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Pequenas cooperativas impulsionam a economia local com impacto social
O empreendedorismo é fundamental para o progresso da economia brasileira. Pequenos negócios são responsáveis por cerca de 30% de toda a riqueza que é produzida no país. Nesse universo, as pequenas cooperativas cumprem um papel importantíssimo de inclusão financeira, oportunidades de trabalho digno e desenvolvimento local.
Pequenos negócios são responsáveis por mais de 70% dos empregos criados no Brasil, segundo dados obtidos pelo Sebrae. Além disso, o empreendedorismo regional e as pequenas cooperativas ajudam a fortalecer a economia local, mantendo o dinheiro circulando dentro das comunidades.
O cooperativismo tem uma relação intrínseca com o desenvolvimento econômico e social das comunidades. Com isso, as pequenas cooperativas são protagonistas para gerar riqueza e causar impacto. Essa conexão, afinal de contas, tem tudo a ver com o terceiro e o sétimo princípios do cooperativismo: participação econômica dos membros e interesse pela comunidade.
Neste artigo, iremos entender um pouco mais sobre o papel das pequenas cooperativas no ambiente econômico, como seus negócios contribuem para avanços sociais e empoderam trabalhadores, cooperados e consumidores. Boa leitura!
O protagonismo das pequenas cooperativas
Pequenas cooperativas de diversos ramos cumprem esse papel fundamental de proporcionar oportunidades e impactar positivamente a economia das comunidades. Veja, então, como isso acontece na prática.
Pequenas cooperativas viabilizam pequenos produtores no campo
A competitividade é um grande desafio para pequenos produtores rurais. Agricultores de menor porte enfrentam gargalos como tecnologia, acesso a crédito, insumos e escoamento da produção. Nesse cenário, as cooperativas surgem como uma solução por meio da colaboração.
Quando se unem em pequenas cooperativas agropecuárias, os produtores rurais ganham mais poder para negociar a compra de materiais, construir uma infraestrutura produtiva adequada e negociar seus produtos.
Ademais, as pequenas cooperativas agropecuárias podem ajudar na inserção de produtores no mercado e proporcionar apoio técnico para aumentar a produtividade e qualidade. Por fim, a associação de produtores rurais no modelo cooperativista abre as portas para a participação em programas de compras públicas que beneficiam a agricultura familiar.
COOAFAC: agricultura familiar rende bons negócios no Pará
A Cooperativa Agroecológica da Agricultura Familiar de Carajás (COOAFAC) foi fundada em 2017, no Pará, buscando organizar a produção agrícola do assentamento Agrovila Nova Jerusalém. Por meio do modelo cooperativista, a COOAFAC fortaleceu as oportunidades de negócios para a comunidade.
A COOAFAC, por exemplo, passou a fornecer alimentos para a merenda escolar de seu município sede, Canaã dos Carajás. “Começamos com apenas dois produtos, depois fomos aumentando. Agora, além dos alimentos in natura, temos polpa de frutas, laticínios e estamos investindo em uma farinheira”, conta Fabio Collins, diretor administrativo da COOAFAC, ao portal do Sistema OCB/PA.
Além disso, a cooperativa participa do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e foi indicada para participar da Chamada Pública do Exército, em Marabá.
O ingresso nas compras públicas impulsionou a demanda pela produção da COOAFAC, que inaugurou seu Centro de Distribuição da Agricultura Familiar (CDAF), em Canaã dos Carajás, disponibilizando produtos de 65 famílias cooperadas e ampliando as oportunidades de negócios.
Cooperativas de trabalho: oportunidades e dignidade profissional
O Ramo Trabalho torna o cooperativismo extremamente dinâmico, versátil e plural. As pequenas cooperativas de trabalho, com isso, permitem que os profissionais se reúnam em busca de melhores negócios de maneira colaborativa e democrática.
Dessa forma, grupos de pessoas que se unem em torno de uma atividade especializada conseguem atuar com autonomia. A gestão do negócio é compartilhada e a cooperação contribui para que, em conjunto, os profissionais encontrem melhores oportunidades de trabalho e condições mais dignas.
Pequenas cooperativas de trabalho, portanto, contribuem para enfrentar a precarização do trabalho e empoderar os profissionais. Além disso, apresentam um grande potencial de inovação e impacto social. É o caso, por exemplo, da Recicle a Vida.
Recicle a Vida: cooperativa transforma vidas por meio da reciclagem
Aqui, no ConexãoCoop, contamos a história da cooperativa brasiliense Recicle a Vida. Idealizada por um pequeno grupo de catadores de materiais recicláveis, a cooperativa é contratada pelo Governo do Distrito Federal para fazer a coleta seletiva na região administrativa de Samambaia.
A atuação da Recicle a Vida contribui para a geração de renda dos catadores. Nesse cenário, a cooperativa proporciona “oportunidades de geração de renda, inclusão social e preservação real aos recursos naturais”, segundo a Coordenadora Administrativa e Financeira da Recicle a Vida, Mônica Mendes Licassali.
A formação da cooperativa tornou possível que o trabalho dos catadores seja agregado a iniciativas de logística reversa que também geram receita. No mais, a Recicle a Vida ainda conta com diversas iniciativas de impacto social na comunidade, como cursos de alfabetização e profissionalização, a fim de abrir portas para um futuro melhor.
Conclusão: pequenas cooperativas, grandes negócios
O cooperativismo é um modelo de negócios eclético, adaptável e, acima de tudo, democrático. A colaboração impulsiona grandes negócios. Veja a cooperativa Dedo de Gente: criada em 1996, ela produz e vende produtos de artesanato que carregam consigo a riqueza do sertão de Minas Gerais, enquanto gera renda sustentável a partir do design circular de seus produtos.
Esse é só mais um exemplo de como as pequenas cooperativas fazem a diferença e impulsionam os negócios locais causando impacto positivo.
Os negócios de menor porte, portanto, são fundamentais para a retomada econômica. Em um momento de instabilidade econômica, o empreendedorismo foi a saída encontrada por muita gente. A retomada pós-pandemia, com muitos setores ainda fragilizados, passa diretamente pelo protagonismo dos pequenos negócios.
Assim sendo, as pequenas cooperativas têm o poder de transformar realidades, melhorar a vida, fazer negócios relevantes e gerar impacto econômico e social para as comunidades.