Olhando o calendário, o ano corrente é 2021. Mas quando o assunto é transformação e aceleração digital, já estamos no Brasil de 2030. E não se trata de viagem no tempo. A provocação é de Renato Mendes, co-autor do livro “Mude ou Morra”. Segundo ele, sob a perspectiva dos negócios, a pandemia trouxe um fenômeno interessante que deveria ser aproveitado por todos: a aceleração no processo de digitalização.

“No cenário pré-pandemia, o digital ‘era quase uma obrigação’, o que estamos vendo hoje é que ele agora é uma necessidade”, afirma Renato, também professor do Insper e da Pontifícia Universidade Católico do Rio Grande do Sul (PUC-RS). 

Para o pesquisador, o surto sanitário, em si, não trouxe elementos novos, apenas acelerou mudanças que já estavam por ocorrer: maior consumo de plataformas on-line como cursos, reuniões, entre outros.

 “Não tem desculpa para não estar se preparando para o digital, porque isso já iria acontecer. A diferença é que essa mudança aconteceria daqui a dez anos, mas aconteceu em alguns meses”, endossa. 

“Estamos vivendo o Brasil digital em 2030. E a minha provocação inicial é: vocês estão preparados para o Brasil digital de 2030?”, questionou ao participar de painel online com a presença de representantes de diversas cooperativas durante a Semana ConexãoCoop. 

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CAMINHO SEM VOLTA 

Na avaliação do especialista, não há alternativa, no mundo de hoje que não passe pelo uso dos canais digitais. E os objetivos são claros: conhecer melhor o público; vender mais; se comunicar om a base. 

As vendas pela internet têm crescido consideravelmente nos últimos anos, mas a partir de março de 2020 houve um verdadeiro boom no mercado on-line. Quer aprender a vender pela internet ? Acesse o curso ” Como vender pela internet” aqui.

 

“O digital tem que estar na agenda de todo mundo, independentemente do setor de atuação ou do tamanho de cada uma das operações”, enfatizou.  

Renato Mendes destaca que vivemos uma mudança de paradigma da “economia tradicional” para a “nova economia”. Por isso, é necessário estar preparado para não ficar para trás e perder relevância. 

“Não temos opção, a não ser entender o funcionamento desse novo mundo digital, conhecer as melhores práticas e se aproveitar delas nos negócios.” Na avaliação dele, é preciso aprender “o jeito startup de fazer negócios”.  

“Essa é a turma que puxa a fila, qualquer que seja o assunto ligado ao digital. Eles recrutam as melhores pessoas, vendem melhor, se comunicam melhor, têm ferramentas de gestão mais eficientes”. 

 CLIENTE EM PRIMEIRO LUGAR 

Entre os principais aprendizados da nova economia, Renato Mendes aponta o que considera o principal: foco no cliente. 

Nas economias tradicionais, empresas e cooperativas desenvolvem um modelo de negócios que funciona para elas, criam um produto internamente e, em seguida, empurram essa “solução” para os clientes.  

Na nova economia – guiada pelo pensamento startup – esse tipo de receita não funciona. O caminho é inverso: elas primeiro ouvem o cliente para depois planejar algo para eles. Existe uma cultura de escuta ativa, que valoriza e prioriza a opinião do usuário final, não havendo espaço para suposições ou achismos.  

Ele alerta, ainda, para um erro comum nas empresas de pensamento analógico: tentar copiar o concorrente em vez de criar soluções para o consumidor.  

“Apaixone-se pelos problemas do seu cliente e não pelo seu produto”, enfatizou.

Ainda segundo ele, a premissa que move as startups é ser mais eficiente na resolução de problemas. “Eu costumo dizer que startup boa é aquela que é resolvedora de problema de cliente. Qual o problema a cooperativa de vocês resolvem? De quem é esse problema? Como é que essa turma resolvia esse problema antes de você existir ou como é que ela resolve com o teu concorrente? Vocês estão colocando na mesa pra fazer melhor? É a melhor condição de pagamento? É a melhor experiência? O que vocês fazem melhor?”, questionou o especialista.

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