Na análise econômica nº 58 mencionamos que, de acordo com o Relatório Mundial de Comércio 2021, da Organização Mundial do Comércio (OMC),  embora inicialmente a pandemia tenha desestabilizado os fluxos do comércio internacional, as cadeias de suprimento se adaptaram rapidamente e os bens continuaram a fluir através das fronteiras. Além disso, as economias começaram a se recuperar de maneira gradual. Contudo, um dos desafios impostos pela pandemia ao comércio internacional se deu na logística de transporte e culminou com uma elevação nos preços dos fretes internacionais. 

Para Julian Thomas, executivo da Maersk, uma das principais companhias de frete marítimo do mundo, a crise dos contêineres, ou seja, a falta de contêineres, é um sintoma de algo muito maior e que tem relação com pandemia da Covid-19.  O executivo explicou em encontro virtual que a retomada da produção somado à demanda acumulada durante os períodos de maior restrição por conta da pandemia resultou na saturação da infraestrutura da logística disponível. Além disso, também ocorreram casos de congestionamentos nos portos e o bloqueio no Canal de Suez, que também contribuíram para a perturbação da logística internacional.  

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Durante o encontro Julian Thomas destacou também que novas restrições podem trazer novos impactos à cadeia de logística global, já que o sistema é interligado. Daí a importância de acompanhar os desdobramentos da pandemia, especialmente no que diz respeito à nova variante Ômicron.  

Para a Euler Hermes, companhia de seguros,  a expectativa para o futuro é de uma crescente aumento na capacidade de transporte, que deve ser de 6,4% da frota existente, e deve entrar em operação no final de 2022. Além disso, a companhia afirma também que o aumento de gastos com infraestrutura portuária nos Estados Unidos deve aliviar significativamente os gargalos de transporte global.  

Para finalizar, é importante reforçar que as perturbações na cadeia de logística global não se restringem ao comércio internacional. Em relatório divulgado em novembro, a Conferência de Comércio e Desenvolvimento das Nações Unidas (UNCTAD) reforçou que o aumento nos custos de transporte marítimo devem alimentar ainda mais a inflação em todo o mundo, com efeito maior para países em desenvolvimento. Para a instituição a disparada no custo de frete deve elevar os preços aos consumidores mundiais em 1,5%. 

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