Mercado Nacional
Cooperativismo: um modelo de negócios rentável e inovador
O cooperativismo está ganhando cada vez mais espaço no mercado brasileiro e não para de crescer. Segundo dados do AnuárioCoop, produzido pelo Sistema OCB, em 2022, as cooperativas acumularam cerca de R$ 996,6 bilhões em ativos, 27% a mais do que no ano anterior.
Mas não é só no acúmulo de ativos que as cooperativas estão dando resultado! O cooperativismo aumentou R$ 18 bilhões em capital social, atingindo o marco de R$ 80,6 bilhões, e R$ 1,2 bilhões em sobras do exercício, atingindo R$ 37,9 bilhões.
Diante desses números, vemos que o cooperativismo é, sim, um modelo de negócio competitivo e que cresce a cada ano. Vamos, então, entender como o cooperativismo impacta a economia brasileira, e como está evoluindo!
Cooperativismo: um modelo de negócio competitivo
Com tantos números positivos, é evidente que o cooperativismo tem um papel muito importante na economia brasileira. Anos após ano, as coops seguem aumentando seus números e apresentando resultados positivos.
Ainda de acordo com informações do AnuárioCoop, o PIB por habitante em regiões com cooperativas aumentou R$ 5,1 mil. Já quando falamos do aumento do trabalho, a cada 10 mil habitantes, houve um aumento de cerca de 28,4 empregos.
Mas não é só no ambiente nacional que o cooperativismo se mostra como um modelo de negócios competitivo.
Exportação no cooperativismo
O cooperativismo também se mostra rentável e inovador para competir no mercado internacional! Mas, para entrar no mercado de exportação, as organizações precisam ter uma logística excepcional. Fatores como a escolha do modo de transporte, a estratégia de distribuição e o cumprimento das regras de cada país são essenciais.
Em 2022, as cooperativas acumularam mais de R$ 7 bilhões de produtos vendidos ao exterior com o apoio da ApexBrasil. Essa abundância de vendas representa 2,2% de tudo o que foi exportado no Brasil.
A Coopaita, por exemplo, levou a venda de frutas desidratadas a outro nível, ou melhor, para outro país. Enquanto buscava se consolidar no mercado nacional, a cooperativa também não deixou de pensar grande, buscando oportunidades para exportar seus produtos.
Após fazer algumas mudanças, a Coopaita mostrou que está na corrida para ser referência no ramo e firmou algumas parcerias. Com o auxílio do PeiexCoop, o Programa de Qualificação para Exportação de Cooperativas da ApexBrasil, em parceria com o Sistema OCB, a cooperativa se qualificou para exportar seus produtos.
Já a Cocamar é veterana no mercado internacional. A organização, especializada no cultivo de grãos e na concessão de máquinas agrícolas, exporta direta e indiretamente, e possui certificações que a torna ainda mais relevante internacionalmente.
Atualmente, a cooperativa vende seus produtos ao Irã, Japão, Espanha, Coreia do Sul, Vietnã e China. Já para ingressar em novos mercados, a estratégia da Cocamar é marcar presença em países onde o consumo vem crescendo.
Outra cooperativa que exporta há anos é a Coamo. Em meados dos anos 80, a organização se tornou pioneira na exportação de milho e farelo de soja. E para manter essa reputação, a Coamo não deixa de investir na logística e na infraestrutura, na escala de produção e na flexibilidade, ou seja, exporta direta e indiretamente.
Cooperativas fazem negócios com sustentabilidade
Outro foco do modelo de negócio cooperativista é se manter sustentável diante das inovações tecnológicas e mudanças. Para isso, as cooperativas buscam alternativas, como o ESG, governança ambiental, social e corporativa, em português, e a logística reversa.
Como os consumidores se preocupam com o meio ambiente, questões sociais e com a governança corporativa, é essencial que os serviços e produtos das cooperativas se adaptem. E essa mudança pode ser a chave de virada para a exportação.
Priorizando o ESG, o modelo de negócio cooperativista tem acesso a novos mercados, especialmente os que possuem leis rígidas de práticas sociais e ambientais, e ganham credibilidade. Além disso, as cooperativas se diferenciam dos seus concorrentes, apresentando maior vantagem competitiva, atraindo clientes e investidores.
A logística reversa também é uma boa alternativa para fomentar uma economia mais verde e limpa, e lidar com o desperdício. A ideia é que resíduos sólidos sejam coletados, reciclados e reaproveitados. Já os resíduos que não podem ser restituídos são descartados da maneira correta, sem afetar negativamente o meio ambiente.
Essa solução é interessante ao modelo de negócio cooperativista, já que diversas organizações de reciclagem buscam oferecer serviços sustentáveis. Além disso, a logística reversa é uma fonte de renda importante para os catadores.
Fazendo negócios rentáveis e praticando as ODSs
Não é novidade que as cooperativas sempre seguem os princípios cooperativistas e os implementam no dia a dia. As organizações também buscam praticar as ODSs, Objetivos de Desenvolvimento da ONU, quando propõem projetos de inovação e negócios.
O propósito é contribuir para o bem mundial, enquanto avançam no mercado. Vale lembrar que a ONU elencou 17 objetivos que devem ser fomentados e praticados ao redor do mundo – e as cooperativas se esforçam para que isso aconteça.
Um bom exemplo desse fomento no meio cooperativista é a Unicred Ponto Capital. A cooperativa criou a iniciativa Batalhão do Bem, que tem o objetivo de praticar a economia circular. A organização reutiliza resíduos têxteis de fardas e vestimentas descartadas por unidades militares em Santa Maria, Rio Grande do Sul.
Além disso, a Unicred também está focada em oferecer algumas oportunidades de educação e geração de renda para a comunidade local. Confira como a cooperativa contribui para as ODSs:
- Erradicação da pobreza
- Educação de qualidade
- Igualdade de gênero
- Consumo e produção responsáveis
- Parceria e meios de implementação
Já o Sicoob Aracoop é um exemplo de cooperativa que focou em outros dos 17 objetivos da ONU. A organização do ramo crédito financiou a construção da Usina de Energia Fotovoltaica da Associação dos Usuários do Projeto Pirapora (AUPPI).
Desde o início, o objetivo da cooperativa e da organização é firmar um compromisso com a sustentabilidade, enquanto melhoram a qualidade de vida dos associados de ambas as instituições. O Sicoob Aracoop contribui, portanto, com dois objetivos:
- Energia Limpa e Acessível
- Cidades e Comunidades Sustentáveis
Inovação impulsiona modelo de negócio cooperativista
Para continuar relevante, o modelo de negócio cooperativista precisa seguir as exigências do mercado, principalmente quando o assunto é inovação. Aproveitar as tecnologias disponíveis para melhorar o dia a dia dos cooperados, colaboradores e clientes, oferecendo rapidez e eficiência, é o foco das cooperativas.
E para inovar, as organizações podem escolher inúmeros caminhos, desde inovação aberta, até o uso da tecnologia blockchain. Vamos conhecer alguns desses projetos de inovação?
O poder da inovação aberta
O Sicredi, por exemplo, apostou na inovação aberta para resolver desafios. Pensando em se tornar ainda mais digital e focar na inovação, a cooperativa buscou auxílio de fora e encontrou apoio em startups e outras organizações.
A ideia é contar com ajuda especializada para desenvolver e implementar soluções inovadoras. Com essa proposta em mente, o Sicredi criou o programa Inovar Juntos, que promove um ambiente de experimentação, identificando as startups que mais se alinham com a proposta da cooperativa.
Além disso, o Sicredi também participa do hub de inovação AgTech Garage. O propósito da organização é conectar startups, instituições de ensino, produtores rurais e outros atores do ecossistema de inovação à cooperativa.
Já o Sicoob Credicitrus se juntou ao Onovolab para desenvolver um hub de inovação intitulado Onovolab powered by Instituto Credicitrus. O propósito é oferecer um espaço que fomente projetos inovadores e troca de ideias. O espaço, situado em São Carlos, abriga organizações, como Ambev, Cargill, Leroy-Merlin, startups e jovens universitários.
Blockchain como alternativa para negócios cooperativistas
Com o sucesso da tecnologia blockchain, a Minasul criou uma criptomoeda, a Coffee Coin. Diferente de outras que existem no mercado, essa moeda é estável, ou seja, sofre menos com a alteração de preços. A moeda digital equivale a 1kg de café, e essa equivalência é garantida pelo blockchain.
Por conta dessa ligação, é possível retirar a quantidade de café equivalente à quantidade de moedas que o indivíduo possui. Além disso, a criptomoeda pode ser usada como garantia para empréstimos, já que há a emissão de um Certificado de Depósito Agrário após a compra da moeda.
Inovação com impacto financeiro
Algumas cooperativas escolhem usar a inovação para causar um impacto financeiro positivo e melhorar ainda o atendimento aos clientes e cooperados. A Unimed São Sebastião do Paraíso, por exemplo, apostou na automatização do processo de cadastro de beneficiários.
Para aumentar a velocidade do processo e diminuir a quantidade de papel que era usada, a cooperativa observou e analisou modelos adotados por outras organizações para resolver problemas similares. Com toda a equipe engajada, a Unimed foi capaz de implementar o projeto de inovação.
Com ele, a quantidade de papel usado diminuiu em 90% e o tempo gasto no cadastro de beneficiários caiu 50%. Com essa economia, a cooperativa conseguiu realocar os colaboradores para outras áreas mais necessitadas.
Conclusão: o futuro é do modelo de negócios cooperativista
Fica claro, portanto, que o sistema cooperativista se esforça constantemente para oferecer um modelo de negócios justo, rentável e inovador – e que está prosperando. Com incentivos internos e externos, as cooperativas desenvolvem projetos que aumentam cada vez mais sua reputação no mercado.
Como você pôde ver, o coop está em todo o lugar, desenvolvendo inúmeros projetos e iniciativas que fazem o bem e defendem uma economia justa. Pensando em ajudar outras organizações a atingirem esse sucesso, o Sistema OCB desenvolveu o curso Primeira Exportação, que ensina como desenvolver negócios internacionais e exportar produtos.