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    04/09/2025
    Vinícola Aurora lança linha de vinhos desalcoolizados e mira mercado em expansão

    Três novos rótulos chegam ao mercado em outubro de 2025 para atender ao público abstêmio diante da crescente preferência por hábitos mais saudáveis Ficha técnica Nome da Cooperativa: Vinícola Aurora Ramo: Agropecuário Produto: Vinhos e sucos Localização: Região Sul Breve histórico: Fundada em 1931, a Aurora é a maior cooperativa vinícola do Brasil, composta por cerca de 1.100 famílias cooperadas na Serra Gaúcha. Com uma área cultivada de 3 mil hectares, a cooperativa processa anualmente entre 10% e 15% da safra de uvas do Rio Grande do Sul. A cooperativa tem um portfólio de 220 itens, divididos em 13 linhas. Seus rótulos são comercializados nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, além de estarem presentes em outros 17 países. Resumo: Após lançar bebidas gaseificadas sem álcool que simulam um espumante, a cooperativa aposta agora em uma linha completa de vinhos desalcoolizados tintos e brancos. A meta é dobrar a produção em 2026 e expandir a linha para outras variedades de uva. Contexto A Vinícola Aurora, tradicional cooperativa do Rio Grande do Sul, é a maior produtora de vinhos do Brasil e também é conhecida no ramo das bebidas não-alcoólicas como líder no segmento de suco de uva integral, onde detém uma fatia de 38% do mercado. Porém, nos últimos anos, a cooperativa identificou um novo nicho onde tem ampliado sua presença: o de bebidas sem álcool que se assemelham a vinhos ou espumantes, direcionadas aos momentos de celebração dos consumidores abstêmios. A primeira aposta neste segmento aconteceu em 2019 com o lançamento da linha zero álcool: uma bebida feita à base de suco de uva, gaseificada e vendida em garrafas de espumante. A linha fez sucesso e foi expandida com a versão rosé em 2023. Agora, a vinícola redobra a aposta neste mercado com o lançamento de três vinhos desalcoolizados. Desafios A grande motivação para a entrada neste segmento foi a identificação de uma lacuna no mercado que não estava sendo atendida. A cooperativa notou um grande grupo de consumidores que nas comemorações e datas importantes, como um casamento, servia apenas água, refrigerantes ou sucos. “Quando colocamos no mercado um produto que é à base de suco de uva, levemente gaseificado, mas com toda a característica do espumante, com garrafa e rolha de espumante, as pessoas começaram a levar isso para as mesas e a celebrar sem culpa”, afirma Rodrigo Valerio, diretor de Marketing e Vendas na Vinícola Aurora. “O mote da nossa campanha é que agora não existe desculpa para não brindar, seja você o motorista da rodada, uma pessoa com restrição ao consumo de álcool ou uma pessoa religiosa”. Ele acrescenta que um dos principais desafios do lançamento da linha zero álcool foi o desconhecimento do mercado e a necessidade de explicar para o consumidor o que era aquele produto. “Apenas produtos alcoolizados eram comercializados neste tipo de garrafa, com esse tipo de fechamento com rolha, então para o varejo foi uma surpresa”, afirma o diretor. O lançamento inicial em 2019 foi seguido pela pandemia e, consequentemente, por um período de baixa nas vendas. No entanto, a comercialização voltou com força total a partir de 2022 e, hoje, figura como uma linha bem consolidada no portfólio da Aurora. Soluções Para Valerio, o consumo de bebidas sem álcool deve continuar a crescer juntamente com a busca por um estilo de vida mais saudável, sobretudo entre as novas gerações. De olho nesta tendência, a Vinícola Aurora está expandindo seu portfólio com o lançamento de três vinhos desalcoolizados, produzidos com as mesmas uvas usadas para os vinhos tradicionais. São dois rótulos tintos à base de vinho Cabernet Sauvignon, nas versões adoçado e não adoçado, e um branco à base de Chardonnay. Diferentemente da linha zero álcool, estas não são bebidas que simulam um vinho, mas sim vinhos que foram fermentados pelo método tradicional e que passaram por um processo de remoção do álcool. Foi justamente este processo que representou um novo desafio para a cooperativa. Rodrigo Valerio conta que a vinícola desenvolveu internamente a tecnologia para a extração do álcool, realizando modificações em equipamentos já existentes, a fim de reduzir os custos que a compra de máquinas de fornecedores externos representaria. Além disso, não existe um descritivo ou mesmo padrões internacionais para a desalcoolização de vinhos. A cooperativa conversou com organizações estrangeiras, consultou enólogos e realizou testes cegos com especialistas a fim de encontrar o melhor caminho para o desenvolvimento do novo produto. “A inovação por trás desse processo foi enorme, mas os testes mostraram que estávamos na direção correta”, afirma ele. “Agora, o maior trabalho vai ser explicar para o consumidor final que esse produto não é um vinho, mas também não é um suco”. Desenvolvimento A nova linha, ao trazer produtos que já foram vinhos mas que passaram pelo processo de extração do álcool, oferece bebidas com sabor e características mais próximas do vinho tradicional. “A pessoa pode ter certeza de estar degustando um produto que faz parte do ritual, que pode ser harmonizado com a comida, mas tudo isso sem as questões que o álcool acarreta no corpo”, afirma Valerio. Os novos rótulos estarão à venda a partir de outubro de 2025 no e-commerce da Cooperativa Vinícola Aurora e nos principais pontos de venda do país, com preço de referência de R$ 55,00 cada garrafa. Segundo Valerio, este é o padrão de preço para um vinho reserva da Aurora, mas ainda é considerado um valor acessível em relação a vinhos da concorrência que giram em torno de R$ 100. Além dos três vinhos desalcoolizados, a Aurora planeja lançar até o fim de 2025 um projeto piloto de um espumante desalcoolizado. Para os próximos dois anos, o diretor de Marketing e Vendas prevê a expansão para uma linha inteira de desalcoolizados produzidos também com outras variedades de uvas. Resultados Em 2024 a Vinícola Aurora vendeu 158 mil caixas da linha zero álcool, o que representa 710 mil litros vendidos, com faturamento de mais de R$ 20 milhões apenas nesta linha. Isso representa crescimento de 48% em termos de volume e de aproximadamente 53% em faturamento, na comparação com 2023. A previsão para 2025 é de uma expansão de 10% em volume e de 15% no faturamento. No Brasil, entre os principais mercados consumidores da linha Aurora Zero estão os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Os produtos sem álcool também possuem forte demanda para a exportação, tendo como principal mercado a China. O faturamento desse segmento para o exterior representa 70% do total das exportações da marca. Além disso, a cooperativa prevê o envase de 20 mil litros da nova linha de vinhos desalcoolizados em 2025 e estima dobrar este volume em 2026, realizando um grande ganho de escala logo após o lançamento. Aprendizados A inovação pode nascer a partir da escuta de novos perfis de consumidores. Uma tendência aparentemente contrária ao negócio principal da cooperativa pode ser uma oportunidade de abrir novos mercados. Ao desenvolver internamente a tecnologia de desalcoolização, a cooperativa não só reduziu custos como criou know-how em um processo ainda não padronizado e ganhou diferencial competitivo.

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    06/08/2025
    Após feira, Cooperlimão abre frente de exportações para mercado canadense

    Após participar de feira internacional, cooperativa paulista vende limão-taiti para atacadista de Toronto e já projeta futuras negociações Ficha técnica Nome da Cooperativa: Cooperativa de Produtores de Limão de Urupês (Cooperlimão) Ramo: Agropecuário Produto: Limão-taiti Localização: Sudeste Breve histórico: A Cooperlimão foi fundada em 2016 por um grupo de mais de 20 produtores de Urupês, no interior do estado de São Paulo, a fim de agilizar a chegada do produto até o consumidor final. Hoje a cooperativa conta com mais de 30 cooperados e movimenta quase 500 mil caixas de limão-taiti por ano. Resumo: Para conquistar espaço em um país pouco explorado pelos concorrentes brasileiros, a cooperativa ofereceu uma estratégia de preço aberto, adaptou suas embalagens e teve que superar obstáculos logísticos. Contexto Fundada em 2016, a Cooperativa de Produtores de Limão de Urupês (Cooperlimão), sediada no interior de São Paulo, já exporta desde 2018 para o Chile, a União Europeia e o Reino Unido, mas a América do Norte ainda representava um território pouco explorado para ela. Em 2025, a Cooperlimão abriu as fronteiras de mais um mercado internacional para seus produtos: o Canadá. A oportunidade surgiu após a participação da cooperativa na SIAL Canadá 2025, uma das maiores feiras de alimentos e bebidas da América do Norte, viabilizada pelo Sistema OCB, em parceria com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e a Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC). No evento, a Cooperlimão divulgou seu produto com amostras, degustações e receitas variadas. A partir disso, a cooperativa trocou contatos com cerca de 50 compradores potenciais e foi convidada a visitar duas possíveis parceiras comerciais. Em uma destas visitas, a cooperativa fechou a venda de um contêiner de limões para a atacadista National Produce Marketing Inc., baseada em Toronto. O carregamento foi despachado ainda em maio, menos de um mês após o fim da feira, e os produtos chegaram ao cliente no final de junho. Desafios Um dos primeiros desafios enfrentados pela Cooperlimão para entrar no mercado canadense foi a concorrência com o limão produzido no México. O país se beneficia da distância menor em relação ao Canadá e, portanto, consegue transportar a fruta por terra e praticar prazos mais curtos de entrega. Segundo Anselmo Spadão, gestor administrativo da Cooperlimão, enquanto o cítrico mexicano leva de sete a oito dias para entrar no Canadá, o brasileiro leva quase 40 dias. “Nossa logística é mais complexa. Temos que fazer um transbordo de contêiner no porto de Nova York e, de lá, seguir de caminhão até o Canadá”, diz Spadão. “Essa diferença de tempo, quando falamos de fruta in natura, é um diferencial extremamente agressivo”. Para preservar a mercadoria, foi preciso selecionar frutos de casca mais grossa, aplicar uma película protetora e refrigerar a carga por todo o trajeto. Além dos entraves logísticos, o dirigente cita também obstáculos culturais, já que o consumo de limão-taiti é menor no Canadá do que na Europa. Soma-se a isso o fato de que boa parte das vendas é voltada à preparação de coquetéis como a caipirinha, e a regulação para bebidas alcoólicas no Canadá é mais restrita. “Enquanto o Brasil envia entre 150 e 200 contêineres de limão por semana para a Europa, para o Canadá são apenas três a quatro contêineres por semana”, relata Espadão. “Se eu mandar um contêiner por semana para o Canadá, já estou participando com quase 25% da entrada desta fruta no mercado, enquanto na Europa eu sou apenas um grão de arroz”. Soluções A saída encontrada pela Cooperlimão para superar as barreiras logísticas e os receios do cliente foi oferecer uma parceria com preço aberto, uma prática semelhante à consignação. O cliente adiantou um pagamento parcial para quitar o valor pago aos produtores, enquanto a Cooperlimão cobriu o restante das despesas. Depois da venda, as duas partes fizeram um balanço e dividiram o resultado final. “Nós compartilhamos o risco e foi isso que motivou a abertura deste mercado. Em condições normais, não teríamos a oportunidade de exportar limão para eles”, pondera Spadão. “Estamos trabalhando com valores razoavelmente altos. Se o cliente não tiver vendas, o que ele faz com toda essa fruta? Fizemos um jogo de risco”. Desenvolvimento Do ponto de vista prático, a exportação para o mercado canadense exigiu algumas adaptações, principalmente na embalagem do produto. Nas vendas para a Europa, a Cooperlimão usa caixas de 4,5 kg e são estas mesmas caixas que serão distribuídas aos revendedores. Já no Canadá, o cliente preferiu usar caixas de 18 kg, uma vez que a embalagem é desprezada após o transporte. O problema é que as caixas grandes levaram a uma sobra de espaço nos contêineres, reduzindo o aproveitamento do transporte. “Embora a caixa de 18 kg seja maior, o volume que eu consigo carregar dentro do contêiner é cerca de 15% menor, por isso minha fruta chega ao Canadá um pouco mais cara”, explica Anselmo Spadão. Ainda assim, a cooperativa conseguiu viabilizar a venda. O gestor administrativo lembra que, apesar das dificuldades, o produto da Cooperlimão conta também com uma importante vantagem competitiva: a cooperativa já está adaptada às rígidas restrições fitossanitárias da Europa, por exemplo no que diz respeito ao uso dos defensivos agrícolas. Como estas exigências são menos severas no Canadá e na Inglaterra, o produto chega a estes mercados com uma qualidade superior. Resultados Após a primeira experiência na América do Norte, o objetivo da Cooperlimão para os próximos anos é mandar um contêiner de fruta por mês para o Canadá durante o verão. Hoje a cooperativa já exporta entre 30% e 35% do volume total produzido. Em termos de faturamento, 65% vem das vendas ao exterior. Entre os anos de 2023 e 2024 o faturamento da Cooperlimão cresceu 58% e, para 2025, a cooperativa projeta um novo salto de 30%. Isso significaria dobrar o faturamento em dois anos. Já em quantidade de caixas vendidas, considerando as caixas de 4,5 kg enviadas ao mercado europeu, houve crescimento de 93,5% entre 2023 e 2024 e a projeção é de expandir mais 35,2% este ano. Aprendizados Quem não é visto, não é lembrado. Portanto, participar de feiras e eventos abre portas para novas oportunidades. Para conquistar novos mercados, muitas vezes é preciso criatividade para oferecer soluções alternativas como o preço aberto. Flexibilidade logística é fundamental para alcançar o mercado externo e atender às demandas de clientes diversos.

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    30/04/2025
    Financiamento sustentável gera oportunidades de negócios para cooperativas

    A relevância da sustentabilidade para os negócios nunca foi tão grande quanto agora. A agenda ESG (Ambiental, Social e Governança, em inglês) ganha evidência, o consumidor está cada vez mais consciente e os posicionamentos institucionais em relação ao meio ambiente estão sob o interesse da sociedade. Promover iniciativas sustentáveis é, portanto, um ótimo negócio tanto para as cooperativas quanto para o planeta. Não somente do ponto de vista reputacional, como também do financeiro. Mas é justamente esse aspecto que trava ótimas ideias: a falta de recursos. Captar recursos é, portanto, uma ótima alternativa para tirar iniciativas verdes do papel sem prejudicar as finanças da cooperativa. Conheça formas de captar financiamento sustentável para dar vida a projetos e veja exemplos de cooperativas que se beneficiaram dessas oportunidades. Por que iniciativas sustentáveis são bom negócio Antes de nos aprofundarmos em formas de obter financiamento para viabilizar iniciativas sustentáveis e em exemplos de cooperativas que operam dessa forma, vamos nos ater à pergunta que toda cooperativa já se fez ou questionará em algum momento: direcionar esforços para conduzir projetos verdes traz resultados? A resposta é, inquestionavelmente, sim. Claro que o argumento ambiental é fundamental para justificar essa resposta, tendo em vista o papel destes projetos para a preservação dos recursos naturais e pela construção de um mundo melhor para as gerações futuras. O impacto, porém, também é válido para os negócios da cooperativa. Sustentabilidade é uma vantagem competitiva que ajuda empresas a crescerem. De acordo com estudo da McKinsey divulgado em 2019, organizações com propostas ESG bem definidas são melhor avaliadas financeiramente, têm acesso facilitado a entidades governamentais e podem conquistar a preferência do público a partir de seus valores. O mesmo artigo aponta também que ser sustentável é uma forma de reduzir custos. Reformular a produção, recorrer a materiais reciclados e investir em energias limpas e eficientes são exemplos de como o ecologicamente correto também é saudável para o orçamento das organizações. A reputação da cooperativa também está em jogo. A imagem de uma organização preocupada com o desenvolvimento sustentável atrai pessoas e instituições, tanto para trabalhar em conjunto quanto para fechar negócios. Todos esses fatores demonstram que transformar a preocupação com o meio ambiente em medidas efetivas é um investimento e tanto para qualquer cooperativa. Como práticas ESG facilitam o acesso a financiamento sustentável Agora que você já tem diversos motivos para apoiar a implementação de projetos verdes na sua cooperativa, é hora de pensar em como executá-los. E, seja qual for a sua ideia, há algo necessário para fazê-la sair do papel: recursos financeiros. Este é um problema real do qual não há escapatória, afinal, a falta de recursos é a principal barreira para a inovação em cooperativas. É preciso, portanto, encontrar formas de contornar este empecilho. Uma alternativa viável para captação de recursos é através de linhas de crédito. Encontrar a melhor alternativa e acessar esses recursos demanda análise de risco por parte do tomador. O aspecto ambiental precisa entrar na análise. Segundo estudo da Bain & Company, o financiamento ligado a projetos ESG está correlacionado ao desempenho consistente e à menor inadimplência. Sustentabilidade e saúde financeira parecem realmente caminhar lado a lado. Um estudo da Brazilian Business Review verifica que o desempenho ESG reduz o custo de capital e as restrições financeiras para empréstimos mais baratos em países do BRICS. Linhas de crédito verde O desempenho e as facilidades encontradas para empréstimos atrelados a iniciativas sustentáveis ocorrem porque as instituições financeiras consideram o impacto ambiental em suas avaliações. Também preocupadas com o meio ambiente e atentas à própria reputação, essas organizações têm mostrado seu lado ESG através de linhas de crédito especiais. O BNDES, banco federal que é parceiro do cooperativismo, possui vasto portfólio de produtos sustentáveis. O BNDES Finem apresenta diversas alternativas de financiamento para projetos verdes e geração de energia renovável, por exemplo. O Fundo Clima é uma alternativa com várias modalidades de financiamento de projetos para redução de gases aceleradores do efeito estufa. Há, ainda, os Debêntures em Ofertas Públicas, títulos de dívida que têm como um de seus principais objetivos investir em sustentabilidade. O cooperativismo manifesta seu interesse pela comunidade através de linhas verdes com condições favoráveis. Ao longo dos últimos anos, o setor fomentou, por exemplo, o acesso a água tratada e a rede de esgoto, a instalação de fontes de energia renováveis e a redução das emissões de carbono no agronegócio. Instituições como Sicredi, Unicred e Viacredi são protagonistas nessa missão. Plano Safra e a sustentabilidade no campo Já é de conhecimento das cooperativas e de organizações agropecuárias em geral que o Plano Safra é o principal instrumento governamental de apoio a este importante ramo da economia brasileira. Lançado em 2002, o projeto seguirá ativo para a safra 2025/2026. Na safra 2024/2025, mais de R$ 107,3 bilhões foram destinados a linhas de financiamento para investimentos, programas que viabilizam a inovação e a modernização das atividades produtivas. Nesse cenário, a produção amigável ao meio ambiente entra na balança na hora de buscar acesso a tais recursos. De acordo com o Governo Federal, incentivar sistemas de produção ambientalmente amigáveis é uma prioridade. Ter o Cadastro Ambiental Rural (CAR) regularizado e analisado é um critério para contemplar os pedidos de produtores rurais. A adoção de práticas sustentáveis pode, inclusive, proporcionar redução de até um ponto percentual na taxa de juros de custeio. O Plano Safra já é capaz, portanto, de impulsionar o agronegócio rumo à produtividade ecologicamente sustentável. Porém o Sistema OCB enxerga potencial ainda maior para contemplar as necessidades das cooperativas. Por isso, a entidade apresentou propostas ao Ministério da Agricultura e Pecuária, incluindo um pedido por redução nas taxas de juros. Outras opções de financiamento sustentável O crédito é, certamente, a forma mais consagrada para uma cooperativa obter recursos para o financiamento sustentável para seus projetos. O aspecto sustentável abre caminhos e diminui entraves, mas o crédito nem sempre é uma opção viável. Caso contrair novas dívidas não seja possível dentro do atual contexto da organização, não desista: é possível encontrar alternativas para alavancar iniciativas verdes. Um meio para captação de recursos é a entrada no mercado de créditos de carbono. Foi sancionada em dezembro do ano passado a lei que institui um mercado regulado, no qual empresas e cooperativas com projetos que reduzem emissões de carbono podem vender créditos para aquelas que ficam acima da meta. O agronegócio não está incluído nas obrigatoriedades, mas pode participar do mercado voluntário através de atividades como recomposição e manutenção de vegetação nativa. Outra opção para financiar projetos sustentáveis é através de editais de fomento. Diversas instituições ligadas ao Governo promovem editais de recursos reembolsáveis – nos quais o capital precisa ser devolvido – e até mesmo os não reembolsáveis – quando o capital não precisa ser devolvido. Para saber mais detalhes sobre como funciona esta forma de captação de recursos, confira este artigo do NegóciosCoop. Cooperativas e o financiamento sustentável na prática Agora que você já sabe diversas possibilidades de captação de recursos para iniciativas verdes e entende formas de acessá-las, é hora de conhecer exemplos de cooperativas que conquistaram apoio financeiro para executar seus projetos sustentáveis – um caso é no ramo agropecuário e o outro é em infraestrutura. Intercooperação viabiliza hidrelétrica da Certel A Certel, cooperativa gaúcha do ramo de infraestrutura, sempre busca formas de impulsionar o desenvolvimento regional através do fornecimento de energia elétrica. Ao identificar os benefícios que uma hidrelétrica traria, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental, a cooperativa decidiu se esforçar para tirá-la do papel. A grande questão passou a ser a captação de recursos: eram necessários R$ 50 milhões. Devido à familiaridade com o sistema Sicredi, a Certel procurou a instituição de crédito em busca de soluções. Como o projeto era grande demais para uma cooperativa financiar sozinha, outras singulares se uniram à iniciativa, constituindo um grande grupo: Certel, Sicredi Região dos Vales, Sicredi Ouro Branco, Sicredi Integração RS/MG e Sicredi Botucaraí. As cinco cooperativas dividiram igualmente os custos para a construção da estrutura, com o Sicredi fornecendo boas condições de crédito, garantias adequadas e conta reserva nula. A Hidrelétrica Vale do Leite pode atender a 19.200 pessoas e gera eletricidade de forma renovável. Cooabriel leva energia renovável à sua comunidade A Cooperativa Agrária de Cafeicultores de São Gabriel (Cooabriel) atua há 61 anos no Espírito Santo e tem como seu carro chefe a produção de café conilon. A cooperativa também tem como foco estimular o desenvolvimento de sua região, e detectou a necessidade de apoiar a geração de energia elétrica. O telhado do armazém da Cooabriel abrigará um complexo de usinas de geração de energia fotovoltaica em São Miguel da Palha. O projeto, lançado em 2023, tem potência suficiente para atender mais de 300 residências de forma sustentável. Para o projeto ganhar vida, a Cooabriel contou com aporte da cooperativa Ciclos, que concedeu recursos na ordem de R$ 3 milhões. O Sicoob ES também faz parte da operação, atuando como agente financeiro que permite aquisição de cotas da usina. Conclusão: a jornada pelo financiamento sustentável Com detalhes sobre os modelos e exemplos práticos, fica fácil de perceber que projetos sustentáveis podem ser viáveis financeiramente e trazer incontáveis benefícios para a cooperativa, seja nos negócios ou na reputação perante a sociedade. Se sua cooperativa já tem um projeto verde e só precisa encontrar uma fonte de recursos, não perca tempo e acesse já o Radar de Financiamento do InovaCoop! Nesta plataforma você terá acesso a um painel exclusivo e poderá encontrar os recursos mais adequados à sua realidade.

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    25/10/2024
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