Mercado Internacional
Qualificação é a chave para o acesso à exportação
Apex-Brasil e Ministério da Agricultura oferecem programas para impulsionar a participação de coops no mercado internacional
Exportar proporciona diversas vantagens para o mundo dos negócios. Quem exporta diversifica mercados, aumenta a visibilidade e o reconhecimento de seus produtos e serviços, gera emprego e renda, aumenta a qualificação de seus recursos humanos, e aprimora sua gestão e governança como um todo. Por isso, o comércio exterior é cada vez mais importante, principalmente no contexto atual, em que o objetivo é crescer de forma sustentável, respeitando o meio ambiente e o desenvolvimento socioeconômico.
Para as cooperativas não é diferente. Quanto mais diversificado for o seu mercado, maior as chances de expansão dos negócios e aumento da competitividade. A internacionalização exige, no entanto, a reflexão sobre alguns pontos estratégicos. Pedro Netto, analista de Inteligência de Mercado da Apex-Brasil, e Dalci Bagolin, auditor fiscal agropecuário do Ministério da Agricultura, detalharam os principais passos para qualificar as cooperativas para a entrada no mercado internacional durante a Semana de Competitividade organizada pelo Sistema OCB, entre os dias 22 e 16 de agosto.
Em painel mediado pela comentarista econômica Rita Mundim, os especialistas explicaram que existem três formas básicas de iniciar contatos com o mercado externo: participação em feiras, missões internacional e rodadas de negócios. “Cada um tem uma característica diferente, mas todos contribuem para projetar a imagem do Brasil e da empresa participante, bem como a viabilizar o acesso ao comércio internacional”, disse Dalci.
Segundo Pedro Netto, a participação nesses eventos traz três grandes vantagens. “A primeira é o contato com os potenciais compradores. A segunda, é o contato com os concorrentes e a possibilidade de conhecer como essas empresas trabalham questões como embalagem, preço, distribuição etc. A terceira é a oportunidade de aprender como funcionam os mercados de cada país, o tipo de consumidor que se pretende atender, a cultura de negócios que é praticada e os processos que precisam ser vencidos para efetivamente fechar contratos”.
Tanto a Apex-Brasil quanto o Ministério da Agricultura oferecem programas para qualificar empresas e cooperativas para o comércio exterior. “Atualmente, a maior presença é das cooperativas do ramo agro, mas já temos uma participação significativa de outros ramos também. Tem espaço para todo mundo”, afirmou Pedro Netto. Ainda segundo ele, a Apex desenvolveu um programa exclusivo para cooperativas nesse sentido. “O PEIX Coop é o Programa de Qualificação para Exportação que oferecemos para permitir o início do processo de forma planejada e segura”, acrescentou.
O Ministério da Agricultura promove diversas missões e participações em feiras internacionais importantes ao longo do ano. “Temos buscado sempre a presença das cooperativas nesses eventos em um esforço bastante expressivo para que seus produtos e serviços estejam cada vez mais disponíveis no exterior. A participação em feiras, por exemplo, é relevante porque o público que comparece costuma ter grande poder aquisitivo e o mercado é quase sempre de nicho, permitindo maior valor agregado aos produtos e serviços oferecidos”, destacou Dalci.
Os especialistas ressaltaram ainda que a Ásia é um mercado em expansão e que as cooperativas devem considerar o continente em suas perspectivas de exportação. Também defenderam a inteligência comercial como a chave para a promoção de negócios no mercado exterior como um todo. “A informação precisa e qualificada permite uma tomada de decisão mais assertiva, uma vez que antecipa problemas e tendências”, concluiu Pedro Netto.