Em tempos dinâmicos, o ano de 2023 começa apresentando uma série de desafios que as cooperativas vão precisar enfrentar no mundo dos negócios. A velocidade da transformação digital, as mudanças nos hábitos de consumo e as diversas incertezas que se apresentam no horizonte econômico exigem atenção e adaptabilidade das lideranças.

Diante de tantas questões em aberto em relação ao ambiente de negócios, a melhor solução é ficar atento aos temas mais desafiadores. Dessa maneira, sua cooperativa estará preparada perante os percalços que se apresentam no caminho, encarando os obstáculos no curto prazo em prol do desenvolvimento sustentável.

Por isso, neste artigo, enumeramos os seis principais desafios para os negócios para 2023 que sua cooperativa deve ficar de olho. Os assuntos vão desde as preocupações financeiras e o contexto econômico global até a inclusão das novas gerações na força de trabalho. Aproveite a leitura!

6 grandes desafios para os negócios para acompanhar em 2023

O ano de 2023 apresenta uma série de questões que devem impactar os negócios das cooperativas. A fim de antecipar esses cenários, elaborar o planejamento e até mesmo encontrar oportunidades em meio às mudanças, o ConexãoCoop compilou estes seis desafios que prometem impactar os negócios. Confira, então, quais são eles:

1. Desaceleração da economia global

Os executivos ouvidos pela 26ª Pesquisa anual global de CEOs, feita pela consultoria PwC, temem a estagnação econômica. Ao todo, 73% dos líderes no Brasil e no mundo estão pessimistas com o crescimento econômico global. Essa percepção é compartilhada por executivos de diversos países.

Esse pessimismo representa uma mudança de expectativas em relação ao ano anterior. No estudo referente a 2022, 77% dos líderes previam uma aceleração no crescimento global, à medida que os impactos da pandemia fossem diminuindo.

Tal movimento, contudo, foi frustrado por novas rupturas – como a guerra na Ucrânia e seus efeitos imediatos. O conflito causou grandes impactos na oferta de energia e commodities. As maiores expectativas de recessão vêm da Europa e dos Estados Unidos.

2. Equilibrar finanças e lidar com aumento de custos

A inflação é outra preocupação global. O aumento nos preços de energia e das commodities proporciona um aumento nos custos de diversos outros setores da economia. No Brasil, a inflação de 2022 ficou em 5,79%, acima do teto da meta estabelecida pelo Banco Central. As projeções para 2023 também estimam outro estouro da meta.

A alta na inflação gera, como consequência, alta nos juros. Com isso, a economia desacelera e fica mais caro pegar dinheiro emprestado. Essa dinâmica causa impactos importantes para os negócios. Segundo a PwC, houve, ainda, uma queda de confiança no crescimento das receitas em relação ao ano passado.

Em meio a esse contexto, o Monitoramento dos pequenos negócios, feito pelo Sebrae, apontou que os dois maiores desafios para os negócios mencionados pelos empreendedores são:

  • Equilibrar as finanças: 37%
  • Aumentos dos custos (energia, água, insumos, dentre outros): 35%

Assim, um dos maiores desafios para os negócios para 2023 vai ser manter o caixa saudável e encontrar estratégias para cortar custos em meio ao aumento dos preços praticados em insumos fundamentais para o funcionamento das cooperativas.

3. Reinvenção dos negócios e comportamento de consumo

Com a economia em desaceleração, os custos em alta e a dificuldade para obtenção de crédito, os consumidores precisam adaptar seus hábitos de consumo. Diversos dos fatores desafiadores mais citados no estudo do Sebrae têm a ver, justamente, com os clientes:

  • Redução do poder de compra do consumidor: 34%
  • Entender a mudança no comportamento do consumidor: 16%
  • Oferta de produto ou serviço diferenciado: 15%

Em seu relatório State Of Sales, a Salesforce, uma das maiores autoridades em vendas, alertou: vender está mais difícil. Além da redução no poder de compra, os hábitos culturais de consumo estão passando por um processo de transformação constante. Esse fenômeno requer que muitos negócios se reinventem para entrar na era de consumo digital.

Para ajudar a sua cooperativa a se planejar dentro desse cenário, confira nosso artigo sobre as tendências de vendas para ficar de olho e vender mais em 2023!

4. Aceleração dos compromissos climáticos e agenda ESG

A agenda ESG está mais em alta do que nunca. Sustentabilidade ambiental, preocupação social são demandas tanto por parte dos consumidores quanto dos governos e órgãos reguladores. Em 2023, argumenta a consultoria McKinsey, chegou a hora de acelerar os compromissos climáticos.

No bloco europeu, a legislação passará a impor maiores exigências à importação. Com isso, as cooperativas exportadoras devem ficar atentas às regulações internacionais relacionadas à agenda ESG. Nesse cenário, um bom caminho é buscar certificações a fim de atestar os compromissos ambientais e sociais na produção. E não é só na Europa – outras regiões também já deram indicações de que devem acompanhar esse movimento.

O relatório de CEOs da PwC aponta que, nessa jornada, parcerias com entidades como ONGs e instituições acadêmicas estão ganhando protagonismo em áreas como:

  • Educação
  • Diversidade, igualdade e inclusão
  • Desenvolvimento sustentável
  • Mudanças climáticas

Além disso, segundo um outro estudo da consultoria PwC, as cooperativas de crédito têm sido cada vez mais demandadas pelos seus cooperados para que se posicionem em relação aos pilares do ESG. Ou seja: entregar resultados em matéria de sustentabilidade é um dos grandes desafios para os negócios para 2023.

5. Reconfiguração das cadeias de suprimentos

Após décadas de globalização das cadeias de suprimentos, há um movimento de regionalização dos fornecedores, registra a McKinsey. Se antes a prioridade era o baixo custo, o desafio para 2023 é buscar novos agentes de fornecimento e aumentar os estoques.

Para negócios com cadeia produtiva complexa, alguns fatores contribuem para se considerar uma decisão estratégica de mudar a base de fornecimento ou o local de produção de componentes. Esses fatores são, por exemplo:

  • Eliminar custos com as taxas de importação
  • Cobrança social
  • Disponibilidade
  • Limitação de risco cambial
  • Menor exposição às moedas estrangeiras

Portanto, a nacionalização dos fornecedores e a proximidade geográfica entre oferta e demanda brasileiras podem gerar ganhos para os negócios. O cooperativismo, como modelo de negócios, já apresenta uma forte ligação com as comunidades – o que pode ser um fator positivo para enfrentar mais esse desafio.

6. Integração da geração Z nas equipes

Os jovens estão ganhando espaço no mercado de trabalho, e um dos grandes desafios é integrar as novas e velhas gerações nas equipes, com seus diferentes hábitos e culturas profissionais. Tudo isso em meio a fenômenos como a grande evasão (quando pessoas se demitem sem ter outro emprego em vista) e a demissão silenciosa (colaboradores desmotivados que fazem somente o mínimo).

A grande diferença da geração Z, composta pelos nascidos entre a segunda metade dos anos 90 e o início dos anos 2010, está na motivação. Enquanto quase metade dos jovens focam na realização pessoal, apenas 25% têm a riqueza como principal motivação.  

Além disso, registra a Wunderman Thompson, uma das características mais notáveis da geração Z é a importância dada ao senso de pertencimento. Portanto, o alinhamento entre valores pessoais e corporativos é pauta prioritária para atrair jovens talentos. Ao todo, 74% desse grupo se recusa a trabalhar em organizações que não condizem com seus valores pessoais.

Com isso, as cooperativas precisam ficar atentas ao que move a geração Z, de forma que consigam atrair os jovens talentos. Uma vez que esse grupo é movido a propósito, o cooperativismo larga na frente para integrar esses novos talentos, mas a jornada segue sendo desafiadora.

Conclusão

O ambiente de negócios apresenta um ano desafiador pela frente, de forma que boa parte das expectativas positivas do último ano foram revertidas, devido ao contexto global. Assim, a retomada esperada no pós-pandemia foi barrada, sobretudo pelas consequências da guerra na Ucrânia.

A partir desse ponto de vista, muitos negócios precisaram readequar suas expectativas de crescimento e suas prioridades. Isso, entretanto, não quer dizer que 2023 não seja um ano cheio de oportunidades. Mesmo em meio aos desafios para os negócios, as cooperativas devem estar de antenas ligadas para identificar tendências e o surgimento de novas possibilidades de mercado.

A transformação digital vem se consolidando, e os avanços tecnológicos proporcionam meios de melhorar a produtividade, encontrar novas parcerias comerciais e construir uma marca ligada à sustentabilidade e ao desenvolvimento social.

Por fim, para encarar o novo ano e fazer o melhor planejamento para a sua cooperativa, confira também as 5 tendências de negócios que você deve acompanhar de perto em 2023 clicando aqui!