Para muitos líderes do cooperativismo, a ideia de “conquistar o mundo” é uma grande meta. Ampliar o catálogo de clientes para contemplar também companhias de outros países é, muitas vezes, um divisor de águas para o faturamento de muitas marcas. Por isso, a distribuição internacional vem sendo apontada como uma das principais estratégias de gestão para os próximos anos.

Mas para ter sucesso nessa categoria, é necessário ir um pouco além da força de vontade. É de suma importância que haja um planejamento logístico eficiente, bem como contatos confiáveis e objetivos bem traçados.

A seguir, falaremos um pouco sobre como a distribuição internacional pode ser alcançada por cooperativas e traremos alguns termos que farão parte da rotina de qualquer empreendimento que tenha interesse em globalizar as suas operações. Desejamos uma boa leitura!

Distribuição e operação logística: dicas e boas práticas

Entrar no mercado de distribuição internacional é uma prática ambiciosa, uma vez que trata-se de uma área com altíssima competitividade e com marcas já estruturadas. Ainda assim, essa conquista está longe de ser impossível. Uma ótima forma de acelerar os seus resultados é utilizando boas práticas e dicas de especialistas.

Fatores como a entrega de produtos em boas condições de uso, condizentes com os valores oferecidos e com a qualidade esperada são elementos básicos. Para entregar isso adequadamente, as cooperativas precisam garantir uma logística de distribuição inteligente.

Além disso, é válido procurar otimizar o tempo entre compra e entrega dos produtos, as garantias de abastecimento, a existência de uma infraestrutura, uma rede de apoio com profissionais qualificados e uma frota veicular moderna.

Vamos falar um pouco mais sobre a rotina da distribuição internacional a seguir:

Avalie a carga para definir a estratégia

Antes de tomar decisões de rota, é preciso levar em consideração o que será transportado. Cada tipo de carga exige um cuidado específico, uma vez que itens perecíveis, por exemplo, exigem métodos mais rápidos, enquanto os mais volumosos podem se beneficiar de sistemas mais econômicos. A temperatura do transporte também precisa ser adaptada, uma vez que existem cargas congeladas, por exemplo.

É preciso estudar também o valor e a efetividade no modal: caso a sua carga seja muito cara, pode ser interessante investir em categorias mais rápidas e seguras. Uma boa distribuição internacional exige um trabalho minucioso de avaliação desses elementos.

Escolha o melhor modal para a distribuição

Uma vez que a análise de carga foi feita, é hora de partir para o próximo passo é determinar qual será o modal de transporte utilizado. Aqui, a necessidade da sua cooperativa terá uma enorme influência.

Os principais tipos de modal para distribuição são os seguintes:

  • Aeroviário: Ideal para cargas de alto valor e urgência, oferecendo velocidade e alcance global.
  • Marítimo: Econômico para grandes volumes, especialmente em distâncias intercontinentais. Indicado para cargas não urgentes.
  • Ferroviário: Eficiente para distâncias médias a longas, sendo uma opção sustentável e econômica para determinadas cargas.
  • Rodoviário: Flexível e acessível, adequado para entregas em áreas urbanas e distâncias médias. Ideal para cargas sensíveis ao tempo.
  • Multimodal: Combine diferentes modais para otimizar custos e tempos de entrega, adaptando-se às complexidades da rota.

Entendendo mais sobre a distribuição internacional

Se você está pensando em entrar nesse segmento, vai precisar saber quais são os tipos disponíveis, o que são intermediários, agentes comerciais, representantes no exterior e muitos outros elementos.

Lembre-se de que tudo começa com uma pesquisa profunda e que, no cooperativismo, nenhuma instituição está sozinha. Para que você tenha mais segurança em iniciar diálogos e negociações de distribuição internacional, nós separamos alguns conteúdos criados por especialistas que esclarecem muitas dessas questões e ajudam a facilitar a comunicação. Aqui vão eles:

  • Agentes comerciais: são representantes atuantes diretamente na intermediação entre a cooperativa e o mercado internacional. Eles existem para tornar as negociações mais fáceis e garantir boas condições para ambos os lados, aumentando as chances das transações serem bem sucedidas.
  • Representante no exterior: é indicado para representar indivíduos ou cooperativas em territórios estrangeiros. Eles são altamente estratégicos por possuírem um conhecimento amplo e aprofundado em culturas específicas, melhorando o fluxo da conversa, indicando caminhos mais apropriados e evitando ruídos de comunicação.
  • Distribuidores: fazem a distribuição direta dos produtos da cooperativa em mercados internacionais, sendo uma ferramenta estratégica para ampliar a gama de clientes e aumentar as taxas de lucro, uma vez que conhecem os perfis de empreendedores internacionais e sabem negociar de forma eficiente.
  • Atacadistas/Revendedores: trata-se de uma entidade que investe em quantidades consideráveis de um determinado produto para distribuí-lo ou revendê-lo em seus próprios nichos. São parceiros essenciais para uma boa estratégia internacional, sendo responsáveis por uma parte relevante das negociações.
  • Trading Companies: são empresas especializadas no gerenciamento e na facilitação do mercado internacional, tendo muitas vezes o papel de intermediárias e proporcionando mais conforto durante todo o processo. Se destacam pela expertise no segmento e pelas estruturas funcionais.

Custos na cadeia logística

Planejar investir em uma estratégia internacional é pensar alto, e isso é ótimo. Mas para que esses esforços sejam bem sucedidos, é preciso entender que os custos envolvidos precisam ser muito bem definidos e que cada detalhe importa.

Tanto os custos diretos quanto os indiretos precisam ser considerados em um orçamento, uma vez que uma operação internacional exige inúmeras etapas e vários agentes. A seguir, você confere alguns exemplos.

Custos Diretos na Distribuição Internacional

Transporte

  • Exemplo: Tarifas de transporte, fretes marítimos, terrestres ou aéreos.
  • Descrição: São custos associados ao deslocamento físico dos produtos da cooperativa até os mercados internacionais.

Armazenamento

  • Exemplo: Taxas de armazenagem, aluguel de armazéns, custos de manuseio.
  • Descrição: Envolvem os custos associados ao armazenamento temporário dos produtos antes de sua distribuição ou venda.

Embalagem

  • Exemplo: Custos de materiais de embalagem, etiquetagem, preparação para exportação.
  • Descrição: Refere-se aos gastos relacionados à preparação adequada dos produtos para o transporte internacional, incluindo embalagem e rotulagem.

Custos Indiretos na Distribuição Internacional:

Tarifas Aduaneiras e Impostos

  • Exemplo: Direitos aduaneiros, impostos sobre importação/exportação.
  • Descrição: Representam os encargos fiscais e aduaneiros que as cooperativas precisam enfrentar ao realizar transações internacionais.

Taxas de Câmbio

  • Exemplo: Custos relacionados a variações cambiais.
  • Descrição: Flutuações nas taxas de câmbio podem impactar os custos financeiros associados às transações internacionais.

Certificações e Conformidade

  • Exemplo: Custos para garantir que os produtos estejam em conformidade com padrões e regulamentações internacionais.
  • Descrição: Incluem os gastos necessários para obter certificações e atender às normas exigidas pelos mercados de destino.

Conclusão: um mundo de conhecimento te espera

Agora que você explorou o universo da estratégia internacional, deve ter notado ao menos duas coisas:

  1. Começar a exportar e importar produtos exige um planejamento sólido, concreto e desenvolvido por agentes qualificados. Pode ser necessário consultar parceiros especializados antes de iniciar o seu plano de exportação.
  2. Apesar de ser um plano difícil e com etapas demoradas, essa entrada está longe de ser impossível. Uma boa sugestão é compartilhar informações e trocar experiências com outras marcas e cooperativas que já iniciaram o processo de vendas no comércio exterior.

Com uma rede de apoio, as suas chances de ter sucesso na sua estratégia internacional aumentam significativamente. O Sistema OCB atua como um grande incentivador das exportações no cooperativismo, oferecendo soluções como o PEIEX Coop.

Desenvolvido em parceria com a Apex Brasil, a iniciativa proporciona às cooperativas benefícios como consultoria de comércio exterior e distribuição internacional. Se você tem interesse no potencial dos mercados externos, vale a pena conferir e participar dessa iniciativa que está levando o cooperativismo brasileiro para o comércio mundial. O primeiro passo é consultar a OCB do seu estado e conversar com a equipe do PEIEX Coop sobre o que pode ser oferecido ao seu negócio.