Neste exato momento, milhares de transações internacionais estão sendo projetadas e concretizadas. Culturas diferentes, interesses próprios e fatores sociais e econômicos são elementos que impactam diretamente a fluidez de cada uma dessas negociações, tornando um pouco mais desafiador determinar preços ou conseguir finalizar pagamentos. É para isso que existem as operações de câmbio.

Trata-se de uma ferramenta desenvolvida para permitir que nações que usam moedas diferentes possam fazer operações financeiras de maneira mais clara e transparente, algo muito importante para o comércio internacional. Mas para que as flutuações na cotação de moedas estrangeiras e questões políticas não prejudiquem esse processo, é preciso ter uma boa estratégia.

A seguir, falaremos um pouco sobre as operações de câmbio nesse segmento e abordaremos diversos termos que fazem parte da rotina de quem atua nessa área, além de explicar as boas práticas de mercado. Tenha uma ótima leitura!

O que é mercado de câmbio?

Se você está pensando em começar a negociar internacionalmente, precisa entender o que é o mercado de câmbio e como ele funciona. Também conhecido como Forex (Foreign Exchange), esse é o ambiente em que são feitas as negociações com moedas estrangeiras.

Sem ele, as transações entre diferentes países seriam praticamente impossíveis, uma vez que ele envolve bancos, instituições financeiras, empresas, investidores e traders individuais que entram em acordo para permitir que compras e vendas sejam realizadas. Existem dois formatos principais de operações de câmbio. Aqui estão eles, então:

Mercado de câmbio primário

O mercado de câmbio primário se diferencia por acolher transações de câmbios que estão acontecendo pela primeira vez. É ali que acontece uma troca direta de moedas entre duas nações, geralmente concretizadas por meio de contratos de câmbio. É comum que elas sejam realizadas de forma imediata (spot) ou pensando em uma entrega posterior (contratos a termo).

Mercado de câmbio secundário

Nesse caso, estão envolvidas as negociações subsequentes das moedas que foram inicialmente adquiridas no mercado primário. Elas podem ser revendas, recompras e até mesmo outras transações secundárias. Nessa categoria, portanto, as moedas podem ser negociadas entre participantes do mercado sem que haja a criação de novos contratos.

Em resumo, o mercado de câmbio desempenha um papel crucial na facilitação do comércio global, permitindo a conversão de uma moeda para outra e proporcionando liquidez para diversas transações financeiras internacionais. O mercado primário lida com as transações iniciais, enquanto o mercado secundário envolve negociações subsequentes das moedas previamente adquiridas.

O funcionamento do mercado de câmbio

Agora que você já conhece os tipos de operações de câmbio, pode estar se perguntando como esse recurso tão importante funciona na prática. Vale reforçar que, por se tratar de uma área que está sujeita a centenas de fatores políticos, econômicos e sociais, é preciso criar processos muito claros e transparentes em cada etapa da jornada.

Isso inclui a criação e a implementação de três principais regimes de operação de câmbio: o câmbio fixo, o híbrido e o flutuante. Saber a diferença entre cada um deles é essencial para ter sucesso nesse ramo e conseguir se comunicar com outros profissionais da área. Confira um resumo a seguir:

Câmbio Fixo

Muito comum entre as operações de câmbio, este formato consiste em vincular o valor da moeda nacional à outra moeda forte ou a uma cesta de moedas estrangeiras. Nesse caso, tanto o governo quanto outras autoridades monetárias participam se comprometendo com a estabilidade e a constância das taxas envolvidas, podendo interferir no mercado cambial se isso for preciso.

Câmbio Híbrido

Nesse cenário, que também é chamado de câmbio dirigido ou gerenciado, há um meio-termo entre o formato fixo e o flutuante. O valor da moeda pode variar dentro de determinados limites que são projetados pelas autoridades monetárias. Ainda pode haver interferências do governo, mas a diferença é que existe um limite de flexibilidade para a taxa variar.

Câmbio Flutuante

No terceiro e último modelo entre as operações de câmbio, o mercado está no controle. As forças de oferta e demanda determinam as taxas de câmbio e o valor da moeda pode variar livremente, sendo impactado por mudanças econômicas, globais e sociais. É um formato mais desafiador, onde os riscos são maiores e as recompensas também podem ser mais significativas.

Os atores do mercado de câmbio

Vendo essa dinâmica de operações de câmbio, você já deve ter notado que diversos agentes podem intervir no fluxo das negociações internacionais. Aqui vai um resumo do papel dos principais atores envolvidos:

  1. Bancos centrais: formulam e implementam políticas monetárias representando os governos nacionais.
  2. Bancos comerciais: intermediam e facilitam transações para clientes corporativos, institucionais e individuais.
  3. Organizações multinacionais: lidam com operações internacionais e, por isso, convertem moedas e realizam transações frequentemente.
  4. Instituições financeiras: corretoras e fundos de investimento executam transações em nome de clientes ou para os seus próprios portfólios.
  5. Governo: influenciam e implementam políticas econômicas para estabilizar as moedas e o mercado de câmbio.
  6. Trades individuais e investidores: buscam lucro com flutuações nas taxas, usando plataformas online para amplificar ganhos.
  7. Corretoras de câmbio: intermediam transações entre compradores e vendedores em operações de câmbio.
  8. Exportadores e importadores: usam o mercado de câmbio para converter moedas e gerenciar riscos relacionados às suas atividades comerciais.

As operações do mercado de câmbio para negociações internacionais

Quando o assunto envolve operações de câmbio para negociações internacionais, existem dezenas de formatações possíveis. Para que você possa começar a se inteirar sobre essa realidade, vale a pena conhecer algumas das modalidades que são fundamentais na facilitação do comércio global. Aqui estão elas:

Remessas internacionais

Acontece em situações em que há uma transferência de fundos entre fronteiras para concretizar pagamentos ou até mesmo transferências financeiras internacionais. Ela se aplica aos casos de remessas de pessoas físicas, pagamentos de serviços ou transações comerciais.

Câmbio para Importação e Exportação

Sugere uma troca entre uma moeda nacional por uma estrangeira, com intuito de facilitar processos de transações comerciais internacionais. Se uma exportação estiver envolvida, o exportador recebe o pagamento em moeda estrangeira e o importador a moeda em questão para poder finalizar a operação.

Hedge Cambial

Trata-se de uma estratégia comumente usada para preservar empresas contra o risco de flutuações cambiais. Para isso, são usados instrumentos financeiros, tais como contratos a termo ou futuros. Tudo isso colabora para a fixação de uma taxa cambial em futuras compras e vendas.

Câmbio Pronto

É usado em casos de compra ou venda imediata de moeda estrangeira por uma taxa de câmbio já determinada. É muito comum em transações que exigem liquidações rápidas, chegando a casos de apenas dois dias úteis para os processos.

Câmbio Futuro

Aborda a negociação de contratos que determinam qual será a taxa de câmbio para uma data futura. É muito estratégico para as cooperativas que almejam se proteger contra a volatilidade do câmbio.

Adiantamento sobre Cambiais Entregues (ACE)

É um tipo de financiamento que autoriza um exportador a receber antecipadamente um valor em moeda nacional que seja correspondente a uma venda futura em moeda estrangeira. É interessante por gerar liquidez antes mesmo da finalização dos serviços.

Adiantamento sobre Contratos de Câmbio (ACC)

Muito parecido com o ACE, o ACC é um tipo de financiamento que permite que o exportador acesse recursos antecipados em moeda nacional. Tudo é feito a partir de um contrato de câmbio que prevê exportações futuras, e há o comprometimento do exportador em cumprir com a entrega dos serviços.

Como fazer operação de câmbio?

Na hora de atuar com uma operação de câmbio, é preciso seguir um protocolo. A primeira recomendação é consultar instituições financeiras autorizadas, que devem ter um amplo conhecimento acerca dos impostos envolvidos. Opte por empresas que estejam disponíveis para tirar suas dúvidas e que tenham um trabalho sério e reconhecido na área.

Quando tiver parceiros de confiança, converse detalhadamente sobre os custos e documentos exigidos pelas instituições de fiscalização de operações de câmbio, bem como as boas práticas envolvidas nessa jornada.

Chegou a hora romper as fronteiras com as operações de câmbio

Agora que você conhece os principais elementos das operações de câmbio, deve estar querendo saber quais são os primeiros passos para começar a fazer exportações e importações com a sua cooperativa.

Uma boa recomendação é começar explorando o Peiex Coop, que foi desenvolvido pelo Sistema OCB em parceria com a ApexBrasil para facilitar a rotina de líderes interessados no desenvolvimento internacional de suas cooperativas. Por meio do Peiex Coop as cooperativas recebem qualificação para aumentar sua capacidade exportadora.

Para se aprofundar ainda mais nos assuntos práticos ao redor do mercado internacional, confira também o e-book Exportação para Cooperativas III: Questões Operacionais para Exportação!