Em meio à agenda ESG, a sustentabilidade se tornou um fator de competitividade para os negócios. No entanto, os consumidores não se satisfazem apenas com comunicação: é preciso mostrar que a cooperativa leva a sustentabilidade a sério. Portanto, produzir um relatório de sustentabilidade é uma solução para divulgar suas atitudes ESG.

Um relatório de sustentabilidade é um documento no qual empresas comunicam ao público seu desempenho em aspectos ambientais, sociais e de governança. É outra forma mais abrangente de prestação de contas, separada dos tradicionais balanços financeiros.

A produção de um relatório de sustentabilidade não é obrigatória. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) divulgou em outubro de 2023 a Resolução 193, documento que inclui diretrizes para as organizações que, de forma voluntária, decidirem levar a público suas medidas ESG. As normas são baseadas no padrão internacional emitido pelo International Sustainability Standards Board (ISSB).

Na União Europeia, os relatórios de sustentabilidade tornaram-se obrigatórios a partir deste ano. O bloco econômico adotou as diretrizes estabelecidas pelo European Sustainability Reporting Standards (ESRS). Elas são similares às da ISSB, com o intuito de evitar que grandes empresas europeias precisem elaborar documentos diferentes para divulgação em outras partes do planeta.

Se no Brasil ainda não há obrigatoriedade de divulgar este balanço, por que então investir recursos em sua produção? Vamos conferir neste artigo. Boa leitura!

4 motivos para sua cooperativa fazer um relatório de sustentabilidade

Produzir um relatório de sustentabilidade é uma ótima maneira de comunicar, aprimorar e amadurecer iniciativas ESG. Veja quatro razões para sua cooperativa fazê-lo!

1. Melhorar a própria gestão

Um relatório de sustentabilidade pode ser uma ferramenta para a cooperativa melhorar sua própria gestão. Com informações sobre impacto ambiental, respeito às normas trabalhistas, ações de inclusão e outros em mãos, a cooperativa pode tomar medidas para melhorar sua eficiência operacional.

Outro ponto nesse sentido é que os relatórios de sustentabilidade amplificam a compreensão acerca dos riscos e das oportunidades de mercado. Assim, a cooperativa consegue se posicionar de forma proativa diante de novas regulamentações socioambientais, tendências e desejos de seu público. Com mais detalhes, é possível traçar estratégias mais precisas.

2. Acesso a capital e mercados

Não são apenas os consumidores que avaliam o impacto ESG de empresas para tomar decisões. Os investidores levam em consideração aspectos ambientais, sociais e de governança ao alocar recursos, especialmente aqueles que buscam ganhos estruturados e a longo prazo. Dessa forma, um relatório de sustentabilidade informativo e adepto às normas internacionais pode atrair capital à cooperativa.

Outra forma de captação de recursos é atuar em mercados internacionais, e aí está mais um motivo para que sua cooperativa invista na produção de um relatório de sustentabilidade. É bem verdade que o documento ainda é elaborado de forma voluntária no Brasil. Todavia, a obrigatoriedade já chegou à União Europeia, e a tendência é que mais blocos e países implementem suas próprias regras ao longo dos próximos anos.

À medida que países discutem medidas para frear o avanço do aquecimento global e a crise climática no planeta, a expectativa é que as nações avancem, por exemplo, na regulamentação de emissões de gases do efeito estufa. Conhecer previamente a pegada de carbono de sua cooperativa permitirá um plano de ação e poderá evitar a perda de atuação em mercados internacionais.

3. Aspecto social

Como já indicado anteriormente neste texto, um relatório de sustentabilidade não é composto somente com dados ambientais da cooperativa. O documento também mensura os desempenhos social e de governança da organização.

Em relação ao aspecto social, é daí que vem o “S” da sigla ESG. Ele diz respeito à aderência da organização aos direitos humanos e trabalhistas, além de iniciativas voluntárias para promover equidade e diversidade em âmbitos como gênero, raça e orientação sexual. Também se refere ao envolvimento com a comunidade, conexão direta ao sétimo princípio do cooperativismo.

Uma organização com indicadores positivos no âmbito social mostrará ao mercado que está alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, as ODS. As 17 diretrizes estabelecidas pela organização são um apelo à comunidade internacional em prol de paz, prosperidade e proteção ao meio ambiente. Há na lista pontos que podem guiar as iniciativas sociais de uma cooperativa, como o 5º (igualdade de gênero) e o 8º (trabalho decente e crescimento econômico).

4. Reputação e transparência

Outro motivo pelo qual produzir um relatório de sustentabilidade pode ser positivo para sua cooperativa é a reputação. Estabelecer publicamente a imagem de uma organização preocupada e com ações efetivas em direção à agenda ESG aproxima-a até de outros objetivos já mencionados, como melhorar a governança e atrair investidores.

Realizar prestação de contas com informações verificáveis ajuda a estabelecer um ambiente de transparência na cooperativa, tanto internamente quanto para os stakeholders. É necessário que o relatório passe por uma revisão apurada antes de ser publicado, sendo submetido inclusive a auditoria externa.

Um relatório de sustentabilidade bem redigido e com indicadores positivos é uma forma de comunicar aos stakeholders os ideais que regem as ações da cooperativa. Como em qualquer processo comunicativo, a emissão pode gerar uma resposta: o feedback interno e externo pode trazer sugestões importantes para melhorias, ajudando na construção de marca de uma cooperativa ambientalmente e socialmente sustentável.

Conclusão: a importância de redigir um relatório de sustentabilidade

Hoje, a sustentabilidade é um elemento essencial para garantir a perenização dos negócios. No entanto, não basta apenas ficar no discurso: é importante mostrar as iniciativas sustentáveis com transparência. O relatório de sustentabilidade, dessa forma, é uma ferramenta para consolidar e divulgar a adesão da cooperativa à agenda ESG.

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