A intercooperação é o princípio do cooperativismo que estimula o empreendedorismo colaborativo, cria oportunidades de negócios e fortalece o ecossistema cooperativista.

Esse princípio vai além das fronteiras tradicionais do cooperativismo, desencadeando uma poderosa sinergia entre cooperativas e empreendedores, o que pode ser tornar diferencial significativo para o seu negócio.

Está preparado para explorar como a intercooperação pode revolucionar suas estratégias de parceria? Neste conteúdo, apresentaremos sete dicas valiosas que o guiarão pelo caminho da cooperação eficaz, auxiliando-o na construção de parcerias de sucesso capazes de impulsionar seu negócio a novos patamares. Confira!

Afinal, o que é intercooperação?

Antes de apresentarmos as dicas sobre esse princípio tão importante, vale relembrar o que este conceito representa. O termo se baseia na ideia de estabelecer alianças, parcerias e empreendimentos conjuntos, com o propósito de fortalecer não apenas os membros das cooperativas envolvidas, mas também a comunidade em geral.

No entanto, existem algumas barreiras que podem comprometer a colaboração entre as cooperativas, entre elas as diferenças culturais, visões diferentes sobre o que é intercooperação e o medo de perder a autonomia.

Mas a boa notícia é que, à medida que as cooperativas compreendem a verdadeira relevância desse princípio para o futuro dos negócios, essas dificuldades podem ser vencidas.

Por que a intercooperação é tão importante?

A intercooperação é um pilar essencial no cooperativismo, promovendo o sucesso, resiliência e impacto positivo das cooperativas e comunidades. Ela permite a ampliação de recursos e economia de escala, facilitando a redução de custos e o crescimento eficaz.

Além disso, viabiliza o acesso a novos mercados, fomenta a inovação e fortalece a cooperativa para superar os desafios.

A intercooperação também está alinhada com os valores cooperativos, promovendo a solidariedade, além de apoiar a educação cooperativista e ter um impacto positivo nas comunidades por meio de projetos sociais, ambientais e econômicos.

Quais os tipos de intercooperação?

De modo geral, existem alguns tipos de intercooperação, mas os principais deles são a horizontal e a vertical.

Na horizontal, as cooperativas de ramos diferentes colaboram entre si. É crucial que ambas respeitem os serviços oferecidos uma pela outra para obter os benefícios da parceria. Por exemplo, várias cooperativas de produtores de leite podem se unir para adquirir insumos e equipamentos em comum ou para promover seus produtos em conjunto.

Já na vertical, as cooperativas do mesmo setor se associam para criar uma central. Por exemplo, produtores agrícolas que são membros de uma cooperativa podem colaborar com uma cooperativa de processamento de alimentos para garantir uma cadeia de suprimentos eficiente e de alta qualidade.

O objetivo é fortalecer a marca no mercado e ganhar reconhecimento em níveis regional, nacional e internacional.

Agora que você já entendeu o conceito, a importância e quais os tipos de intercooperação, está na hora de entender como ela funciona na prática. Pensando nisso, criamos esse guia com 7 dicas valiosas para ter uma intercooperação de sucesso.

7 dicas para ter uma intercooperação de sucesso

As dicas de intercooperação oferecem um roteiro poderoso para o sucesso das cooperativas. Vamos explorar essas estratégias em detalhes:

1. Faça parceria em busca de benefícios mútuos complementares

Uma das chaves para uma intercooperação bem-sucedida é estabelecer parcerias que ofereçam benefícios mútuos complementares, ou seja, em vez de competir entre si, as cooperativas podem explorar suas capacidades e recursos exclusivos para criar sinergias poderosas.

Isso pode incluir a combinação de recursos financeiros, expertise técnica ou acesso a mercados específicos. Ao trabalharem em conjunto, as cooperativas podem oferecer soluções mais abrangentes e atraentes para seus clientes, tornando-se uma escolha mais atrativa no mercado.

Além disso, ao compartilharem riscos e custos, as parcerias intercooperativas tornam-se mais resilientes aos desafios e incertezas do mercado, o que é fundamental para garantir a estabilidade a longo prazo.

Um exemplo notável disso é a parceria histórica de crédito entre a Cocamar e a Sicredi Dexis. Ao unir forças, essas cooperativas puderam oferecer serviços financeiros mais abrangentes e vantajosos para seus membros, demonstrando como a colaboração pode ser uma estratégia vencedora.

2. Compartilhe infraestrutura para ganhar escala

A escalabilidade é um fator-chave para o crescimento sustentável. Ao compartilhar infraestrutura, as cooperativas podem ampliar sua presença e capacidade sem os altos custos associados à construção e manutenção de infraestrutura separada.

Isso se traduz em uma maior eficiência operacional e na capacidade de atender a um número maior de clientes ou membros. Um exemplo prático desse princípio é a colaboração entre cooperativas agropecuárias no Paraná, que se uniram para proporcionar uma infraestrutura tecnológica inovadora por meio do projeto UniTI.

Compartilhar recursos tecnológicos e de logística permitiu que essas cooperativas otimizassem seus processos, reduzissem custos e, ao mesmo tempo, oferecessem serviços de maior qualidade.

Da mesma forma, sistemas de cooperativas de crédito têm adotado esse princípio, compartilhando redes de caixas eletrônicos, sistemas de processamento de transações e até mesmo espaços físicos, tornando-se mais acessíveis e convenientes para seus membros.

Essa abordagem não apenas impulsiona a expansão das cooperativas, mas também fortalece sua competitividade e resiliência no mercado, tornando-as mais preparadas para enfrentar os desafios e as oportunidades do futuro.

3. Encare concorrentes como potenciais parceiros

Mudar a perspectiva em relação aos concorrentes pode ser uma jogada estratégica inovadora. Ao invés de competir ferozmente, as cooperativas podem descobrir maneiras de colaborar e fazer negócios conjuntos para benefício mútuo.

Como no caso da formação da Unium, resultado da união das cooperativas Castrolanda, Frísia e Capal. Ao perceberem que poderiam criar mais valor trabalhando juntas do que competindo entre si, essas cooperativas revolucionaram a indústria, expandiram seus mercados e melhoraram seus serviços.

A inclusão da Aurora na marca ampliou ainda mais o alcance e a influência da Unium, demonstrando que a intercooperação não apenas fortalece as cooperativas, mas também impacta positivamente suas comunidades e setores industriais como um todo.

Essa abordagem criativa de colaboração com concorrentes é um testemunho do potencial transformador da intercooperação no cenário empresarial atual.

4. Construa uma cadeia de intercooperação

Construir uma cadeia de intercooperação é uma estratégia poderosa para ampliar o alcance e os benefícios das cooperativas. Elas podem fazer negócios com outras cooperativas complementares, aproveitando seus pontos fortes únicos.

A Expocaccer fez exatamente isso. Ela realizou suas assembleias digitais utilizando a tecnologia desenvolvida pela Coopersystem. Essa parceria não apenas melhorou a eficiência das operações da Expocaccer, mas também demonstrou como as cooperativas podem colaborar em várias etapas da cadeia de valor, criando um ciclo de intercooperação.

O artigo do NegóciosCoop fornece insights valiosos sobre como essas parcerias estratégicas podem ser implementadas com sucesso e como elas têm o potencial de revolucionar o panorama cooperativo, impulsionando o sucesso e a inovação. Vale a pena conferir!

5. Some forças em busca da inovação

A busca pela inovação é fundamental nos negócios contemporâneos, e a intercooperação pode ser um veículo eficaz para alcançar esse objetivo. Assim como o superapp da Seguros Unimed, que surgiu por meio da intercooperação entre cooperativas singulares do Sistema Unimed.

Ao unirem suas forças, essas cooperativas puderam criar uma solução inovadora que atende às necessidades em constante evolução de seus membros. Isso destaca como a colaboração pode resultar em produtos e serviços mais avançados e competitivos. Além disso, é importante ressaltar que a inovação não está limitada apenas a produtos e serviços, mas também se estende a processos internos e modelos de negócios.

A intercooperação proporciona um ambiente propício para a troca de conhecimento e experiência entre cooperativas, o que pode levar a melhorias significativas em áreas como gestão, tecnologia e sustentabilidade.

6. Intercooperação para a educação

A intercooperação também desempenha um papel significativo na promoção da educação cooperativista. Exemplos como a Favoo, uma faculdade em Vilhena mantida por Coopevi e Sicoob Credisul, e a Faculdade Unimed, demonstram como as cooperativas estão fortalecendo o setor educacional do ramo.

Programas educacionais, como cooperativas escolares em parceria com escolas locais, desempenham um papel fundamental na conscientização e no desenvolvimento de jovens líderes cooperativistas.

Essas iniciativas não só capacitam as futuras gerações, mas também reforçam a compreensão da importância da colaboração e da solidariedade em todas as esferas da sociedade, contribuindo assim para a construção de um futuro mais cooperativo e sustentável.

7. Leve em consideração o impacto na comunidade

Por fim, mas não menos importante, é essencial que as cooperativas considerem o impacto positivo que a intercooperação pode ter em suas comunidades. Projetos como “A energia que nos une”, liderado por Certel e Sicredi para a construção da Hidrelétrica Vale do Leite, ilustram como as cooperativas podem unir forças para promover o desenvolvimento local e sustentável.

Esses esforços não apenas beneficiam as cooperativas envolvidas, mas também melhoram a qualidade de vida das comunidades em que atuam, fortalecendo ainda mais os laços entre as cooperativas e seus membros.

Em resumo, as estratégias apresentadas acima representam abordagens práticas e eficazes para fortalecer o cooperativismo, promover a inovação, apoiar a educação cooperativista e criar impacto positivo nas comunidades.

A intercooperação é uma via promissora para o crescimento e o sucesso contínuo demonstrando que, ao trabalharem juntas, as cooperativas podem alcançar resultados notáveis e construir um futuro mais próspero para todos os envolvidos.

Intercooperação para vender mais

Outro ponto importante sobre a intercooperação é que, quando aplicado estrategicamente, o princípio pode ser um poderoso impulsionador das vendas e do sucesso nos negócios. Assim com a Supercampo: o marketplace cooperativista que ganhou força no cooperativismo agropecuário.

Ao estabelecer parcerias colaborativas com outras cooperativas ou empresas complementares, as organizações podem expandir seus mercados, diversificar sua oferta de produtos e serviços e, assim, atrair um público mais amplo e exigente.

A sinergia resultante dessas parcerias não apenas aumenta as oportunidades de vendas, mas também fortalece a posição competitiva das cooperativas, permitindo que ofereçam soluções mais abrangentes e atraentes para seus clientes.

Neste cenário, a intercooperação se revela não apenas como uma estratégia inteligente, mas também como um caminho eficaz para vender mais e prosperar no mercado.

Conclusão

Em um mundo cada vez mais complexo e interconectado, a intercooperação emerge como um conceito essencial para o sucesso e a sustentabilidade das cooperativas. As sete dicas apresentadas neste artigo delineiam, mesmo que inicialmente, um roteiro prático e inspirador para implementar a intercooperação de forma eficaz. Desde o estabelecimento de parcerias complementares até a colaboração inovadora com concorrentes e a promoção da educação cooperativista.

Convidamos você a explorar mais a fundo essas estratégias e aprofundar seu conhecimento conhecendo 10 exemplos de intercooperação. Não perca a oportunidade de fortalecer seu negócio, promover valores cooperativos e contribuir para um futuro mais colaborativo e próspero. Confira o artigo e inicie sua jornada rumo ao sucesso por meio da intercooperação.