ESG é uma sigla em inglês para “Environmental, Social e Governance”, que expressa os três pilares da sustentabilidade (meio ambiente, social e governança). Internamente, em uma empresa, o ESG traz os critérios socioambientais levados em conta no momento de embasar sua estratégia e se posicionar publicamente. Externamente, fora de uma companhia, o ESG é usado como uma métrica para avaliar o desempenho de empresas dentro desses três pilares.   

O conceito ESG foi o resultado de uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Banco Mundial, em 2005, na qual 20 instituições financeiras de 9 países diferentes – com o Brasil incluso – se uniram para encontrar uma maneira de abordar as questões ambientais, sociais e de governança no mercado de capitais. Além disso, o termo ESG ganhou bastante destaque no Fórum Econômico Mundial que ocorreu em Davos, no ano de 2020. Na época, a pandemia de covid-19 acelerou e emplacou critérios ESG como centrais nas discussões da perenidade do negócio. 

A relevância da pauta ESG para as empresas se reflete na destinação do orçamento previsto para essas inciativas em 2022, que, de acordo com a Deloitte, deverá crescer em três de cada quatro empresas listadas em recente pesquisa. Segundo eles, 74% das empresas listadas esperam aumentar o orçamento destinado a ESG em 2022.  

Além disso, a pesquisa da Deloitte revela que os indicadores não financeiros, tais como emissão de gases de efeito estufa e representatividade de minorias, têm ganhado relevância e tendem a se tornar tão importantes quanto os indicadores financeiros.  A pesquisa revela que os indicadores não financeiros vêm em uma crescente de relevância nos últimos cinco anos, e é esperado que sigam nessa evolução ao longo do próximo ciclo.  

E o cooperativismo, como se relaciona com a Agenda ESG?  

Acreditamos que existe uma relação bem próxima entre o Cooperativismo e a Agenda ESG, já que algumas das características dessa agenda já estão presentes no modelo cooperativo desde sua fundação. O foco do movimento cooperativista são as pessoas e não o capital, assim, seu maior objetivo é promover melhores condições de vida e renda aos seus cooperados. Isso, por sua vez, impacta na valorização do meio ambiente e promoção do desenvolvimento local das comunidades nas quais as cooperativas estão inseridas.  

Assim, é possível notar que no cooperativismo as premissas da Agenda ESG já são bastante enraizadas, sendo parte do modelo societário, que foca no indivíduo. Diversos pilares da governança corporativa de grandes empresas sempre fizeram parte das práticas cooperativas: gestão democrática, transparência nas decisões, sustentabilidade financeira, entre outros. 

Ou seja, os  critérios ESG afetam as cooperativas e, também são afetados por elas.  Contudo, cada cooperativa já nasce com o objetivo de tornar o mundo um lugar mais justo, feliz, equilibrado e com melhores oportunidades para todos, baseando-se na premissa de que é possível unir desenvolvimento econômico e desenvolvimento social, produtividade e sustentabilidade, o individual e o coletivo.  

Os desafios que a Agenda ESG impõe ao Cooperativismo 

Apesar de não ser um tema novo, como vimos, a Agenda ESG vem se impondo e apresenta alguns desafios para as instituições. No caso do cooperativismo, embora haja essa relação próxima com os temas é  preciso demonstrar isso por meio da implementação de métricas. Assim, cada cooperativa precisa investir em uma estruturação maior das práticas e políticas de ESG que estão desenvolvendo. É preciso transformar nossos princípios e valores em métricas mensuráveis. Sabemos que a agenda ESG é complexa, e permeia diferentes áreas e atividades dentro da cooperativa. Integrar essas informações de forma eficiente, transparente consolidada é um grande desafio para cooperativas e empresas, que podem contar com o apoio da tecnologia para essa tarefa.