Sobre o case

Pioneira na exportação de soja e milho, a Coamo se consolidou com uma das gigantes do agronegócio brasileiro

Ficha técnica

  • Nome da cooperativa: Coamo Agroindustrial Cooperativa
  • Ramo: Agropecuária
  • Produtos: Soja, óleo de soja, farelo, milho.
  • Localização: Paraná
  • Breve histórico: Fundada em 1970, na região de Campo Mourão, a Coamo reuniu, de início, 79 agricultores. Na década de 80, a cooperativa assumiu o pioneirismo no mercado de exportação. Atualmente, a Coamo soma mais de 30 mil cooperados e 8,5 mil funcionários.
  • Resumo: Precursora na exportação de soja e milho produzidos no Brasil, a Coamo encontrou no mercado externo uma série de oportunidades para fazer negócios que acompanham sua capacidade produtiva. As exportações já representam quase metade do volume de vendas da cooperativa, que investe em infraestrutura para otimizar as entregas.

Contexto

A Coamo Agroindustrial Cooperativa nasceu em 1970, quando foi fundada por um grupo de 79 agricultores na região de Campo Mourão, no Paraná. O estabelecimento da cooperativa logo resultou no crescimento da produção de trigo pelos produtores e, assim, a Coamo começou a expandir sua infraestrutura.

Ainda nos anos 70, a cooperativa construiu seus primeiros entrepostos, instalou uma fazenda experimental, sua loja de peças e implantou o seu moinho de trigo. A partir da década seguinte, a cooperativa aproveitou o crescimento do setor agroindustrial para impulsionar os negócios e se consolidar como uma gigante do campo.

Foi nesse período que a Coamo assumiu um papel de pioneirismo no campo da exportação do milho e do farelo de soja. Desde então, a cooperativa se tornou uma grande protagonista da balança comercial brasileira. Atualmente, a Coamo soma mais de 30 mil cooperados e 8,5 mil funcionários.

Desafios

A Coamo é uma cooperativa focada no resultado. Para isso, precisa atuar mitigando os riscos e encontrar boas oportunidades disponíveis tanto no mercado interno quanto no mercado externo.

Além disso, a cooperativa precisa se adequar aos contextos econômicos globais. Para Fernando Domingues Bosqueiro, gerente comercial de Commodities Agrícolas da Coamo, os desafios “são os mesmos descritos por Charles Darwin em ‘A origem das Espécies’’’. Isto é: o de adaptação constante aos cenários que se apresentam.

“No início da Coamo, a necessidade era formação técnica dos produtores e uso de novas tecnologias da revolução verde, depois a industrialização para agregar valor, investimento em frota de caminhões, terminal portuário próprio, ampliação e modernização de postos de recebimento, corpo técnico qualificado e investimento em educação de profissionais”.

Soluções

A eficiência e a capacidade produtiva são marcas da Coamo desde o início de sua trajetória. Uma vez que reproduz grandes volumes, a exportação se apresentou como uma solução, explica Bosqueiro:

“O mercado externo acaba por ser o destino que consegue absorver a capacidade grande e excedente que o mercado interno não absorve – tudo isso com preços compatíveis ao mercado interno”

Além disso, ele pontua a estratégia da cooperativa para ingressar em novos mercados: “Profissionalismo e credibilidade, seguido por uma boa performance no momento da entrega”.

Desenvolvimento

No mercado de commodities, a logística é um grande diferencial competitivo. Nesse sentido, a Coamo mantém a tradição de investir em infraestrutura e capacidade logística. Ao fim de 2021, por exemplo, a cooperativa inaugurou seu segundo terminal portuário.

Na hora de exportar, a Coamo aposta na flexibilidade. Assim, a cooperativa pratica tanto a exportação direta quanto a exportação indireta.

“A escolha é feita pelo que traz mais retorno para o produtor no momento em que ele quer comercializar. Por ser uma cadeia com menos intermediários, a exportação direta tende a ser mais usada, mas não é uma verdade absoluta”, diz Bosqueiro.

Outro ponto relevante para o sucesso da Coamo nas exportações é a escala de produção. O mercado internacional abre possibilidades para acessar uma gama ampla de mercados, mas, para isso, é necessário ter volume – coisa que um produtor sozinho não tem.

Aí é que entra o papel da Cooperativa que, como uma extensão do produtor, une os produtores – ou seja, proporciona escala, know-how, investimentos e busca pelo melhor mercado para o cooperado”.

Resultados

O mercado externo representa uma fatia bastante relevante para a cooperativa. Dados de 2021 apontam que as exportações equivalem a 47% do volume de vendas e 30% da receita da Coamo. No mesmo ano, a Coamo exportou para Europa, América, África e Ásia, em um total de 23 países.

Segundo os dados mais recentes disponibilizados pela cooperativa, a distribuição de produtos exportados é a seguinte:

  • Soja (49%)
  • Farelo (26%)
  • Milho (24%)
  • Óleo de soja (1%)

A Coamo ocupa o 15° lugar na lista Forbes Agro 100, que lista as 100 maiores empresas do agronegócio brasileiro. Com isso, ela é a segunda cooperativa mais bem colocada no levantamento.

“O sucesso da Cooperativa não vem só dela, mas também da participação de seu quadro de cooperados. Este, por sua vez, só participa se houver rentabilidade no negócio. Por essa métrica, a Coamo tem tido sucesso”, conclui Bosqueiro.

Aprendizados

  • A capacidade de adaptação é fundamental para enfrentar cenários desafiadores.
  • A exportação pode ser a solução para dar vazão ao excedente de produção que o mercado interno não consegue absorver.
  • O modelo cooperativista permite que os produtores acessem mercados que, sozinhos, não conseguiriam alcançar.
Acessar