A prospecção de mercados realizada pelo Ministério da Agricultura e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) em Israel, em novembro de 2019, serviu para temperar a relação comercial entre os dois países. E já deu até fruto. A Cooperativa dos Produtores Agropecuários da Bacia do Cricaré (COOPBAC) especializada em pimenta-do-reino, acaba de vender 26 toneladas do grão.

A missão internacional contou com a participação de representantes do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. A equipe participou de encontros com dirigentes do programa Smart Import do Ministério da Economia israelense e de ações de promoção comercial e oportunidades de negócios, como o encontro com representantes do Departamento de Comércio Exterior do Ministério da Agricultura de Israel. O grupo também participou da Feira Internacional Israfood e de reuniões no Departamento de Cooperativismo do Movimento Kibutz, além de visitas de campo às cooperativas do país. (veja como foi)

Aqui no Brasil, os 234 produtores da COOPBAC estão comemorando. A cooperativa, que tem apenas 14 anos e detém o título de principal exportadora do país, é a primeira do grupo que esteve em Israel, há dois meses, a fechar negócios.

 

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AGRADECIMENTO

Para o presidente da cooperativa Erasmo Negris, esse é mais um grande passo para a consolidação da COOPBAC como uma das grandes exportadoras da especiaria, além de ser também um marco para o cooperativismo de agricultura familiar. “Pensávamos que seria impossível uma cooperativa de pequeno porte participar de uma missão tão importante. E a comercialização com Israel é muito relevante, graças à sua posição geográfica estratégica, que funciona como um apoio para a inserção da pimenta-do-reino nos países vizinhos”, destacou.

Segundo o presidente, havia uma grande expectativa em concretizar negócios com o país. “Essa primeira venda no pós-missão embarcará, em fevereiro, para a cidade de Hebron. É um impacto muito positivo para a COOPBAC, que tem cerca de 80% de suas atividades focadas no mercado internacional”, avalia Negris.

Para ele, a venda tem um sabor muito significativo. “Eu, como produtor rural, jamais imaginaria que pudesse ser um exportador. E foi o cooperativismo que conseguiu me transformar em um”, comemorou Negris.

Segundo o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, a conquista da COOPBAC é motivo de orgulho para todas as cooperativas do país. “Quando a gente vê um resultado desses, não tem como reconhecer todo o empenho das pessoas em materializar uma ideia, numa das maiores exportadoras do país. Sem dúvidas, é essencial destacar que, quando os cooperados se unem para realizar o objetivo comum da cooperativa, ela vai muito longe e, ainda por cima, mostra que o cooperativismo brasileiro está pronto para qualquer mercado”, comentou Márcio Freitas.

 

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NO BRASIL

A pimenta-do-reino é uma planta trepadeira originária da Índia, mas o Brasil é um dos maiores produtores da especiaria, oscilando entre a segunda e terceira posição no ranking mundial. O grão, uma das especiarias mais antigas e conhecidas do mundo, tem caído no gosto dos produtores brasileiros.

Adaptada a climas tropicais e subtropicais, o cultivo cresce anualmente, encontrando no país condições ideais para o seu desenvolvimento, principalmente no Espírito Santo, Sul da Bahia, além do Pará. Segundo dados do IBGE, de 2015 a 2017 a área destinada a cultura cresceu 28% no Brasil, passando de 22.384 mil hectares para 28.799 mil/ha. No mesmo período a produção mais que dobrou, saindo de 51.739 mil toneladas para 79.371 mil/ton em 2017, um avanço de 53%. Estima-se que 90% de toda a produção de pimenta-do-reino sejam exportados.

 

NO ESPÍRITO SANTO

No dia 5 de dezembro de 2019, a produção de pimenta-do-reino do estado do Espírito Santo teve o pedido de reconhecimento da Indicação de Procedência Norte do Espírito Santo aprovada pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Essa é a primeira Indicação Geográfica da Pimenta-do-reino no Brasil e significa que, agora, o Espírito Santo terá um produto diferenciado para oferecer aos compradores mais exigentes.

Para o superintendente do Sistema OCB/ES Carlos André Santos de Oliveira, ver uma cooperativa de agricultura familiar conquistando espaço no mercado internacional significa que o Sistema OCB/ES está desempenhando sua função com excelência, oportunizando intercâmbios e fortalecendo o cooperativismo capixaba.

“Ver a COOPBAC alcançando um patamar internacional no mercado das especiarias é um motivo de muita alegria para o cooperativismo capixaba. E nosso apoio incondicional às nossas cooperativas tem sido fundamental para contribuir para o crescimento dos negócios em todos os ramos, principalmente no agro”, salientou o superintendente Carlos André. (Com informações do Sistema OCB/ES)