Se a sua cooperativa tem um e-commerce mas ainda não obtém resultados expressivos, ou não possui uma presença digital significativa, chegou a hora de mudar isso. Conheça cinco tendências e formas de impulsionar suas vendas virtuais. 1. O brasileiro prefere acessar a internet pelo celular Usar smartphones já é mais do que um hábito consolidado para os brasileiros, é uma prioridade. De acordo com a mais recente edição do Relatório Setores E-commerce no Brasil, elaborado pela Conversion, 75,4% dos acessos a comércios virtuais ocorreram pelo celular, sendo 53,3% via navegador mobile. O dado demonstra a força dos smartphones no cenário virtual. Entretanto, esse número isolado não pode orientar todas as decisões para sua cooperativa. É necessário entender a situação de seu mercado de atuação. No ramo de educação, livros e papelaria, por exemplo, o acesso via desktop ainda prevalece (54,4%), de acordo com o mesmo relatório. Já o setor de comidas e bebidas é um dos poucos no qual a alternativa de uso mais comum são os aplicativos (41,2%). E-commerce no mobile Independentemente do nicho de atuação, fato é que o acesso via celular precisa ser levado em consideração atualmente na hora de montar ou aprimorar seu e-commerce. Por isso, é importante investir em uma interface amigável e responsiva – que adapta suas páginas e seus layouts ao tamanho da tela no qual está sendo executada, seja computador, tablet ou smartphone. O mercado percebeu a importância de montar páginas responsivas. Segundo o estudo Perfil do E-Commerce Brasileiro 2024, feito pela BigDataCorp, o índice de e-commerces adaptáveis às diferentes telas saiu de 24,2% em 2017 para 87,54% em 2023, ressaltando os avanços tecnológicos dos últimos anos. 2. SEO: como fazer seu e-commerce ser mais procurado Um aspecto fundamental para qualquer página que deseje chegar a mais pessoas através de mecanismos de busca (principalmente o Google) é o SEO, sigla em inglês para “otimização para motores de pesquisa”. Entender a utilidade e as boas práticas é essencial para melhorar o ranqueamento de seu site. Algo elementar na listagem de qualquer site nos mecanismos de busca é proporcionar uma boa experiência para o usuário. O Google não expõe publicamente todos os critérios de ranqueamento. Entretanto, sabe-se que aspectos como carregamento rápido, responsividade, título e meta-descrição, tags, URL, quantidade e qualidade de backlinks (links que levam a outros sites) e buscas diretas são levados em consideração. Se a estrutura de seu e-commerce já está montada e contempla algumas dessas boas práticas de SEO, uma forma de elevar seus resultados é definindo palavras-chave. Estas são termos e frases que os usuários digitam na hora de buscar mais informações sobre um assunto. Caminhos para ser encontrado Ao escolher as palavras-chave, é importante pensar em termos condizentes àquilo que o seu comércio entrega, o que impulsionará uma melhor taxa de conversão de cliques. Essas palavras ou frases precisam ser exploradas em cada página, mas não é necessário escrevê-las de forma excessivamente repetitiva ou antinatural – mecanismos como o Google têm inteligência para compreender qual o assunto de cada webpage. Direcionar esforços a SEO é uma maneira sustentável de expandir o alcance de seu e-commerce. Há vias mais rápidas, como o pagamento por buscas patrocinadas. Entretanto, o consumidor prioriza lojas com crescimento natural. Segundo a Conversion, 77% dos brasileiros confiam mais em resultados de busca orgânica do que em links patrocinados – que compõem uma estratégia de marketing frutífera, mas devem ser utilizados de forma complementar. A busca orgânica é o segundo canal de tráfego mais prevalente para e-commerces no Brasil, com 26,5% – o primeiro é o acesso direto à loja, com 50,3%. Isso denota como é importante impulsionar práticas de SEO em seu site. 3. Marketing digital: a presença de seu e-commerce nas redes As redes sociais fazem parte da rotina do brasileiro. Segundo a pesquisa “Brazil Consumer Expectations of Mobile App Security”, elaborada pela Appdome com a Open Worldwide Application Security Project, o segmento de aplicativos mais popular no país é justamente o de redes sociais e relacionamento. Portanto, se tantos potenciais clientes estão lá, é essencial que seu e-commerce também se faça presente. Uma forma de tornar sua cooperativa mais conhecida nas redes é através de conteúdos patrocinados. Investir em redes sociais ajuda não somente no alcance, como também no melhor conhecimento sobre seu público. Com informações sobre os usuários que clicam em seus anúncios, é possível traçar um perfil detalhado de quem são os clientes e elaborar estratégias de marketing a partir disso. A pesquisa da BigDataCorp aponta que 75,67% dos e-commerces brasileiros têm um ou mais perfis em redes sociais, número que vem em ascensão desde 2019. Social commerce As redes sociais também são um meio de troca de informações sobre produtos e serviços. De acordo com a Opinion Box, 66% dos consumidores afirmam realizar pesquisas nesses espaços antes de realizar uma compra. O Instagram se destaca nesse comportamento, com 72%. O perfil de seu e-commerce pode ser uma plataforma para divulgação de reviews de consumidores. Tal estratégia funciona como um “marketing boca a boca” virtual, atribuindo credibilidade à sua loja. Produzir conteúdos originais para redes é outro caminho de crescimento de marca. Posts relevantes podem gerar engajamento e chegar a mais usuários de forma orgânica, aumentando a base de seu perfil e, consequentemente, de seu e-commerce. 4. A importância da experiência do usuário no e-commerce A necessidade de montar uma página rápida e responsiva já foi mencionada neste texto durante as seções sobre a preponderância do celular e sobre SEO. Entretanto, nunca é demais destacar: a experiência do usuário é decisiva para o crescimento de seu e-commerce. Ela começa com um site amigável. A navegação na loja virtual deve ser simples, com categorizações e descrições de produtos que sejam fáceis de compreender. O processo de compra, da busca ao checkout, precisa ser otimizado, a fim de minimizar desistências. Outra parte fundamental na experiência do consumidor é o atendimento. Preocupe-se em responder o cliente de maneira rápida e eficiente, fornecendo diversos canais para tratar de dúvidas ou reclamações. O WhatsApp, aplicativo mais baixado no Brasil segundo a Opinion Box, é uma alternativa de comunicação simplificada. Transformar um potencial cliente em um comprador na sua loja é uma longa jornada. Entretanto, há outra jornada tão importante quanto: a fidelização. E, para alcançar esse objetivo, deve-se proporcionar uma experiência amigável ao consumidor. 5. Explore ferramentas do Google Sabe-se que o Google é o principal mecanismo de buscas virtuais no mundo. Entretanto, a marca vai muito além disso. A big tech fornece diversas ferramentas que podem ajudar seu comércio a impactar mais usuários. Uma delas é o Google Ads. O serviço permite que você crie e customize anúncios pagos para sua cooperativa, destacando-a no próprio site do Google ou em outras plataformas, como YouTube e Google Play. Também é possível traçar metas e analisar resultados dentro dessa ferramenta. Outra possibilidade é o Google Analytics. Lá é oferecida uma visão detalhada sobre o desempenho do seu site, com informações sobre tráfego, comportamento dos visitantes, entre outras. Esses dados ajudam no aperfeiçoamento de sua estratégia digital. Para saber como seu site está ranqueado nas buscas, recorra ao Google Search Console. Essa ferramenta permite que você envie sua webpage ao Google, caso ela ainda não tenha sido rastreada, e alerta sobre problemas de SEO. Conclusão A revolução digital segue em curso, mas seus impactos já são evidentes para qualquer cooperativa. A presença digital é um fator no mundo dos negócios na atualidade. Fazer seu e-commerce crescer é uma tarefa fundamental para alcançá-la, e isso é possível através de boas práticas, conhecimento do mercado e investimento em aspectos técnicos do site. Por mais que vivamos em um mundo digital, isso não quer dizer que todo o mercado esteja realmente inserido nesse movimento. Segundo levantamento da Data-Makers em parceria com a CDN, 77% dos negócios brasileiros não têm cultura de inovação. A pesquisa mostra ainda que 62% dos líderes se declaram despreparados para lidar com as transformações tecnológicas. Apostar na otimização de seu e-commerce é uma forma de quebrar essa tendência. Faça você a diferença para sua cooperativa, adeque sua loja virtual às diferentes demandas contemporâneas, monitore as tendências de mercado e alavanque as vendas! E para se aprofundar no tema, confira nosso e-book sobre como vender pela internet!
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Após duas semanas de debates entre representantes dos países-membros da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 29 (Conferência das Partes) realizada em Baku – Azerbaijão, terminou no último domingo (24). Demorou, mas o objetivo principal foi alcançado: um novo acordo pelo financiamento climático. O evento chegou a receber a denominação de “COP do Financiamento” por conta da necessidade latente de avanços nessa pauta. Houve progresso, mas ele culminou em um acordo que deve voltar a gerar debates nos próximos anos. O financiamento climático é uma das questões fundamentais que marcaram a COP29 e que afetarão os planos globais de combate ao aquecimento global. Confira a seguir temas que podem impactar o seu negócio, o cooperativismo e o Brasil no futuro. 1. Acordo por financiamento climático demorou, mas saiu na COP29 Os representantes de suas nações enviados a Baku sabiam o tema sobre o qual mais se debruçariam durante a COP29: o financiamento climático. Os países desenvolvidos, historicamente responsáveis por maiores quantidades de emissões de carbono, precisam disponibilizar recursos para que nações em desenvolvimento cresçam sem aumentar as suas emissões. As quantias e o formato de concessões, no entanto, motivam debates. A resolução que era para ter sido alcançada até sexta (22), último dia oficial da COP29, só foi concretizada na manhã de domingo (24) no horário local. Após expectativas em relação ao rascunho inicial, definiu-se que os países desenvolvidos devem colaborar com U$ 300 bilhões anuais. A quantia é superior em relação aos U$ 100 bilhões estabelecidos anteriormente, mas está abaixo do valor de U$ 1,3 trilhão pleiteado por nações em desenvolvimento. Essa quantia de U$ 1,3 trilhão aparece em outra parte do acordo firmado. Ela foi colocada como meta anual a ser alcançada até 2035. Metas e incertezas O texto da Nova Meta Quantificada Coletiva (NCQG, sigla em inglês) deixa questões em aberto. Não há especificação sobre de onde virá o valor atribuído aos países desenvolvidos. O documento cita uma “variedade de fontes públicas e privadas, bilaterais e multilaterais” para ações de mitigação ambiciosas e significativas, com transparência na implementação. Ao não especificar questões como essa – e não cumprir a demanda de nações em desenvolvimento que esperavam um aporte trilionário –, o documento abre margem para novas discussões no futuro. O palco destes debates pode ser o Brasil, uma vez que Belém sediará a próxima edição da COP, em 2025, uma reunião que terá a missão de aprofundar-se em pautas essenciais para os planos globais. Outra incerteza que cerca o tema é a presença dos Estados Unidos entre os financiadores climáticos. Com a eleição de Donald Trump, que assumirá a presidência em 2025, há a expectativa de que o país deixe o Acordo de Paris – como ocorreu em seu primeiro mandato –, o que o retiraria de pactos internacionais e faria as outras nações desenvolvidas assumirem maiores fatias dos U$ 300 bilhões anuais. 2. Acordo firmado na COP29 viabiliza discussões sobre NDCs A determinação de diretrizes para o financiamento climático através de um acordo na COP29 era fundamental para os planos em escala global, alinhando as nações no combate à crise climática. A NCQG ainda cumpre outro papel importante: direcionar debates internos sobre metas nacionais. Assim sendo, 2025 é o ano no qual os signatários do Acordo de Paris atualizarão suas NDCs (sigla em inglês para Contribuição Nacionalmente Determinada). Neste novo documento, cada país anunciará suas metas para redução de emissões de gases do efeito estufa até 2035, sempre visando progredir em relação às marcas anteriores. O objetivo é que cada nação faça sua parte para limitar o aquecimento global a 1,5ºC. Com um acordo de financiamento climático firmado na COP29, países que necessitam de aporte estrangeiro para adotar projetos verdes poderão avançar nas discussões nacionais. O aumento nos recursos disponíveis pode impulsionar metas mais ambiciosas para 2035. Brasil na vanguarda O Brasil se antecipou e apresentou sua nova NDC neste mês, durante a COP29. O país se comprometeu a reduzir suas emissões de gases do efeito estufa entre 59% e 67% até 2035, na comparação com os níveis de 2005. O objetivo, portanto, segue sendo a neutralidade climática até 2050. Além disso, o documento incentiva a substituição de combustíveis fósseis e promete priorizar a preservação de biomas nacionais. O impacto desses compromissos ainda não é conhecido para campos econômicos específicos. De acordo com o governo brasileiro, metas setoriais serão definidas no Plano Clima, projeto a ser elaborado em 2025 com participação da sociedade civil. Desse modo, a discussão direcionará políticas públicas e ajudará a nortear as ações sustentáveis do mercado. 3. Mercado de carbono em expansão Antes de as discussões sobre financiamento climático engrenarem no Azerbaijão, a COP29 estabeleceu diretrizes sobre um tema que estava travado há algumas edições: o mercado de carbono. Com a definição de pontos em aberto que existiam no Acordo de Paris, foram aprovadas regras para a criação de um mercado internacional. O novo mercado voluntário deve ser implementado em 2025. O Supervisory Body Mechanism (SBM) será o órgão responsável por gerenciá-lo. O mecanismo estabelecido no Artigo 6.4 será responsável por gerar os créditos comercializados por instituições privadas e públicas. Os desenvolvedores de projetos previstos neste mercado serão obrigados a avaliar riscos ambientais e identificar como eles se encaixam nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). O Artigo 6.2, também ‘destravado’ na COP29, regula acordos bilaterais entre nações. Grandes emissores de carbono poderão alcançar suas NDCs através da compra de créditos com países que excedem suas próprias metas. A discussão do mercado de carbono está intimamente associada ao financiamento climático. A ONU prevê que esse setor pode movimentar U$ 1 trilhão por ano até 2050, e que possui capacidade de reduzir em até U$ 250 bilhões o custo para a implementação de planos climáticos. Regulação brasileira Simultaneamente à criação do mercado de carbono internacional, o tema também teve avanços importantes em âmbito nacional. O PL 182/2024 foi aprovado pelo Senado e pela Câmara, aguardando somente sanção presidencial para se tornar lei. O modelo proposto no projeto prevê que atividades com emissões superiores a 10 mil toneladas de CO2 por ano deverão enviar plano de monitoramento ao órgão regulador, e empresas ou pessoas físicas com emissões acima de 25 mil toneladas de CO2 ficam sujeitas a sanções e multas. Já as organizações que capturam ou neutralizam carbono podem rentabilizar suas iniciativas verdes. Com progressos importantes no Brasil e no mundo, este é o momento ideal para projetos de créditos de carbono florescerem. A regulamentação promete abrir portas e aumentar a demanda por iniciativas de preservação ambiental. Nesse cenário, já até existem exemplos prósperos dentro do cooperativismo, mas o setor pode fazer ainda mais para rentabilizar a sua inerente preocupação com o planeta. 4. Transição energética: a discussão que não aconteceu na COP29 A COP28, realizada no ano passado nos Emirados Árabes Unidos, foi histórica. Pela primeira vez, os países entraram em acordo sobre a necessidade de conduzir uma transição energética para reduzir o uso de combustíveis fósseis. Um marco importante para as COPs, mas que não se estendeu de maneira firme à edição do Azerbaijão. O assunto transição energética não foi pauta de destaque nas discussões em Baku e nem foi mencionado na NCQG. A economia do país-sede desta edição da COP depende do petróleo, seu principal produto de exportação. Dessa forma, caberá a outra nação a tarefa de conduzir o debate por ações de transição energética, e esse papel pode ficar justamente com o Brasil, próxima nação a receber a COP. Assim como o resto do mundo, o Brasil ainda precisa avançar na renovação de sua matriz energética. Todavia, pode-se dizer que já possui a infraestrutura necessária para se tornar uma referência no tema. De acordo com índice do Fórum Econômico Mundial, o Brasil é o 12º país mais avançado do planeta no processo de transição, e lidera o ranking entre os não-europeus. O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou neste ano sua Política Nacional de Transição Energética. O projeto unifica as diferentes políticas governamentais com o intuito de renovar a matriz e, simultaneamente, fortalecer a economia com geração de novos empregos. O país já se destaca internacionalmente por seu compromisso de longo prazo com a energia hidrelétrica e com os biocombustíveis, além de avançar em outras fontes amigáveis ao meio ambiente. Cooperativismo brasileiro é destaque Nesse sentido, ações governamentais não são as únicas que evidenciam o caráter vanguardista do Brasil. Cooperativas também têm se destacado por investimentos em transição energética. Cooperativas como a Frimesa, a Cogran e a CCampo apostam em geração de energia através de biogás, usinas solares e outras fontes renováveis, inovando e colaborando para o objetivo nacional de reformulação da matriz. A COP30 será um momento para promover a integração global na transição energética, levando mais países à direção que o nosso planeta precisa. Apresentar projetos sustentáveis, uma tradição já consolidada do cooperativismo brasileiro nas COPs, pode mostrar caminhos viáveis de transição e estimular a busca por fontes renováveis. Conclusão: resultados da COP29 A COP29 trouxe avanços concretos aos planos globais de combate à crise climática, especialmente no campo do financiamento e do mercado de carbono. Entretanto, seu legado ainda está em desenvolvimento. Questões como as abordadas neste texto ainda serão pauta na COP de Belém e provavelmente em muitas outras, influenciando diretamente o futuro do planeta. O mercado é altamente impactado pela crise climática, lida com suas consequências e é cobrado por medidas efetivas. Para saber como sua cooperativa pode se posicionar diante desse contexto, leia este artigo do NegóciosCoop que detalha possibilidades de ações concretas que uma organização pode tomar em prol do meio ambiente.
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Em meio à agenda ESG, a sustentabilidade se tornou um fator de competitividade para os negócios. No entanto, os consumidores não se satisfazem apenas com comunicação: é preciso mostrar que a cooperativa leva a sustentabilidade a sério. Portanto, produzir um relatório de sustentabilidade é uma solução para divulgar suas atitudes ESG. Um relatório de sustentabilidade é um documento no qual empresas comunicam ao público seu desempenho em aspectos ambientais, sociais e de governança. É outra forma mais abrangente de prestação de contas, separada dos tradicionais balanços financeiros. A produção de um relatório de sustentabilidade não é obrigatória. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou em outubro de 2023 a Resolução 193, documento que inclui diretrizes para as organizações que, de forma voluntária, decidirem levar a público suas medidas ESG. As normas são baseadas no padrão internacional emitido pelo International Sustainability Standards Board (ISSB). Na União Europeia, os relatórios de sustentabilidade tornaram-se obrigatórios a partir deste ano. O bloco econômico adotou as diretrizes estabelecidas pelo European Sustainability Reporting Standards (ESRS). Elas são similares às da ISSB, com o intuito de evitar que grandes empresas europeias precisem elaborar documentos diferentes para divulgação em outras partes do planeta. Se no Brasil ainda não há obrigatoriedade de divulgar este balanço, por que então investir recursos em sua produção? Vamos conferir neste artigo. Boa leitura! 4 motivos para sua cooperativa fazer um relatório de sustentabilidade Produzir um relatório de sustentabilidade é uma ótima maneira de comunicar, aprimorar e amadurecer iniciativas ESG. Veja quatro razões para sua cooperativa fazê-lo! 1. Melhorar a própria gestão Um relatório de sustentabilidade pode ser uma ferramenta para a cooperativa melhorar sua própria gestão. Com informações sobre impacto ambiental, respeito às normas trabalhistas, ações de inclusão e outros em mãos, a cooperativa pode tomar medidas para melhorar sua eficiência operacional. Outro ponto nesse sentido é que os relatórios de sustentabilidade amplificam a compreensão acerca dos riscos e das oportunidades de mercado. Assim, a cooperativa consegue se posicionar de forma proativa diante de novas regulamentações socioambientais, tendências e desejos de seu público. Com mais detalhes, é possível traçar estratégias mais precisas. 2. Acesso a capital e mercados Não são apenas os consumidores que avaliam o impacto ESG de empresas para tomar decisões. Os investidores levam em consideração aspectos ambientais, sociais e de governança ao alocar recursos, especialmente aqueles que buscam ganhos estruturados e a longo prazo. Dessa forma, um relatório de sustentabilidade informativo e adepto às normas internacionais pode atrair capital à cooperativa. Outra forma de captação de recursos é atuar em mercados internacionais, e aí está mais um motivo para que sua cooperativa invista na produção de um relatório de sustentabilidade. É bem verdade que o documento ainda é elaborado de forma voluntária no Brasil. Todavia, a obrigatoriedade já chegou à União Europeia, e a tendência é que mais blocos e países implementem suas próprias regras ao longo dos próximos anos. À medida que países discutem medidas para frear o avanço do aquecimento global e a crise climática no planeta, a expectativa é que as nações avancem, por exemplo, na regulamentação de emissões de gases do efeito estufa. Conhecer previamente a pegada de carbono de sua cooperativa permitirá um plano de ação e poderá evitar a perda de atuação em mercados internacionais. 3. Aspecto social Como já indicado anteriormente neste texto, um relatório de sustentabilidade não é composto somente com dados ambientais da cooperativa. O documento também mensura os desempenhos social e de governança da organização. Em relação ao aspecto social, é daí que vem o “S” da sigla ESG. Ele diz respeito à aderência da organização aos direitos humanos e trabalhistas, além de iniciativas voluntárias para promover equidade e diversidade em âmbitos como gênero, raça e orientação sexual. Também se refere ao envolvimento com a comunidade, conexão direta ao sétimo princípio do cooperativismo. Uma organização com indicadores positivos no âmbito social mostrará ao mercado que está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, as ODS. As 17 diretrizes estabelecidas pela organização são um apelo à comunidade internacional em prol de paz, prosperidade e proteção ao meio ambiente. Há na lista pontos que podem guiar as iniciativas sociais de uma cooperativa, como o 5º (igualdade de gênero) e o 8º (trabalho decente e crescimento econômico). 4. Reputação e transparência Outro motivo pelo qual produzir um relatório de sustentabilidade pode ser positivo para sua cooperativa é a reputação. Estabelecer publicamente a imagem de uma organização preocupada e com ações efetivas em direção à agenda ESG aproxima-a até de outros objetivos já mencionados, como melhorar a governança e atrair investidores. Realizar prestação de contas com informações verificáveis ajuda a estabelecer um ambiente de transparência na cooperativa, tanto internamente quanto para os stakeholders. É necessário que o relatório passe por uma revisão apurada antes de ser publicado, sendo submetido inclusive a auditoria externa. Um relatório de sustentabilidade bem redigido e com indicadores positivos é uma forma de comunicar aos stakeholders os ideais que regem as ações da cooperativa. Como em qualquer processo comunicativo, a emissão pode gerar uma resposta: o feedback interno e externo pode trazer sugestões importantes para melhorias, ajudando na construção de marca de uma cooperativa ambientalmente e socialmente sustentável. Conclusão: a importância de redigir um relatório de sustentabilidade Hoje, a sustentabilidade é um elemento essencial para garantir a perenização dos negócios. No entanto, não basta apenas ficar no discurso: é importante mostrar as iniciativas sustentáveis com transparência. O relatório de sustentabilidade, dessa forma, é uma ferramenta para consolidar e divulgar a adesão da cooperativa à agenda ESG. Caso você não saiba por onde começar, o InovaCoop está aqui para te ajudar! Confira o e-book “Guia Prático: Como relatar práticas de inovação nos relatórios de sustentabilidade”, repleto de dicas e lições sobre a produção desse tipo de documento.
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