Mercado Nacional
5 P’s do marketing seguem atuais e guiam o futuro das cooperativas
O mundo do marketing não para de mudar. A transformação digital traz novas tecnologias e mudanças de hábitos. Com isso, a forma com que as pessoas se relacionam com as marcas também se transforma. Mas, ainda assim, tem um elemento que segue relevante conforme o tempo passa: os 5 P’s do marketing. Por quê?
As técnicas, ferramentas, metodologias e lógicas do marketing já não são mais as mesmas de anos atrás. A internet proporcionou, ainda, uma nova ramificação: o marketing digital. Com isso, surgiram novos conceitos e técnicas como SEO, marketing de conteúdo e marketing de influência.
No entanto, alguns princípios persistem – não importa se a era é digital ou analógica. Não importa se sua cooperativa é uma gigante do agro ou uma cooperativa de trabalho local. Os 5 P’s do marketing seguem relevantes há décadas. O que explica isso? E o que são esses 5 P’s, afinal de contas?
Essas são as perguntas que iremos responder neste artigo! Conheça as origens dos 5 P’s do marketing e entenda melhor como funciona cada um deles, em uma abordagem focada no cooperativismo. Aproveite a leitura!
Os 5 P’s do marketing: origens e conceitos
A ideia de que o marketing conta com elementos fundamentais – os P’s – teve origem em 1960 com o professor Jerome McCarthy, da Universidade de Michigan, em seu livro Marketing Básico: Uma Visão Gerencial. De início, eram 4 P’s: Produto, Preço, Praça e Promoção.
O conceito ganhou ainda mais força quando passou a ser divulgado por Philip Kotler, um dos maiores especialistas em marketing e administração.
Com o tempo, um novo elemento foi adicionado: Pessoas. Essas são as cinco peças que dão vida ao mix de marketing ideal para o sucesso de uma marca na busca por atrair, converter e fidelizar clientes e cooperados.
Por que os 5 P’s do marketing seguem relevantes?
Mas se tanta coisa mudou com a nova economia digital, por que os 5 P’s do marketing continuam válidos? As tecnologias podem evoluir e as técnicas antigas ficam obsoletas enquanto novidades surgem. Contudo, os pilares do marketing seguem firmes e fortes.
Dessa forma, os 5 P’s do marketing atribuem um norte em prol da solidez e maturidade da estratégia de marketing, seja ele digital ou offline, para as cooperativas. O mix de marketing, afinal de contas, não propõe uma estratégia imutável ou respostas para todos os desafios.
Conhecendo os 5 P’s do marketing
Os 5 P’s do marketing, portanto, são princípios que indicam os caminhos para potencializar o marketing das cooperativas de forma flexível diante de suas características, oportunidades e contextos.
Vamos, então, conhecer melhor cada um deles!
Produto: a razão de ser da cooperativa
Qual é a solução que a sua cooperativa oferece para as pessoas? É isso que vai definir qual é o primeiro P: o produto. Em suma, o produto é aquilo que a sua cooperativa vende, seja ele um produto físico, um aplicativo de celular ou um serviço a ser prestado.
O produto é, essencialmente, o motivo pelo qual o negócio existe. Contar com um produto competitivo, com um bom design e qualidade adequada é o ponto de partida fundamental para uma boa estratégia de marketing.
Um ótimo produto, por si só, não é suficiente para sustentar todo o marketing de uma cooperativa, mas deixa tudo mais fácil.
Em busca de um produto competitivo
Não existe uma fórmula mágica que vai diagnosticar se um produto é competitivo ou não. Mas algumas perguntas podem ser bastante úteis:
- O que o cliente ou cooperado espera do produto? Ter um produto competitivo não necessariamente quer dizer ter o melhor produto do mercado. Tudo é uma questão de contexto, objetivos e equilíbrio.
- Quais características ele deve ter? O que, afinal, é mais importante para os seus clientes? Essa resposta vai dar um norte para projetar o produto da cooperativa.
- De que forma ele vai ser usado? É a forma que o público interage com o produto. As pessoas querem abrir uma conta na sua cooperativa de crédito para quê: empréstimos, cartões de crédito, consórcios?
- Qual é a sua aparência? Essa pergunta vale para tudo o que for visual: desde as características físicas do produto e sua embalagem até o design gráfico do e-commerce onde ele é vendido.
- Como ele se chama? O nome de um produto é fundamental para a construção de marca e identidade. Veja o caso da Apple, a marca mais reconhecida do universo digital – o nome de seus produtos tem um padrão: iPhone, iMac, iPad, iTunes.
- Qual é o seu diferencial? Em muitos setores, a competitividade é extremamente acirrada. Portanto, tenha em mente que trazer algo de diferente vai fazer o seu produto se destacar.
Preço: quanto custa?
Quanto custará o seu produto ou serviço? Eis uma questão fundamental para o marketing que tira o sono de muita gente dos mais diversos setores das cooperativas. Definir um preço certo ou errado pode levar tanto ao sucesso quanto ao fracasso do seu produto – mesmo que ele seja muito bom!
De início, a lógica por trás da precificação parece relativamente simples: ter um preço que seja capaz de cobrir os custos de produção e prestação de serviços, mas que não seja alto a ponto de afastar os clientes. Na prática, porém, as coisas são mais complexas. Fatores como regulações – como no caso dos planos de saúde – ou preços internacionais também afetam o preço final.
Veja um exemplo prático que contamos no NegóciosCoop: a NaterCoop vende suas linhas de cafés especiais mais barato pela Amazon do que em sua loja digital própria. Em tese, um intermediário encareceria o preço, mas volume e logística também contam.
Além disso, não basta atrelar o preço somente aos custos – para o bem e para o mal. Há produtos com margens muito pequenas, mas o mercado não permite aumentar, senão a cooperativa vai perder espaço para os concorrentes. Por outro lado, é possível ter margens bem mais altas caso a demanda também seja alta e o mercado seja menos competitivo.
Posicionamento de marca
O preço de um produto também é uma forma de posicioná-lo no mercado e induzir percepções sobre o valor da marca. Portanto, o preço deve levar em conta a capacidade financeira e o comportamento típico dos clientes.
Caso você queira posicionar os produtos da sua cooperativa como premium, faz sentido cobrar preços mais altos – mas saiba que o público disposto a pagar mais vai ser menor. De outro modo, para chegar a mais gente com o diferencial no custo-benefício, os preços precisam ser menores – assim como as margens. Em contrapartida, o produto tende a ter mais saída.
Ademais, a mudança de cultura e dos hábitos de consumo também interfere na precificação dos produtos e serviços. Em meio ao aumento da preocupação com a agenda ESG, por exemplo, boa parte das pessoas aceita até mesmo pagar mais caro por produtos com produção ética e sustentável.
Praça: espaços globais e digitais
Encontrar bons pontos de venda é uma tarefa um tanto complexa. É a isso que se remete a ideia de praça no mix de marketing: o local em que o produto da sua cooperativa vai ser vendido para os clientes.
A praça pode se referir tanto a um ponto de venda específico (ou seja, à localização da loja da cooperativa) quanto ao escopo da venda em que o produto está presente, como todo um estado ou regiões inteiras. Em suma, a praça é onde os clientes conseguem encontrar o seu produto.
Além disso, a era digital ampliou ainda mais o que é uma praça de venda. Com a possibilidade de vender por canais digitais, a internet também se tornou uma praça. Dados levantados pela consultoria NielsenIQ Ebit, por exemplo, mostram que, o faturamento do comércio eletrônico brasileiro chegou à marca de 262,7 bilhões de reais em 2022.
Para saber mais sobre as oportunidades que o comércio eletrônico proporciona para as cooperativas, confira este artigo especial que preparamos sobre o tema!
O mundo é uma praça
Em um cenário cada vez mais globalizado, as oportunidades de negócios ultrapassaram as fronteiras e estão acessíveis a competidores de todas as partes do mundo. Dessa forma, a ideia de praça se torna ainda mais ampla! É possível que uma cooperativa tenha produtos sendo vendidos em diversos países de diferentes continentes.
Com os avanços tecnológicos e a globalização das cadeias produtivas e comerciais, fazer negócios internacionalmente ficou mais acessível. Por isso, conseguir destaque entre os concorrentes é essencial para o sucesso.
Para conseguir isso, no entanto, é preciso realizar pesquisas e analisar minuciosamente os mercados estrangeiros. O objetivo é identificar oportunidades de negócios, entender as demandas e necessidades dos clientes internacionais e avaliar o potencial de sucesso da entrada em novos países.
Confira este artigo para saber mais sobre como prospectar em mercados internacionais e ampliar mais esse dos 5 P’s do marketing na sua cooperativa!
Promoção: é hora de divulgar
Esse talvez seja o elemento dos 5 P’s do marketing que mais gera confusão. Nesse contexto, promoção não significa descontos e saldões, mas sim estratégia para promover o produto. Ou seja: fazer com que o produto seja reconhecido pelo público.
Em suma, promoção é o conjunto de ações da cooperativa visando divulgar a marca, os produtos ou serviços que ela comercializa. Ademais, a promoção também diz respeito ao processo de persuasão para que os potenciais clientes ou cooperados enxerguem o produto com bons olhos e considerem adquiri-lo quando surgir a necessidade.
Isso abarca os canais de comunicação que a cooperativa vai adotar para a divulgação, assim como a mensagem que vai ser transmitida. Alguns exemplos, portanto, são:
- Publicidade
- Propaganda
- Relações públicas
- Assessoria de imprensa
- Merchandising
- Marketing de influência
- Marketing de conteúdo
Marketing digital: promovendo pela web
A internet é, cada vez mais, protagonista das ações de promoção. Por meio da construção de marca, relacionamento com o público e presença digital, as cooperativas podem atrair cooperados e fidelizar clientes. Esses são os papéis do marketing digital, que é central para a promoção de marcas, produtos e serviços nas redes sociais e plataformas digitais como um todo.
Dados de um estudo da NordVPN mostram que os brasileiros, em média, passam mais de 90 horas conectados na internet por semana. Nesse cenário, a presença digital faz muita diferença para que a cooperativa possa ser vista e reconhecida pelo público.
Dentro desse contexto, surgiu o marketing de influência, que é quando as cooperativas utilizam a imagem dos criadores de conteúdo para se comunicar com seu público. Com isso, as marcas ampliam o alcance de sua estratégia de marketing digital com os diferenciais desse tipo de ação.
Uma pesquisa da Opinion Box revela que 77% dos entrevistados acompanham influenciadores. E eles têm impacto nas decisões de compras das pessoas: o estudo revela que 55% das pessoas admitem que já compraram algo indicado por um influenciador. Para saber mais sobre o marketing digital, leia esse guia prático feito pelo InovaCoop!
Pessoas: no centro do marketing
Por fim, o caçula dos 5 P’s do marketing: o de Pessoas! No geral, as pessoas já são contempladas nos P’s anteriores. Um produto precisa ser projetado levando em conta o consumidor; o preço deve levar em conta o perfil do público; a praça significa onde disponibilizar o produto para os clientes; a promoção engloba estratégias para que a marca seja reconhecida pelas pessoas.
A inclusão de mais esse elemento no mix de marketing, porém, é uma forma de reconhecer que o planejamento de marketing precisa ser centrado nas pessoas de forma sistêmica. E, para isso, há uma etapa fundamental: conhecer bem o seu público.
Para desenvolver um novo processo ou um novo produto é importante saber para quem ele será feito para que a inovação gere valor para alguém. Persona é o nome que se dá ao perfil fictício baseado em dados de clientes reais. Isto é, representa quem de fato será impactado pela solução a ser desenvolvida.
Uma boa persona é construída a partir de coleta de dados e pesquisas de mercado com o mapeamento de critérios demográficos e psicográficos. No desenvolvimento do produto ainda é importante pensar se ele vai gerar valor para seu público-alvo que está representado pela persona.
Experiência do cliente
A experiência do cliente faz muita diferença para que as cooperativas possam ser mais competitivas – sobretudo no Brasil. Dentre os países que participaram de um estudo da consultoria PwC, o Brasil é o que dá mais importância à experiência do cliente na decisão sobre uma compra.
Diante disso, a experiência do cliente também cumpre um papel fundamental para o sucesso do processo de fidelização aos produtos das cooperativas. Proporcionar uma jornada de compra satisfatória e adequada é uma forma de colocar as pessoas no centro da estratégia de marketing.
Conclusão: presente e futuro dos 5 P’s do marketing
Os 5 P’s do marketing propõem um caminho mais certeiro para a elaboração de uma estratégia mais eficaz e baseada em cinco elementos fundamentais. Se bem trabalhados, cada um deles vai tornar produtos, serviços e marcas das cooperativas mais atrativos e reconhecidos pelo público.
A longevidade desse conceito reflete sua flexibilidade e ecletismo para as mais diversas realidades e momentos. Mesmo as inúmeras inovações da era digital no marketing se enquadram nelas.
Sabemos que para acessar novos mercados e clientes, a cooperativa deve ser competitiva e antenada com as novidades e para isso a organização interna é imprescindível. O Sistema OCB pensou em tudo isso ao desenvolver ações focadas para o mercado nacional. Uma delas é o Programa de Negócios Nacional que contempla diagnóstico, seguido de consultorias, instrutorias, capacitações e ferramentas destinadas à organização interna da cooperativa, bem como o desenvolvimento e aprimoramento dos 5 P’s através de consultorias. Consulte a OCB de seu estado e fique por dentro sobre o Programa.