Intercooperação
AÇÕES DE INTERCOOPERAÇÃO
BRASIL MAIS COOPERATIVO

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O Programa Brasil Mais Cooperativo foi criado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), em parceria com o Sistema OCB, para fortalecer o coop no Brasil promovendo a intercooperação e disponibilizando assistência técnica e qualificação para cooperativas, em especial da agricultura familiar. Seu objetivo é ampliar as oportunidades de negócios para as cooperativas e fortalecer o nosso modelo de negócios de norte a sul do país. Inclusive, um dos eixos de atuação do programa é voltado para o desenvolvimento do coop na Região Nordeste. Todas as iniciativas são construídas de maneira colaborativa na Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo, que também conta com uma diretoria de Cooperativismo e Acesso a Mercados. Por lá são pensadas as ações para inserir e impulsionar as cooperativas brasileiras, especialmente aquelas de pequeno e médio portes. Juntos, OCB e Mapa, estão realizando diversas ações que impactam as coops diretamente.
NOSSAS AÇÕES
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O Programa Brasil Mais Cooperativo foi criado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), em parceria com o Sistema OCB, para fortalecer o coop no Brasil promovendo a intercooperação e disponibilizando assistência técnica e qualificação para cooperativas, em especial da agricultura familiar. Seu objetivo é ampliar as oportunidades de negócios para as cooperativas e fortalecer o nosso modelo de negócios de norte a sul do país. Inclusive, um dos eixos de atuação do programa é voltado para o desenvolvimento do coop na Região Nordeste. Todas as iniciativas são construídas de maneira colaborativa na Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo, que também conta com uma diretoria de Cooperativismo e Acesso a Mercados. Por lá são pensadas as ações para inserir e impulsionar as cooperativas brasileiras, especialmente aquelas de pequeno e médio portes. Juntos, OCB e Mapa, estão realizando diversas ações que impactam as coops diretamente.
Plataforma de Intercooperação e Negócios

Plataforma de Intercooperação e Negócios
Intercooperação é sinônimo de prosperidade e longevidade para o cooperativismo. E ter uma plataforma que incentive e fomente essa prática, elimina as barreiras que impedem que coops nos quatro cantos do Brasil façam negócios. É simples, ela funciona como uma vitrine onde as cooperativas expõem seus produtos e serviços e são encontradas facilmente por outras cooperativas. A NegóciosCoop nasceu em um momento desafiador, para atender a demanda que explodiu junto com a pandemia em 2020. Agora, a plataforma digital de negócios entre coops brasileiras caminha para se consolidar como um grande marketplace cooperativista, ocupando um espaço importante no mercado. Se a sua coop ainda não está nessa grande vitrine digital, não perca tempo, cadastre-se agora em negocios.coop.br.
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Intercooperação é sinônimo de prosperidade e longevidade para o cooperativismo. E ter uma plataforma que incentive e fomente essa prática, elimina as barreiras que impedem que coops nos quatro cantos do Brasil façam negócios. É simples, ela funciona como uma vitrine onde as cooperativas expõem seus produtos e serviços e são encontradas facilmente por outras cooperativas. A NegóciosCoop nasceu em um momento desafiador, para atender a demanda que explodiu junto com a pandemia em 2020. Agora, a plataforma digital de negócios entre coops brasileiras caminha para se consolidar como um grande marketplace cooperativista, ocupando um espaço importante no mercado. Se a sua coop ainda não está nessa grande vitrine digital, não perca tempo, cadastre-se agora em negocios.coop.br.
Intercooperação

Intercooperação
Redução de custos, combinação de competências, inovação na oferta de produtos e serviços, aumento da competitividade. Benefícios como esses são resultado da intercooperação, uma estratégia de negócio onde mais pessoas cooperam e ganham.
Por meio de parcerias, duas ou mais cooperativas, do mesmo setor produtivo ou de diferentes mercados, firmam acordos de transações comerciais, de prestação de serviços, de cooperação técnica ou financeira.
Sexto princípio do cooperativismo, a intercooperação possibilita a geração de trabalho e renda, além do desenvolvimento de comunidades onde as cooperativas estão localizadas.
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Redução de custos, combinação de competências, inovação na oferta de produtos e serviços, aumento da competitividade. Benefícios como esses são resultado da intercooperação, uma estratégia de negócio onde mais pessoas cooperam e ganham.
Por meio de parcerias, duas ou mais cooperativas, do mesmo setor produtivo ou de diferentes mercados, firmam acordos de transações comerciais, de prestação de serviços, de cooperação técnica ou financeira.
Sexto princípio do cooperativismo, a intercooperação possibilita a geração de trabalho e renda, além do desenvolvimento de comunidades onde as cooperativas estão localizadas.
CONTEÚDOS RELACIONADOS

Por que a intercooperação pode ser um grande diferencial estratégico
Diante do elevado número de opções para o consumidor, das expectativas sobre o papel das organizações e da necessidade constante de inovação, pode-se dizer que o mercado atual é bastante competitivo. Fato que se acentua especialmente quando todas as outras organizações do ramo são suas concorrentes. As cooperativas podem olhar para este mercado competitivo de maneira singular. A intercooperação, uma característica fundamental do movimento, é capaz de fortalecer a organização e até mesmo transformar concorrentes em aliados. Se a intercooperação for integrada de maneira consistente ao modus operandi da cooperativa, aparecendo no planejamento e na execução de projetos, pode se transformar em um verdadeiro diferencial estratégico. Confira neste artigo do NegóciosCoop quais os benefícios de intercooperar e conheça exemplos reais dessa prática. 1. Intercooperação é princípio Intercooperar é mais que uma simples palavra utilizada para propagar a imagem do cooperativismo, é um verdadeiro princípio. Nas palavras da Aliança Cooperativa Internacional, “as cooperativas servem seus membros de maneira mais efetiva e fortalecem o movimento ao trabalharem juntas através de estruturas locais, nacionais, regionais e internacionais”. Além de ser o sexto princípio do cooperativismo, a intercooperação é, portanto, uma forma de impulsionar o movimento. A colaboração entre organizações é uma ótima ideia e, como veremos adiante, a realidade sustenta a teoria em diversos exemplos. A intercooperação pode ocorrer dentro do próprio sistema ou entre cooperativas sem conexão prévia. As parcerias são organizadas de diversas formas, mas há dois tipos mais comuns: Horizontal: cooperativas de ramos diferentes unem forças para obter benefícios em conjunto, cada uma prestando serviços coerentes à sua área. Vertical: cooperativas do mesmo setor se unem para criar uma central, a fim de consolidar e expandir uma marca unificada. Agora que você já sabe o básico sobre intercooperação, conheça motivos para incorporar essa prática ao planejamento estratégico da sua cooperativa. 2. Fortalece a inovação Não restam dúvidas que inovar é uma enorme vantagem competitiva. Portanto, apostar em uma estratégia que fomente a inovação é um passo na direção correta. E é justamente esse um dos benefícios proporcionados pela intercooperação. Dificilmente uma pessoa é capaz de conceber inovações sozinha e transformá-las em um sucesso. Inovar é um processo que demanda pesquisa, compreensão sobre o público-alvo e aperfeiçoamento. As interações entre colaboradores ajudam a incentivar a experimentação, o teste de hipóteses para aprimorar as ideias originais. Quando trabalhadores de diferentes cooperativas apresentam suas perspectivas, o resultado tende a ser mais completo, englobando insights diversificados ao produto ou serviço. Lançar uma inovação é mais fácil quando a organização se relaciona de forma consistente com uma base de clientes – ou cooperados. E quando duas ou mais cooperativas trabalham em conjunto, amplia-se o chamado efeito de rede, a disseminação do novo produto ou serviço para que ele se torne viável. Comunicar sobre a inovação a diferentes comunidades e expandir os meios de acesso ajuda a elevar a demanda, consolidando a rede de impacto. Por fim, criar novos produtos e serviços é mais simples quando a responsabilidade é compartilhada. De acordo com a mais recente Pesquisa de Inovação no Cooperativismo Brasileiro, a falta de recursos financeiros é a principal barreira para inovar, atingindo 46% das cooperativas. A intercooperação surge como uma alternativa para unir forças e combinar investimentos, expertise técnica ou até mesmo acesso a novos mercados. Encontra soluções criativas É natural que uma cooperativa encontre problemas em sua operação ao longo do tempo. Seja na atividade principal – na produção, na distribuição ou na venda – ou seja uma questão interna – a comunicação com os colaboradores, por exemplo –, é importante buscar rotas para otimizar os processos. A questão é que, em alguns casos, a solução não está no escopo de atuação da organização. É justamente nesses contextos que mais um benefício da intercooperação fica evidente: o trabalho conjunto em busca de respostas criativas. A solução para resolver o problema da sua cooperativa pode já existir, talvez você apenas não saiba. Atuar em parceria com organizações especializadas em outras áreas, especialmente em desenvolvimento tecnológico, tem potencial para tirar ideias do papel, modernizar operações antigas e resolver questões multidisciplinares, impossíveis de serem solucionadas por apenas uma organização. Diante das possibilidades tecnológicas atuais, intercooperar se torna uma tarefa cada vez mais simples. As reuniões podem ocorrer a distância, a troca de informações pode ser virtual e os canais de comunicação são instantâneos. Isso expande fronteiras e aumenta a possibilidade de encontrar a cooperativa ideal para trabalhar em conjunto. Une organizações com valores similares O mercado atual exige mais que somente produtos e serviços, e espera que as organizações entreguem mais que apenas resultados. É essencial para as marcas terem propósito, valores e motivações. No cooperativismo, a construção dessa reputação é impulsionada pela credibilidade de um movimento com séculos de história e princípios claros. Mas é possível potencializá-la ainda mais. Trabalhar em conjunto com outra organização de reputação positiva reforça que sua cooperativa está interessada em cumprir um propósito maior que os resultados financeiros. Quando uma organização faz o bem, ela fortalece a própria imagem. Já quando o esforço vem de diversas frentes, o movimento cooperativista cresce, atingindo maiores públicos e propagando os seus benefícios. A escolha pelo trabalho conjunto vai além da reputação e se reflete em uma questão comercial. Ao unir-se a organizações do mesmo setor, concorrentes podem virar parceiros, e os ganhos compartilhados impulsionam a atividade econômica e o desenvolvimento social. A colaboração facilita o desenvolvimento de um ecossistema de inovação e a troca de conhecimento. Por fim, outro possível benefício da intercooperação é a união de forças em prol de iniciativas sustentáveis. Observa-se que diversos exemplos de colaboração entre cooperativas têm como foco a preservação ambiental. A junção de recursos ajuda a tirar projetos do papel, contribuindo para o planeta e para a reputação das cooperativas envolvidas. Casos práticos de intercooperação Diante de tantos bons motivos, fica evidente por que a intercooperação pode ser um diferencial estratégico significativo. Confira a seguir exemplos práticos de como as cooperativas têm trabalhado em conjunto para alcançar seus objetivos. Inovação na agropecuária Frísia, Castrolanda e Capal são cooperativas paranaenses de longa história no ramo agropecuário. Elas deixaram de ser concorrentes para adotar o caminho da intercooperação em 2014, quando fundaram a marca Unium, uma representação de seus objetivos unificados. Sete anos depois, as organizações decidiram elevar a parceria a um novo nível. As três cooperativas criaram o CoopMode, um ecossistema de inovação, e convidaram a Agrária para participar. O projeto incentiva a cultura de inovação, alinha projetos conjuntos e conecta as organizações a outros ecossistemas similares. Diante de desafios em comum, nomes fortes da agropecuária se uniram e vêm modernizando o setor. Desejo de intercooperação culmina em energia limpa A Certel, do ramo de infraestrutura, promoveu reuniões com cooperativas do Sistema Sicredi em busca de oportunidades de intercooperação benéficas para todos os lados. Surgiu, assim, a ideia de construir a hidrelétrica Vale do Leite, visando ampliar a geração de energia limpa. O projeto, viabilizado financeiramente pelo apoio do Sicredi, atende quatro cooperativas de crédito do sistema: Região dos Vales, Ouro Branco, Integração RS/MG e Botucaraí. Após captação de quase R$ 50 milhões, o projeto saiu do papel e se tornou a quinta hidrelétrica da Certel. Além de beneficiar as cooperativas, a geração de energia elétrica estimula o desenvolvimento socioeconômico da região. Saúde na palma da mão Devido à urgência sanitária provocada pela pandemia de Covid-19, decretada em 2020, a Unifop precisou adaptar seus serviços de maneira urgente. A solução encontrada pela cooperativa de saúde foi lançar um sistema de telemedicina. O projeto só ganhou corpo devido à intercooperação. A elaboração e o desenvolvimento da ferramenta que assegura o atendimento a distância ocorreu em parceria com a LibreCode, cooperativa especializada em desenvolvimento de softwares. A iniciativa se mostrou um sucesso, atendendo às demandas daquele contexto e ajudando a Unifop a ampliar sua área de atuação para o futuro. Escola de capacitação estimula avicultura A Coagru, cooperativa agroindustrial paranaense, decidiu expandir sua atuação e ingressar na avicultura. A novidade, no entanto, veio acompanhada de problemas, tendo em vista que nem todos os produtores possuíam a expertise necessária ou propriedades adequadas. Diante da dificuldade para encontrar trabalhadores qualificados nessas funções, a solução encontrada foi a capacitação dos cooperados. Surgiu assim a Escola Técnica Avícola, com aporte de R$ 1,5 milhão do Sicredi Vale do Piquiri para obras. A construção da estrutura de treinamento elevou a produtividade da Coagru e fortaleceu a atividade avícola na região, contemplando os objetivos das duas cooperativas. Assembleias digitais mais simples e modernas A Coopersystem, cooperativa de trabalho especializada em tecnologia da informação (TI), desenvolveu o Curia, um aplicativo propício para a realização de assembleias gerais ordinárias a distância. Em um primeiro momento, a ideia era utilizá-lo apenas internamente. Entretanto, os planos se alteraram diante da pandemia e da necessidade de outras cooperativas, o que resultou em intercooperação. O sistema passou a ser utilizado por outras organizações, como a Cogem, a Expocaccer e a Unimed Federação Rio. O Curia registra a presença dos cooperados nas assembleias, transforma pautas em votações e, quando necessário, inclui propostas em tempo real. O aplicativo garante uma alternativa nova e segura de participação nas reuniões. Conclusão: o poder da intercooperação para os negócios A teoria e a prática mostram que a intercooperação tem alto potencial de ser um diferencial estratégico, trazendo ganhos à organização em diversas frentes. Se a sua cooperativa não une forças com outras associações de maneira consistente, não perca tempo e busque possibilidades de trabalho em conjunto. Alinhar interesses de diferentes cooperativas nem sempre será uma tarefa simples. Prepare-se para lidar com essas situações com o curso sobre negociação e processos decisórios! Aprenda a desenvolver uma visão sistêmica e as melhores abordagens para adotar em reuniões decisivas.

Parcerias público-privadas: tudo o que você precisa saber e como participar
O cooperativismo tem como um de seus princípios fundamentais o interesse pela comunidade, que vira realidade através do trabalho de cooperativas para estimular o desenvolvimento socioeconômico sustentável. Mas você sabia que há uma forma de promover esse impacto positivo e ainda arrecadar recursos públicos? Sim, essa possibilidade existe: são as parcerias público-privadas (PPPs)! As PPPs trazem benefícios para a sociedade, para o Governo e para o setor privado. Confira neste texto detalhes sobre seu funcionamento e saiba como envolver a sua cooperativa nessas parcerias. O que são e para que servem as parcerias público-privadas Como vimos, as parcerias público-privadas são parcerias entre o Estado – seja em instância federal, estadual ou municipal – e organizações privadas – como cooperativas ou empresas mercantis. Essa união tem o intuito de aprimorar ou implementar uma política pública, especialmente em áreas onde os recursos governamentais não são suficientes. Conforme estabelecido na Lei 11.079/2004, as parcerias público-privadas são firmadas através de contratos de concessão. Estes são divididos em duas modalidades: a patrocinada, quando a cobrança de tarifas ao beneficiário complementa o pagamento governamental, e a administrativa, quando o poder público arca integralmente com os custos sem repasse ao usuário. Seja qual for a modalidade, uma PPP só acontece quando é a melhor alternativa possível. Toda parceria público-privada passa por um estudo de viabilidade, que analisa tecnicamente, economicamente e juridicamente se este modelo é mais vantajoso que outras alternativas, como execução do projeto diretamente pelo Estado ou licitações tradicionais. Contratos de PPPs As parcerias público-privadas costumam ter contratos de longo prazo, tendo em vista que seu objetivo é beneficiar a população através de políticas públicas de impacto. A lei prevê que as concessões tenham duração mínima de cinco anos e máxima de 35 anos. O limite é superior às licitações públicas tradicionais, que, entre diversas segmentações, podem chegar a no máximo 30 anos, mas costumam ser mais curtas. Desse modo, o tempo de vínculo das parcerias público-privadas é estabelecido previamente em edital. O contrato também estabelecerá metas e padrões de qualidade que devem ser cumpridos para a manutenção da parceria. A lei das PPPs foi atualizada em 2012, incluindo a possibilidade de remuneração variável à instituição privada, vinculada ao seu desempenho. Para as cooperativas, as PPPs representam uma oportunidade de aproximação a seus próprios ideais. Promover o desenvolvimento socioeconômico está entre os princípios básicos do movimento. Estabelecer parceria com o governo neste tema garante apoio estratégico e financeiro para entregar projetos efetivos e adequados às necessidades da população. Saúde: o ramo com alto potencial para parcerias público-privadas As PPPs são uma forma moderna de aplicar políticas públicas e podem ser cada vez mais exploradas para estimular o desenvolvimento social e a solidez econômica de companhias privadas. Seu potencial ainda está longe de ser maximizado. O Sistema OCB identifica e aposta em um segmento no qual o cooperativismo pode beneficiar e ser beneficiado pelo crescimento das PPPs: o ramo da saúde. De acordo com o mais recente Anuário do Cooperativismo, as cooperativas de saúde abrangem 90% do território nacional, marcando presença em todos os estados. O amplo alcance e a presença de figuras com expertise à frente dessas associações demonstram como o movimento tem capacidade para ajudar na implementação de políticas públicas. Na saúde, a lei prevê que todas as PPPs devem ser do tipo administrativo, no qual o Poder Público arca com os custos integrais da contratação. O setor privado atua como um complemento à saúde pública, com os serviços estatais ainda sendo tratados como prioritários. Ainda raras, as principais oportunidades para as cooperativas estão em provisão de serviços, gestão de unidades hospitalares e obras. O cooperativismo de saúde já beneficia 20 milhões de pessoas em território nacional. O setor gera valor para as comunidades onde está presente, e isso pode crescer ainda mais com investimentos públicos. As PPPs são estáveis, devido aos contratos de longa duração, e têm foco na eficiência. Apoio do Sistema OCB Responsável por representar os interesses do cooperativismo no território nacional, o Sistema OCB acredita no papel estratégico das PPPs na saúde e propaga informações sobre o tema. Assim sendo, a entidade realizou workshops para mostrar como o modelo de negócio funciona na prática, com visitas técnicas a casos consolidados em Belo Horizonte e Salvador. Para capacitar as cooperativas de saúde a explorarem de vez esse segmento, o Sistema OCB preparou, em parceria com a consultoria do Radar PPP, o “Guia sobre PPPs em saúde”. O material traz informações relevantes, dados e recomendações para as organizações interessadas. Outras possibilidades de parcerias O Sistema OCB identifica na saúde um ramo com alto potencial para as PPPs, mas esse está longe de ser o único segmento onde as parcerias são uma alternativa viável. O Governo Federal, os estados e os municípios têm explorado as possibilidades de trabalho conjunto com a iniciativa privada. As cooperativas de infraestrutura podem encontrar diversas possibilidades de contratação em PPP. Essas parcerias são aplicáveis em segmentos fundamentais para cidades. Concessão de rodovias, obras de saneamento básico, aprimoramento da iluminação pública, construção de hospitais… Organizações do ramo de infraestrutura têm potencial para contemplar todas essas necessidades. O campo também precisa de modernização em sua infraestrutura, assunto do qual as cooperativas agropecuárias entendem bem. Projetos para desenvolver a irrigação em regiões onde não há esse maquinário e melhorias na armazenagem e logística podem se tornar realidade por meio de parcerias público-privadas. Como participar de parcerias público-privadas Antes de usufruir dos benefícios da parceria e trabalhar em conjunto com o poder público, toda cooperativa que deseja participar de parcerias público-privadas deve estabelecer um ponto focal. Um ou mais colaboradores devem se aprofundar no tema, estudando especificidades do ramo, e monitorar projetos para os quais a cooperativa tem condições de pleitear a concessão. Organizações interessadas em parcerias público-privadas devem, idealmente, acompanhar os projetos em questão desde suas etapas iniciais. Quem entende a complexidade da iniciativa desde seu estudo de viabilidade consegue se preparar com maior antecedência e precisão. Há ainda a consulta pública, etapa na qual as cooperativas podem apresentar comentários e sugestões, e a audiência pública. A participação ativa nas raízes da parceria ajuda a assegurar que os contratos de concorrência pública sejam benéficos a todas as partes. Onde encontrar editais de PPP? Passado esse rito, as PPPs chegam à concorrência pública através da divulgação de edital, minuta de contrato e anexos. A veiculação desses documentos é dispersa, por isso listamos a seguir órgãos e instituições que vale a pena monitorar com atenção. Um projeto de destaque na articulação e estruturação de PPPs no Brasil é o Programa Parcerias de Investimento (PPI), lançado em 2016. Através de seu portal, o programa classifica e divulga projetos estratégicos. O PPI trabalha para facilitar a interação entre Estado e setor privado, atuando em apoio a ministérios e agências reguladoras. Outra possibilidade de divulgação de PPPs é através dos sites de municípios e estados. Nesse caso, a cooperativa deve se informar sobre os procedimentos específicos das regiões de seu interesse. A grande quantidade de órgãos pode dificultar o acesso às PPPs mais adequadas aos interesses e possibilidades da sua cooperativa. Justamente para ajudar nessa missão existe o Radar de Projetos, um sistema desenvolvido pela Radar PPP. A listagem é atualizada diariamente a partir de documentos públicos oficiais, com detalhamento sobre o ciclo de vida de cada iniciativa. Alternativas além da licitação completa Ganhar a concorrência pública não é a única forma de se envolver em PPPs. Sua cooperativa pode inclusive direcionar seus esforços para atuar de forma “secundária” nos projetos. Um caminho é através da subcontratação, caso em que uma organização presta serviços à vencedora da licitação. Isso pode acontecer, por exemplo, quando uma organização do ramo de infraestrutura assume a responsabilidade de construir e gerenciar um hospital. Nessa situação, a concessionária pode recorrer à expertise de uma cooperativa de saúde para prestar serviço de qualidade à população. Conclusão: oportunidades de negócios em parcerias público-privadas Depois de saber mais sobre o que são, como funcionam e como sua cooperativa pode entrar em PPPs, certamente você sai melhor preparado para encontrar e aproveitar oportunidades de parceria com o Poder Público. Sabia que os recursos governamentais também podem estimular a inovação dentro da sua cooperativa? Existem diversos editais de fomento que remuneram projetos inovadores, e o Radar de Financiamento do InovaCoop reúne os principais em um só lugar. Clique e confira!

7 dicas de intercooperação para fazer parcerias de sucesso nos negócios
A intercooperação é o princípio do cooperativismo que estimula o empreendedorismo colaborativo, cria oportunidades de negócios e fortalece o ecossistema cooperativista. Esse princípio vai além das fronteiras tradicionais do cooperativismo, desencadeando uma poderosa sinergia entre cooperativas e empreendedores, o que pode ser tornar diferencial significativo para o seu negócio. Está preparado para explorar como a intercooperação pode revolucionar suas estratégias de parceria? Neste conteúdo, apresentaremos sete dicas valiosas que o guiarão pelo caminho da cooperação eficaz, auxiliando-o na construção de parcerias de sucesso capazes de impulsionar seu negócio a novos patamares. Confira! Afinal, o que é intercooperação? Antes de apresentarmos as dicas sobre esse princípio tão importante, vale relembrar o que este conceito representa. O termo se baseia na ideia de estabelecer alianças, parcerias e empreendimentos conjuntos, com o propósito de fortalecer não apenas os membros das cooperativas envolvidas, mas também a comunidade em geral. No entanto, existem algumas barreiras que podem comprometer a colaboração entre as cooperativas, entre elas as diferenças culturais, visões diferentes sobre o que é intercooperação e o medo de perder a autonomia. Mas a boa notícia é que, à medida que as cooperativas compreendem a verdadeira relevância desse princípio para o futuro dos negócios, essas dificuldades podem ser vencidas. Por que a intercooperação é tão importante? A intercooperação é um pilar essencial no cooperativismo, promovendo o sucesso, resiliência e impacto positivo das cooperativas e comunidades. Ela permite a ampliação de recursos e economia de escala, facilitando a redução de custos e o crescimento eficaz. Além disso, viabiliza o acesso a novos mercados, fomenta a inovação e fortalece a cooperativa para superar os desafios. A intercooperação também está alinhada com os valores cooperativos, promovendo a solidariedade, além de apoiar a educação cooperativista e ter um impacto positivo nas comunidades por meio de projetos sociais, ambientais e econômicos. Quais os tipos de intercooperação? De modo geral, existem alguns tipos de intercooperação, mas os principais deles são a horizontal e a vertical. Na horizontal, as cooperativas de ramos diferentes colaboram entre si. É crucial que ambas respeitem os serviços oferecidos uma pela outra para obter os benefícios da parceria. Por exemplo, várias cooperativas de produtores de leite podem se unir para adquirir insumos e equipamentos em comum ou para promover seus produtos em conjunto. Já na vertical, as cooperativas do mesmo setor se associam para criar uma central. Por exemplo, produtores agrícolas que são membros de uma cooperativa podem colaborar com uma cooperativa de processamento de alimentos para garantir uma cadeia de suprimentos eficiente e de alta qualidade. O objetivo é fortalecer a marca no mercado e ganhar reconhecimento em níveis regional, nacional e internacional. Agora que você já entendeu o conceito, a importância e quais os tipos de intercooperação, está na hora de entender como ela funciona na prática. Pensando nisso, criamos esse guia com 7 dicas valiosas para ter uma intercooperação de sucesso. 7 dicas para ter uma intercooperação de sucesso As dicas de intercooperação oferecem um roteiro poderoso para o sucesso das cooperativas. Vamos explorar essas estratégias em detalhes: 1. Faça parceria em busca de benefícios mútuos complementares Uma das chaves para uma intercooperação bem-sucedida é estabelecer parcerias que ofereçam benefícios mútuos complementares, ou seja, em vez de competir entre si, as cooperativas podem explorar suas capacidades e recursos exclusivos para criar sinergias poderosas. Isso pode incluir a combinação de recursos financeiros, expertise técnica ou acesso a mercados específicos. Ao trabalharem em conjunto, as cooperativas podem oferecer soluções mais abrangentes e atraentes para seus clientes, tornando-se uma escolha mais atrativa no mercado. Além disso, ao compartilharem riscos e custos, as parcerias intercooperativas tornam-se mais resilientes aos desafios e incertezas do mercado, o que é fundamental para garantir a estabilidade a longo prazo. Um exemplo notável disso é a parceria histórica de crédito entre a Cocamar e a Sicredi Dexis. Ao unir forças, essas cooperativas puderam oferecer serviços financeiros mais abrangentes e vantajosos para seus membros, demonstrando como a colaboração pode ser uma estratégia vencedora. 2. Compartilhe infraestrutura para ganhar escala A escalabilidade é um fator-chave para o crescimento sustentável. Ao compartilhar infraestrutura, as cooperativas podem ampliar sua presença e capacidade sem os altos custos associados à construção e manutenção de infraestrutura separada. Isso se traduz em uma maior eficiência operacional e na capacidade de atender a um número maior de clientes ou membros. Um exemplo prático desse princípio é a colaboração entre cooperativas agropecuárias no Paraná, que se uniram para proporcionar uma infraestrutura tecnológica inovadora por meio do projeto UniTI. Compartilhar recursos tecnológicos e de logística permitiu que essas cooperativas otimizassem seus processos, reduzissem custos e, ao mesmo tempo, oferecessem serviços de maior qualidade. Da mesma forma, sistemas de cooperativas de crédito têm adotado esse princípio, compartilhando redes de caixas eletrônicos, sistemas de processamento de transações e até mesmo espaços físicos, tornando-se mais acessíveis e convenientes para seus membros. Essa abordagem não apenas impulsiona a expansão das cooperativas, mas também fortalece sua competitividade e resiliência no mercado, tornando-as mais preparadas para enfrentar os desafios e as oportunidades do futuro. 3. Encare concorrentes como potenciais parceiros Mudar a perspectiva em relação aos concorrentes pode ser uma jogada estratégica inovadora. Ao invés de competir ferozmente, as cooperativas podem descobrir maneiras de colaborar e fazer negócios conjuntos para benefício mútuo. Como no caso da formação da Unium, resultado da união das cooperativas Castrolanda, Frísia e Capal. Ao perceberem que poderiam criar mais valor trabalhando juntas do que competindo entre si, essas cooperativas revolucionaram a indústria, expandiram seus mercados e melhoraram seus serviços. A inclusão da Aurora na marca ampliou ainda mais o alcance e a influência da Unium, demonstrando que a intercooperação não apenas fortalece as cooperativas, mas também impacta positivamente suas comunidades e setores industriais como um todo. Essa abordagem criativa de colaboração com concorrentes é um testemunho do potencial transformador da intercooperação no cenário empresarial atual. 4. Construa uma cadeia de intercooperação Construir uma cadeia de intercooperação é uma estratégia poderosa para ampliar o alcance e os benefícios das cooperativas. Elas podem fazer negócios com outras cooperativas complementares, aproveitando seus pontos fortes únicos. A Expocaccer fez exatamente isso. Ela realizou suas assembleias digitais utilizando a tecnologia desenvolvida pela Coopersystem. Essa parceria não apenas melhorou a eficiência das operações da Expocaccer, mas também demonstrou como as cooperativas podem colaborar em várias etapas da cadeia de valor, criando um ciclo de intercooperação. O artigo do NegóciosCoop fornece insights valiosos sobre como essas parcerias estratégicas podem ser implementadas com sucesso e como elas têm o potencial de revolucionar o panorama cooperativo, impulsionando o sucesso e a inovação. Vale a pena conferir! 5. Some forças em busca da inovação A busca pela inovação é fundamental nos negócios contemporâneos, e a intercooperação pode ser um veículo eficaz para alcançar esse objetivo. Assim como o superapp da Seguros Unimed, que surgiu por meio da intercooperação entre cooperativas singulares do Sistema Unimed. Ao unirem suas forças, essas cooperativas puderam criar uma solução inovadora que atende às necessidades em constante evolução de seus membros. Isso destaca como a colaboração pode resultar em produtos e serviços mais avançados e competitivos. Além disso, é importante ressaltar que a inovação não está limitada apenas a produtos e serviços, mas também se estende a processos internos e modelos de negócios. A intercooperação proporciona um ambiente propício para a troca de conhecimento e experiência entre cooperativas, o que pode levar a melhorias significativas em áreas como gestão, tecnologia e sustentabilidade. 6. Intercooperação para a educação A intercooperação também desempenha um papel significativo na promoção da educação cooperativista. Exemplos como a Favoo, uma faculdade em Vilhena mantida por Coopevi e Sicoob Credisul, e a Faculdade Unimed, demonstram como as cooperativas estão fortalecendo o setor educacional do ramo. Programas educacionais, como cooperativas escolares em parceria com escolas locais, desempenham um papel fundamental na conscientização e no desenvolvimento de jovens líderes cooperativistas. Essas iniciativas não só capacitam as futuras gerações, mas também reforçam a compreensão da importância da colaboração e da solidariedade em todas as esferas da sociedade, contribuindo assim para a construção de um futuro mais cooperativo e sustentável. 7. Leve em consideração o impacto na comunidade Por fim, mas não menos importante, é essencial que as cooperativas considerem o impacto positivo que a intercooperação pode ter em suas comunidades. Projetos como "A energia que nos une", liderado por Certel e Sicredi para a construção da Hidrelétrica Vale do Leite, ilustram como as cooperativas podem unir forças para promover o desenvolvimento local e sustentável. Esses esforços não apenas beneficiam as cooperativas envolvidas, mas também melhoram a qualidade de vida das comunidades em que atuam, fortalecendo ainda mais os laços entre as cooperativas e seus membros. Em resumo, as estratégias apresentadas acima representam abordagens práticas e eficazes para fortalecer o cooperativismo, promover a inovação, apoiar a educação cooperativista e criar impacto positivo nas comunidades. A intercooperação é uma via promissora para o crescimento e o sucesso contínuo demonstrando que, ao trabalharem juntas, as cooperativas podem alcançar resultados notáveis e construir um futuro mais próspero para todos os envolvidos. Intercooperação para vender mais Outro ponto importante sobre a intercooperação é que, quando aplicado estrategicamente, o princípio pode ser um poderoso impulsionador das vendas e do sucesso nos negócios. Assim com a Supercampo: o marketplace cooperativista que ganhou força no cooperativismo agropecuário. Ao estabelecer parcerias colaborativas com outras cooperativas ou empresas complementares, as organizações podem expandir seus mercados, diversificar sua oferta de produtos e serviços e, assim, atrair um público mais amplo e exigente. A sinergia resultante dessas parcerias não apenas aumenta as oportunidades de vendas, mas também fortalece a posição competitiva das cooperativas, permitindo que ofereçam soluções mais abrangentes e atraentes para seus clientes. Neste cenário, a intercooperação se revela não apenas como uma estratégia inteligente, mas também como um caminho eficaz para vender mais e prosperar no mercado. Conclusão Em um mundo cada vez mais complexo e interconectado, a intercooperação emerge como um conceito essencial para o sucesso e a sustentabilidade das cooperativas. As sete dicas apresentadas neste artigo delineiam, mesmo que inicialmente, um roteiro prático e inspirador para implementar a intercooperação de forma eficaz. Desde o estabelecimento de parcerias complementares até a colaboração inovadora com concorrentes e a promoção da educação cooperativista. Convidamos você a explorar mais a fundo essas estratégias e aprofundar seu conhecimento conhecendo 10 exemplos de intercooperação. Não perca a oportunidade de fortalecer seu negócio, promover valores cooperativos e contribuir para um futuro mais colaborativo e próspero. Confira o artigo e inicie sua jornada rumo ao sucesso por meio da intercooperação.

Cooperativistas destacam as vantagens do NegóciosCoop Ao Vivo
Rodada de negócios coordenada pelo Sistema OCB superou expectativas dos participantes A troca de ideias e contatos entre cooperativas para estimular seus potenciais de mercado a partir da intercooperação foi o mote do NegóciosCoop Ao Vivo, rodada de negócios que contou com a presença de representantes de 19 coops vendedoras e 11 compradoras dos Ramos Agro, Saúde, Transporte, Trabalho, Produção de Bens e Serviços. A iniciativa foi amplamente elogiada pelos participantes que ressaltaram a satisfação com os desdobramentos que a rodada proporcionou às cooperativas. “A sinergia que sentimos estimula, de fato, a intercooperação”, declarou, por exemplo, Filipe Pires, o diretor da ExeCoop (RJ), que oferta serviços de formação executiva e em governança. As cooperativas participantes contaram com apoio e mentoria do Sistema OCB que, por meio de reuniões virtuais, explicou e forneceu informações sobre como montar uma apresentação de venda (pitch) e dinamizar as apresentações em curto tempo, bem como elaborou para todas as coops participantes um catálogo de seus produtos e serviços para serem expostos durante a rodada de negócios ao vivo. “A iniciativa conseguiu congregar profissionais em atuação com larga experiência e os que estão iniciando seus caminhos. Já participamos de eventos menores, regionais, mas um dessa magnitude permite que falemos e consigamos mais exposição sobre o que construímos ao longo desses três anos”, acrescentou Filipe Pires. O gerente da cooperativa agropecuária Cocamar (PR), João Sadao, parabenizou o arranjo do Sistema OCB em defesa da intercooperação. “Iniciativa excelente, pois conhecemos outras cooperativas, outras soluções, outros profissionais e produtos. Sem dúvida, uma oportunidade para entender melhor o mercado e perceber as possibilidades. Um dos nossos princípios é a intercooperação, o apoio mútuo entre as coops, que fortalece nosso movimento e todos saem ganhando. Este evento foi um estímulo à prática deste princípio, ao colocar lado a lado possíveis compradores e vendedores”. A cooperativa de produção audiovisual, Coopas (RJ) também apresentou seus serviços durante a rodada ao vivo. Para a vice-presidente, Luciana Paiva, “o NegóciosCoop ao vivo é um marco para o coop brasileiro. A intercooperação é um conceito poderoso e uma oportunidade incrível de trabalharmos de verdade esse princípio. O evento superou expectativas e proporcionou troca de contatos maravilhosos. Foi de fato uma abertura para novas possiblidades”. A cooperativa Coopeavi (ES), que é referência em cafés especiais, também participou da rodada como vendedora. O analista de mercado, Jozielton Freire, analisou as variedades de produtos e serviços expostos. “A parte dos negócios internacionais foi bastante importante para nós, inclusive já fizemos uma reunião com um possível importador. Nosso café Pronova é um dos mais vendidos no site da Amazon e pudemos expor para que pessoas do país inteiro o degustasse. Foi uma rica e intensa experiência. Foi muito gratificante”. Confira o depoimento dos participantes: Participantes As 19 cooperativas que ofertaram seus produtos e serviços durante o NegóciosCoop – ao vivo 2022 foram: Ramo Agro: Camta (PA); Valexfruit (PE); Coopaiter (RO); Coopeavi (ES); Cooabriel (ES); Cooper-Reca (RO); e Coopercuesta (SP). Ramo Saúde: Uniodonto do Brasil (SP) Ramo Transporte: Coopertran (MG); Coopmetro (MG); e Coomap (BA). Ramo Trabalho, Produção de Bens e Serviços: Arteza (PB); Cooliba (BA); Coopas (RJ); Cooperarvore (MG); Econges (RJ); Execoop (RJ); Librecode (RJ); e Coopersystem (DF). Já as 11 coops compradoras foram: Ramo Agro: Lar Industrial (PR); Cocamar (PR); Copérdia (SC); Fecoagro (SC); e CCGL (RS). Ramo Saúde: Unimed (SP) e Uniodonto (SP). Ramo Consumo: Coop (SP). Ramo Crédito: Sicredi (RS); Sicoob (DF); e Cresol (SC).

Fates impulsiona intercooperação entre coops educacionais e de crédito
Iniciativa promove benefícios para cooperados e comunidade O movimento cooperativista conta com os princípios, valores e iniciativas para melhorar a vida de seus cooperados e colaboradores desde sua origem. Essas ações, no entanto, podem se tornar ainda mais expressivas com acesso a recursos do Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (Fates) – uma forma de intercooperação que vem dando resultados e materializando os princípios cooperativistas. Para esclarecer as possibilidades de aplicação do FATES, o Sistema OCB elaborou a cartilha FATES – Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social que trata sobre a utilização destes recursos, formas de aplicação, obrigações legais e boas práticas de governança. O recurso, já utilizado por algumas coops educacionais, é destinado à prestação de assistência aos associados, seus familiares e colaboradores. “Este importante instrumento deve ser acessado com vigor por nossas cooperativas. Com a cartilha, muitos pontos podem ser esclarecidos, além de importantes recomendações para a tomada de decisões consistentes e juridicamente seguras para a gestão, operacionalização e aplicação desses recursos em benefício de todos”, afirma o presidente do Sistema OCB, Marcio Lopes de Freitas. Ele explica também que a instituição conta com Câmaras Temáticas de Pais e Professores, que acompanham e debatem as ações em defesa do segmento. Confira alguns cases de intercooperação para utilização do FATES que já estão a todo vapor: Mato Grosso Em Mato Grosso, a Cooperativa de Trabalho dos Professores e Profissionais da Educação de Lucas do Rio Verde (Eduluc) e o Sicoob Norte Credisul se uniram para custear bolsas de estudo para os filhos de cooperados e colaboradores com o acesso aos recursos do Fates da coop de crédito. O case de intercooperação entre a Eduluc e Sicoob Norte Credisul foi inspirado, segundo o presidente da Eduluc, Paulo Angeli, no arranjo multisetorial da Cooperativa Mondragón, na comunidade independente de Basco (ES). “O processo de intercooperação nasceu da iniciativa da Eduluc, após viagem feita ao país Basco, com representantes do ramo educacional. Procuramos a instituição financeira oferecendo produtos educacionais e propomos caminhar juntos para fortalecer os dois ramos. Esta parceria permite conceder aos filhos dos colaboradores e funcionários bolsas de estudo por meio da coop de crédito. Além disso, para cada família que tenha conta junto na agência do Sicoob também são liberados R$ 100, por mês”, explica Angeli. O presidente destaca que outras possibilidades foram abertas com o processo de intercooperação, como o financiamento da usina de energia solar, que atenderá a escola e os cooperados com uma capacidade para gerar 400 watts de energia/mês. “Temos muitos desafios, ainda mais nestes tempos de Covid e pós-Covid. Os recursos do Fates contribuem para o fortalecimento do nosso negócio e do cooperativismo”, declara. De acordo com ele, a utilização de recursos e a atuação da coop contribuem para o alcance das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que trazem educação de qualidade (ODS 4), energia limpa e acessível (ODS 7) e parcerias e meios de implementação (ODS 17). “Além de contribuir com o fortalecimento do cooperativismo, passamos a ser exemplo de integração em defesa do desenvolvimento local”. Angeli acrescenta que os cursos do Sescoop/MT são uma das frentes de atuação da coop para criar mais oportunidades. Com projetos pedagógicos e parcerias com outras cooperativas, os trabalhos dos alunos cooperativistas são levados para a comunidade. Ele destaca que as palestras realizadas pelas cooperativas de crédito Sicredi e Sicoob, presentes na grade curricular, e em forma de disciplina, para alunos do 4º e 5º anos do Ensino Fundamental, integram a proposta de promoção de educação financeira. “Esses recursos assistem diretamente as ações das cooperativas, além de simbolizar o compromisso que elas têm com o quadro social mediante suas necessidades educacionais e sociais. Com o Fates, temos o fortalecimento do princípio cooperativista que versa sobre o interesse pela comunidade”, acrescenta o gerente da Sicoob Credisul de Lucas do Rio Verde, Alex Fernando Belter. Para ele, a finalidade de promover assistência técnica, educacional e social para os cooperados, colaboradores e seus filhos é cumprida com sucesso. Rondônia Em Rondônia, a escola e faculdade Favoo Coop, antes denominada Cooperativa Educacional de Vilhena (Coopevi), intercoopera com o Sicoob Credisul desde 2010. Segundo dados da coop educacional, entre 2010 e 2021, a parceria resultou em bolsas integrais para os filhos de colaboradores da coop de crédito e contribuições que variam entre R$ 50 e R$ 100 na mensalidade aos filhos dos cooperados do Sicoob, de acordo com o segmento que o aluno cursa. A parceria tem evoluído de forma significativa. Entre 2010 e 2021, o número de beneficiados saltou, respectivamente, de 77 para 389. Já o de alunos foi de 345 para 580. O repasse mensal do mesmo período foi de R$ 5 mil para R$ 35 mil. A intercooperação permitiu ainda a compra da faculdade AVEC, para a criação de polo educacional de disseminação de valores e princípios cooperativistas. A presidente do Conselho Administrativo da Favoo, Carolina Torres, destaca que a parceria somada aos recursos do Fates promoveu verdadeira mudança no ensino em Vilhena. “Com a incorporação da faculdade fechamos um ciclo educacional completo, porque atendemos alunos desde a pré-escola até a graduação universitária. Formado, o aluno estará apto a olhar para o mundo e encontrar soluções baseadas nos valores e princípios cooperativistas. Atribuímos tudo isso ao sucesso de intercooperação das coops e à aplicação correta e eficiente do Fates. Nossa escola, com 600 alunos, está em primeiro lugar no Enem – Exame Nacional do Ensino Médio; de todo o Estado de Rondônia”, orgulha-se a presidente. O diretor executivo do Sicoob CrediSul, Vilmar Saúgo, atribui o crescimento da atuação das cooperativas de crédito à formação de seus cooperados e colaboradores. “Despertar a importância do cooperativismo no desenvolvimento das comunidades onde estamos inseridos só acontece com cooperativas fortes e quadro social consciente e engajado. A intercooperação com a escola e faculdade Favoo Coop demonstra o ganho social que esse modelo de negócios traz para a sociedade”, expõe. Sobre a utilização do Fates, Saúgo analisa que as ações oriundas destes recursos resultam em mudanças significativas para a comunidade. “É perceptível a importância da cooperativa na melhoria dos indicadores econômicos e sociais. O acesso aos recursos do Fates qualifica os cooperados para viverem a essência da cooperação e para fomentar ações culturais, sociais e de geração de renda para toda a comunidade. Esta é a forma mais democrática e justa de aplicar o recurso. Com o Fates também estamos (Favoo, Sicoob e Unimed) construindo um hospital modelo no município que será administrado pela Unimed”, pontua. Ainda segundo Saúgo, o campus universitário adquirido pelas cooperativas soma-se ao centro de treinamento com a finalidade de promover educação de qualidade para cooperados, colaboradores e seus filhos. “Com a intercooperação, vamos construir um centro de inovação que pretende proporcionar um ambiente que envolva também a sociedade. Em relação à educação financeira, promovemos palestras em toda rede Favoo, e em feiras de ciências são apresentados trabalhos sobre o tema”, completa. Sobre as coops Eduluc - Localizada em Lucas do Rio Verde (MT), a cooperativa fundada em 1999, nasceu de uma parceria com a Cooensino Universal Dois Mil. A cooperativa de pais de alunos ficou à frente dos negócios por sete anos e com a formatura dos filhos, migraram para coops do agro. Os professores então assumiram os negócios e há 22 anos eles gerenciam a coop. Favoo - Sediada em Vilhena (RO), a Favoo conta com 600 alunos e atua na educação desde o ensino infantil até a formação universitária. Na grade de ensino fundamental e médio é aplicado o Programa Cooperjovem. Já na grade curricular de graduação, todos os cursos possuem disciplinas que versam sobre o cooperativismo como gestão de cooperativas, contabilidade aplicada às cooperativas, legislação cooperativa, entre outros. Sicoob Norte Credisul - A primeira cooperativa de crédito de Vilhena (RO) foi fundada em 1999, na região Cone Sul de Rondônia e está presente em Lucas do Rio Verde (MT) há dez anos. Em 2003, com menos de três anos de funcionamento, distribuiu seu primeiro milhão para os associados. Atualmente, é considerada a maior cooperativa de crédito da região Norte e está entre as 20 maiores coops de crédito do país, bem como entre as cinco maiores do Sistema Sicoob. Com 60 mil cooperados, possui 43 pontos de atendimento distribuídos por Rondônia, Acre, Mato Grosso e Amazonas.

NegóciosCoop ao vivo estimula intercooperação na busca de novos mercados
Rodada reuniu coops vendedoras e compradoras com destaque para os ramos Saúde, Transportes, Serviços e Agro Para incentivar as coops a explorarem seus potenciais de mercado, com foco na intercooperação, o Sistema OCB, com apoio da empresa de consultoria para comércio exterior, IC Comex, promoveu o NegóciosCoop Ao Vivo, evento que fez parte da Semana de Competitividade 2022, que aconteceu entre os dias 22 e 26 de agosto. As rodadas de negócios começaram ainda antes do evento. A fase presencial, nos dias 23 e 24, foi um diferencial do Sistema OCB para aumentar as interações entre as coops. Os ramos Saúde; Transporte; Trabalho, Produção de Bens e Serviços; e Agronegócio foram os destaques desta edição. As coops vendedoras fizeram pequenas apresentações sobre seus produtos e serviços para as coops compradoras convidadas. Segundo o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, “o NegóciosCoop Ao Vivo veio dar celeridade às iniciativas de intercooperação, que geralmente tomam um tempo maior para firmar as parcerias. Então, primeiro fizeram contato virtual e durante o evento puderam apresentar seus produtos e serviços e, de pronto, obter novas conversas e promissoras parcerias. Estou muito satisfeito em ver o sexto princípio do nosso cooperativismo sendo aplicado com tanta inovação e transparência”, destacou. Quer aprender como criar uma rede de relacionamentos profissionais para potencializar sua cooperativa? Acesse o curso online Networking. As prévias entre as cooperativas contaram com o auxílio do Sistema OCB Nacional, que, por meio de reuniões online, explicaram e forneceram informações sobre o evento e como fazer a montagem da apresentação de vendas (pitch). Auxiliaram, ainda, a dinamizar as apresentações com ajuste de slides, adição de informações consideradas relevantes e preparação sobre como utilizar o tempo disponível para a exposição de cada uma. O núcleo do Sistema OCB também ajudou a construir um catálogo com os produtos e serviços das cooperativas de forma profissional. Para isso, utilizaram narrativa comercial, fotos profissionais dos itens à venda e informações sobre os principais parceiros das coops. Também foram realizadas simulações de negociações com possíveis questionamentos de compradores. No total, 19 cooperativas ofertaram seus produtos e serviços durante o NegóciosCoop Ao Vivo: Ramo Agro: Camta (PA); Valexfruit (PE); Coopaiter (RO); Coopeavi (ES); Cooabriel (ES); Cooper-Reca (RO); e Coopercuesta (SP). Ramo Saúde: Uniodonto do Brasil (SP). Ramo Trabalho, Produção de Bens e Serviços: Arteza (PB); Cooliba (BA); Coopas (RJ); Cooperarvore (MG); Econges (RJ); Execoop (RJ); Librecode (RJ); e Coopersystem (DF). Ramo Transporte: Coopertran (MG); Coopmetro (MG); e Coomap (BA). Já como compradoras, foram 11 cooperativas: Ramo Agro: Lar Industrial (PR); Cocamar (PR); Copérdia (SC); Fecoagro (SC); e CCGL (RS). Ramo Saúde: Unimed (SP) e Uniodonto (SP). Ramo Consumo: Coop (SP). Ramo Crédito: Sicredi (RS); Sicoob (DF); e Cresol (SC).

Recicle a Vida transforma vidas através da reciclagem
Com o lema “pessoas em primeiro lugar”, cooperativa une responsabilidade ambiental com transformação social Ficha Nome da cooperativa: Recicle a Vida. Ramo: Trabalho, produção de bens e serviços Produto ou serviço: Coleta e reciclagem de materiais descartados Localização: Ceilândia - DF. Breve histórico: Localizada em Ceilândia, Distrito Federal, a Recicle a Vida surgiu em 2005. A cooperativa atua na coleta, seleção, beneficiamento e comercialização de material reciclável e atua em parceria com programas de logística reversa. Seção: Mercado Nacional. Resumo: Com o lema “pessoas em primeiro lugar”, a Recicle a Vida é uma cooperativa de reciclagem que vai muito além do impacto ambiental ao investir na transformação de vidas através de capacitação, desenvolvimento e inclusão. Iniciativas de logística reversa também geram renda para os cooperados e benefícios para uma comunidade mais sustentável. Contexto Idealizada em 2005 por um grupo de catadores de materiais recicláveis, a Recicle a Vida surgiu por meio da empresa GHF, que viabilizou o início dos trabalhos. Desde então, a cooperativa alinha o trabalho da coleta seletiva e da reciclagem à transformação social do ser humano, através de capacitação, desenvolvimento e inclusão. Atualmente, a cooperativa é contratada pelo Governo do Distrito Federal para fazer a coleta seletiva na região administrativa de Samambaia. O trabalho envolve a coleta, a triagem, o transporte e a destinação final de resíduos secos, orgânicos e indiferenciados. A cooperativa atua em várias regiões administrativas do Distrito Federal. Além disso, adquiriu certificação de assistência social, reforçando ainda mais seu papel com a comunidade. Desafios Entre os desafios enfrentados pela cooperativa de coleta e reciclagem, está a falta de uma política de tributação adequada e a burocracia para se conquistar os créditos necessários para os investimentos em equipamentos e tecnologias inovadoras. Para a Coordenadora Administrativa e Financeira da Recicle a Vida, Mônica Mendes Licassali, a tributação atual “é uma das principais causas do atraso no avanço da reciclagem no nosso país”. Além disso, facilitar o acesso das cooperativas de reciclagem ao crédito tornou-se indispensável. Os desafios enfrentados também estão presentes na legislação e na regulamentação da área. Por um lado, falta legislação que obrigue os municípios do país a implantarem a coleta seletiva e, por outro, inexiste regulamentação de incentivo para que as indústrias de embalagem produzam usando matéria prima reciclada. “Precisamos transformar este ônus ambiental, social e econômico que acontece na maioria dos municípios, que aterram os resíduos em um bônus econômico, social e ambiental. Estamos aterrando, anualmente, milhões de oportunidades de geração de renda, inclusão social e preservação real aos recursos naturais”, complementa Mônica. Soluções Tecnologia e mão de obra capacitada são pilares que sustentam os processos de seleção, beneficiamento e armazenamento dos materiais recicláveis na Recicle a Vida. A atenção ao maquinário adequado e à capacitação da mão de obra garantem que os trabalhos aconteçam de modo eficiente. Por meio de esteiras, prensas horizontais e verticais, empilhadeiras, extrusora, caminhões roll on off, linha de lavagem e moagem dos materiais, além dos veículos de coleta seletiva, a cooperativa possui estrutura física operacional equipada para realizar a triagem e processamento de materiais recicláveis de forma consciente e sustentável. Ademais, pensando na sustentabilidade do processo produtivo, a Recicle a Vida conta com uma estação de tratamento de efluentes. Essa estação garante que a água utilizada durante o processo de produção seja tratada adequadamente e possa, assim, ser descartada dentro dos padrões de qualidade ambiental. A cooperativa também procura oferecer um ambiente adequado para o exercício das atividades administrativas, através da realização de cursos e treinamentos, além de disponibilizar refeições para os cooperados e colaboradores. O espaço conta com recepção, cozinha industrial, refeitório, almoxarifado, banheiros, salas de treinamento e cursos profissionalizantes, de reunião e administrativas. Desenvolvimento Desde o início, a cooperativa não desistiu de atuar dentro das práticas ESG, através do desenvolvimento de ações e boas práticas voltadas às soluções de governança e meio ambiente. Isso é feito com o objetivo de causar impactos econômicos, ambientais e sociais aos cooperados, na comunidade e no próprio ambiente de serviços e produtos. Além disso, a intercooperação teve papel primordial no fortalecimento da representatividade da capacidade produtiva. Segundo Mônica Licassali, “a união proporcionou a gestão profissional nas cooperativas e gerou o desafio de comercialização dos produtos em conjunto”. Nesse sentido, a Recicle a Vida foi uma das precursoras da Rede Alternativa. Trata-se de uma central que agrega cooperativas de catadores de materiais recicláveis. No mais, também é registrada e filiada ao Sistema OCDF, que fomenta capacitação, treinamentos, consultoria e auxílio técnico para as cooperativas brasilienses. Logística reversa Essas iniciativas proporcionam a redução do desperdício e do impacto ambiental, bem como geram uma receita mensal que apoia a operação da cooperativa e distribui renda para os catadores. A Recicle a Vida, dessa maneira, cumpre um papel importante para impulsionar a logística reversa na região. Mônica Licassali ressalta a importância dos catadores cooperados nessa jornada: “sem as cooperativas de catadores, os diversos produtos não chegariam nas indústrias”. Apesar de já existir legislação prevendo que os fabricantes sejam responsáveis pelo retorno dos resíduos dos produtos fabricados, as indústrias ainda não conseguiram implantar um sistema de logística reversa que funcione plenamente. O que ocorre, então, é a realização de parcerias das empresas fabricantes com as cooperativas para que a logística reversa aconteça. Com isso, é possível obter benefícios ambientais e sociais, além de gerar receita para as cooperativas. Nesse sentido, a Recicle a Vida participa de iniciativas de logística reversa, que visam devolver os materiais coletados para o ciclo produtivo. Atualmente, a cooperativa tem as seguintes parcerias em sua atuação na logística reversa: Eu Reciclo: uma iniciativa voltada à logística reversa de embalagens, em conformidade à Política Nacional de Resíduos Sólidos. Desde 2016, o programa já repassou mais de R$ 41,5 milhões para centrais de triagem e garantiu a reciclagem de mais de 695 mil toneladas de resíduos pós-consumo. Glass is Good: conduzido pela ABRABE (Associação Brasileira de Bebidas), é um programa pioneiro de logística reversa de reciclagem de vidro que busca diminuir o impacto ambiental do descarte irregular ao mesmo tempo em que gera renda aos catadores. Prolata: programa de logística reversa focado na sucata ferrosa proveniente de latas de aço. A iniciativa conta com mais de 50 cooperativas parceiras. A parceria entre Prolata e Recicle a Vida resultou na doação de um caminhão para potencializar a atuação da cooperativa nessa jornada. A Recicle a Vida é um exemplo do papel de protagonismo que as cooperativas cumprem no cenário de logística reversa. No mais, o InovaCoop contou como as cooperativas de catadores reduzem desperdícios e devolvem materiais ao ciclo produtivo. Papel Social Para a Recicle a Vida, uma cooperativa representa um meio, “um caminho criado e mantido com a intenção de transformar e dar suporte à vida das pessoas”. Com o lema “pessoas em primeiro lugar”, a cooperativa tem na propulsão do desenvolvimento humano um dos seus principais compromissos. Para isso, a coop procura disponibilizar oportunidades para pessoas com baixa qualificação profissional, além de prover cursos de alfabetização e de profissionalização em diferentes setores da economia. Com isso, procura oferecer oportunidades que possam abrir portas para melhores condições de vida e desenvolvimento pessoal e familiar. Entre os parceiros firmados, está o SENAC-DF, que oferece cursos de capacitação às famílias dos cooperados e à comunidade em geral. Há, ainda, a parceria com a VEPEMA, que visa ressocialização de detentos, contribuindo para que desenvolvam um trabalho digno e tenham convívio social. Resultados A Recicle a Vida possui a capacidade de gerar 300 toneladas por mês de material reciclável, mas esse não é o seu principal resultado. Além da relevante contribuição ambiental, o resultado mais impactante da cooperativa está na sua missão de transformar vidas através do desenvolvimento pessoal e familiar. Para a Recicle a Vida, cada ser humano transformado representa mais um cidadão contribuindo ativamente para desenvolvimento humano, social e econômico da sociedade. O maior exemplo do resultado desse trabalho são os catadores que, outrora trabalhando nas ruas sem qualquer assistência, agora possuem condições de trabalho adequadas, possibilidade de alfabetização, capacitação, ressocialização e integração de suas famílias. O Sistema OCB mostrou os resultados dessa transformação na série SomosCoop na Estrada, que mostra o cooperativismo na prática e conta histórias das pessoas, cooperativas e comunidades. Aprendizados Cooperativismo é um meio de transformação de vidas. Objetivos econômicos, ambientais e sociais não se anulam, mas se complementam. Logística reversa é um importante meio de inserção mercadológica e geração de renda. Intercooperação é a melhor forma de potencializar o cooperativismo.

Centcoop: melhores condições para catadores de recicláveis por meio da intercooperação
Ficha técnica Nome da cooperativa: Centcoop (Central de Cooperativas de Trabalho de Materiais Recicláveis do Distrito Federal). Ramo: Trabalho Produtos: Coleta de material reciclável Localização: Distrito Federal Breve histórico: Fundada oficialmente em 2006, a Centcoop congrega 21 cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis, somando mais de mil cooperados. Resumo: Por meio da intercooperação, a Centcoop conquistou recursos para a construção de um galpão próprio e conseguiu novos contratos para realizar a coleta seletiva no Distrito Federal com melhores condições para os trabalhadores. Contexto A Centcoop (Central de Cooperativas de Trabalho de Materiais Recicláveis do Distrito Federal) foi idealizada em 2002, a partir do Fórum Lixo e Cidadania do DF, com objetivo de fortalecer a classe de catadores, promovendo melhores condições de trabalho e infraestrutura. A oficialização da entidade ocorreu em 2006, como uma cooperativa de segundo grau, composta pelas coops Fundamental, Cortrap, 100 Dimensão e Superação. Assim, a Centcoop atua para promover trabalho e renda aos catadores de materiais recicláveis e agregar valor no material produzido por eles. Atualmente, a Centcoop congrega 21 cooperativas e associações de catadores de materiais recicláveis que somam mais de mil cooperados. O papel da organização, com isso, é realizar a comercialização conjunta dos materiais que as cooperativas recuperam da coleta seletiva por empresas ou pelas próprias cooperativas associadas. Desafios Por muito tempo, as cooperativas da região atuaram sem a estrutura adequada, explica Aline Sousa, diretora-presidente da Centcoop. Até 2009, “a gente estava com o lixão a todo vapor, e a maioria de nossas cooperativas estavam localizadas nesse lixão”. Um dos principais objetivos da entidade é promover melhoria estrutural para a categoria. Dessa forma, um dos desafios mais importantes da Centcoop é manter a própria infraestrutura através apenas da comercialização dos produtos recicláveis de forma autossustentável. O mercado opera com volumes altos, mas com receitas baixas e custos elevados de manutenção e operação. Um outro desafio pontuado pela Aline diz respeito ao convencimento dos catadores para que eles façam parte das cooperativas e saiam da informalidade: “Estamos tentando buscar políticas para fortalecer esse segmento, porque acreditamos que o cooperativismo é o melhor modelo. Nele, todos conseguem conviver e têm um mesmo interesse comum, com autonomia e participação coletiva”. Ademais, a coleta também envolve uma questão de saúde pública e dos próprios trabalhadores. Os resíduos são contaminados e falta investimento e orientação para a sociedade, alerta Aline. “Então, vemos uma pressão muito grande para que as cooperativas dêem conta do recado, mas do outro lado há pouco investimento para campanhas educativas”. Soluções “A gente inaugurou um escritório de gerenciamento de contratos, então eu tenho um escritório dentro da rede que apoia na prestação de conta padronizada do contrato de triagem seletiva e também o gerenciamento da logística reversa”, conta a dirigente. Com isso, a Centcoop ajuda as cooperativas na conquista de melhores contratos. Além disso, a intercooperação é uma grande força da Centcoop no apoio às cooperativas de reciclagem. “Nós buscamos parcerias de fortalecimento e intercooperação, e o Sistema OCB é um dos grandes parceiros. Muitas vezes, os catadores estão com dificuldade na gestão. Se a gente for cooperativa, podemos acionar o sistema de aprendizagem que vai nos trazer a qualificação necessária para sanar essa dificuldade”. Em tempos de atenção com a Agenda ESG, as cooperativas que atuam em coleta seletiva e reciclagem também cumprem um papel importante, tanto na sustentabilidade ambiental quanto para a inclusão social dos cooperados. Nesse sentido, Aline ressalta o papel da Centcoop e dos catadores no combate às mudanças climáticas. “O trabalho de nós, catadores, minimiza as respostas desse impacto, porque nossa atuação é de recuperação do passivo”. Desenvolvimento Em 2009, a Centcoop pleiteou, com sucesso, um terreno junto à Secretaria de Patrimônio da União (SPU), para construir um galpão com melhores condições para os catadores. O uso foi cedido por 20 anos, prorrogáveis por mais 20. No ano seguinte, com apoio do Governo do Distrito Federal, a Centcoop entrou em contato com o BNDES na busca de recursos para construir os galpões. O processo, previsto para a Copa de 2014, acabou levando dez anos para ficar pronto. “Por volta de 2016 a gente conseguiu a primeira conquista nas tratativas para o encerramento do lixão e as primeiras contratações das cooperativas para fazer a coleta seletiva de porta em porta”, narra Aline. Em 2017, foi firmado o primeiro contrato de triagem e venda dos materiais coletados. Com o fechamento do lixão, as cooperativas migraram para galpões alugados. Doações de equipamentos também apoiaram o crescimento da Centcoop. As obras do Complexo Integrado de Reciclagem, que abriga as operações das cooperativas atualmente, só foram iniciadas em 2019. “Hoje, estamos nessa transição, do galpão alugado para o permanente”. Logística Reversa A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) preconiza a implementação de programas de logística reversa por fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes. Os catadores são atores fundamentais nos programas de logística reversa, que podem ser instituídos de três formas distintas: regulação do poder público, acordos setoriais e termos de compromisso. Desde 2002 foram estabelecidos diversos sistemas de logística reversa: defensivos agrícolas, seus resíduos e embalagens (2002); óleo lubrificante, contaminado ou usado (2005); pilhas e baterias (2008); pneus inservíveis (2009); embalagens em geral (2015); lâmpadas fluorescentes (2015); eletroeletrônicos e seus componentes (2016); e embalagens de aço (2018), entre outros. Grande parte dos programas de logística envolvem os catadores e suas organizações na coleta e processamento dos resíduos, que posteriormente são reutilizados em novos processos de fabricação. Assim, os programas permitem ampliar a possibilidade de inserção mercadológica e de ganho dos catadores. Além disso, alguns dos programas atuam no sentido de contribuir para estruturação das cooperativas, ofertando capacitação, assistência técnica e infraestrutura (predial, maquinários, equipamentos e veículos). São os chamados modelos estruturantes. A Centcoop integra três programas de logística reversa: Reciclar Pelo Brasil Recupera Dê a mão para o futuro “Nós centralizamos a gestão da logística reversa na rede porque a gente viu como uma ferramenta de fortalecer a comercialização conjunta, porque você traz uma padronização de informações, negociação e poder de barganha”, explica a dirigente. Para buscar novos negócios, em 2021 a Centcoop mapeou oito cidades na região do Distrito Federal sem coleta seletiva porta a porta. “A gente trabalhou um ano nessas cidades com a população local, com administração, com a SLU (Serviço de Limpeza Urbana) e pleiteamos o recurso de curso de contratação dessas cidades com o governo, que alocou o recurso”. Resultados O primeiro contrato de coleta seletiva pelas cooperativas da Centcoop durou cinco anos e desde o início apresentou grandes resultados: “elas mostraram uma eficiência de 87% trazendo respaldo para novas contratações de mais cooperativas”, conta Aline. Hoje, o complexo é utilizado por onze cooperativas e 460 catadores - outras dez cooperativas associadas atuam em áreas externas. Para isso, ele opera em dois turnos. No futuro, as instalações irão contar com uma planta de beneficiamento de plástico e vidro, revela Aline. Em relação aos catadores, a Centcoop conseguiu incluir a seguridade social dos trabalhadores no contrato com o Governo do Estado, concedendo melhores condições trabalhistas para os profissionais. O reconhecimento à importância dos catadores para a sociedade foi representado por Aline Sousa. A diretora-presidente do Centcoop foi a responsável por entregar a faixa presidencial na posse do presidente Lula, colocando as cooperativas de catadores e o papel social e ambiental que elas cumprem em evidência. Aprendizados A intercooperação é uma ferramenta valiosa na busca por uma melhor infraestrutura. O cooperativismo é um meio eficaz de proporcionar melhores condições de trabalho. As cooperativas de catadores cumprem um papel fundamental para a sustentabilidade e a inclusão social.

Unium prova que a intercooperação é um modelo de negócio competitivo
Frísia, Castrolanda e Capal unem esforços para otimizar a gestão, superar a pandemia e aumentar a exportação. Ficha técnica Nome da cooperativa: Unium Ramo: Agropecuária Produto: Alimentos derivados de carne suína Localização: Paraná Breve histórico: criada em 2017, a Unium é resultado da união entre as cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal. A marca Unium, que representa as três cooperativas, vem proporcionando aumento anual de cerca de 20% no faturamento conjunto das três cooperativas nos segmentos de lácteos, suínos e trigo. Seção: Intercooperação Resumo: Fruto de um projeto de intercooperação entre três cooperativas paranaenses, a Unium transformou o que era concorrência em parceria para otimizar a gestão, impulsionar a exportação e superar dificuldades da pandemia. Contexto Até 2017, as cooperativas Frísia, Castrolanda e Capal atuavam nos mercados de leite e derivados lácteos, produção e comercialização de carne de suínos e produção de trigo. Dessa forma, havia concorrência comercial entre elas em determinadas frentes de atuação. Isto é, as cooperativas competiam entre si em diversos mercados. Por atuarem de forma isolada, as cooperativas contavam com recursos limitados para investimentos em pesquisa, novas tecnologias e desenvolvimento de mercado. Ou seja, tratava-se de um contexto muito desafiador para se atuar de forma isolada. Desafios Um dos motivos para a escassez de recursos eram os custos relacionados a demandas administrativas, de marketing e de logística em cada uma das três cooperativas. A busca por otimizar a gestão e diluir os gastos despontou como um objetivo comum das cooperativas. Além disso, a pandemia de Covid-19 também causou impactos negativos marcantes nos negócios. O setor alimentício registrou diminuição considerável no faturamento durante o período. Com isso, as cooperativas tiveram que explorar novos mercados em busca de oportunidades para amenizar as perdas decorrentes da desaceleração econômica no mercado interno. Solução A solução encontrada para otimizar a gestão foi unir as operações e uma iniciativa de intercooperação. Assim surgiu a Unium, reunindo esforços de Frísia, Castrolanda e Capal em um modelo de negócios que aposta na gestão conjunta e otimizada. Em vez de competirem entre si, as cooperativas optaram por somar esforços, compartilhar experiências, eliminar custos redundantes e agregar competitividade em mercados concorridos. Esse modelo de negócios se pauta por um elevado grau de confiança entre as coops. Além disso, atuando juntas, as cooperativas teriam mais forças para tentar aumentar a participação no mercado externo. Durante a pandemia, por exemplo, a atuação conjunta se mostrou muito benéfica para os negócios. Se por um lado a demanda do mercado interno caiu, a Unium conseguiu expandir as exportações e compensar boa parte das perdas. Assim, os impactos negativos do cenário econômico pandêmico foram amenizados. Em 2020, a Unium chegou ao patamar de exportar um terço de toda sua produção. Desenvolvimento A Unium foi fundada em 2017. A ideia surgiu quando a Frísia estava prestes a iniciar operações em uma mesma região onde Castrolanda e Capal já atuavam. Com isso, as diretorias das três coops se reuniram para chegar a um acordo a fim de evitar prejuízos decorrentes do aumento na concorrência no segmento de leite. Para manter as três no mercado, a solução que encontraram foi a criação de uma iniciativa conjunta, batizada de Unium. A partir de então, foi criado um conselho administrativo composto por diretores das três coops. O grupo se reúne anualmente para tomar decisões estratégicas. Cada uma das frentes operacionais é tocada por uma coop, por meio de executivos que se dedicam especificamente à Unium. A definição de qual cooperativa fica à frente de cada segmento decorre da representatividade de cada uma em seu respectivo mercado de atuação. Ou seja: a operação de cada segmento da Unium é liderada pela coop que possui mais produtos, expertise e participação de mercado em relação àquele determinado produto. Com isso, os produtos das marcas Colaso, Colônia Holandesa e Naturalle, de derivados lácteos, e da Alegra, de cortes suínos, são comercializados sob a marca da Unium. Resultados A intercooperação potencializou as possibilidades de exportação para as cooperativas. Até antes da criação da Alegra, em 2017, a exportação de carne suína pelas cooperativas chegava a 25 países. Hoje, são mais de 30 países, além de mais de 1.500 clientes na América do Sul e Central, África, Oriente Médio, Europa e Ásia. O ingresso em novos mercados ainda ajudou o trio de cooperativas a superar as dificuldades impostas pela pandemia de Covid-19. Foi justamente a consolidação dessa parceria que proporcionou um crescimento bastante significativo durante a pandemia. Assim, a Unium manteve o nível de faturamento das cooperativas saudável ao longo do ano de 2020. Além disso, a Unium é a segunda maior fabricante de leite nacional e possui a melhor eficiência por produtor do país, segundo o Ranking Leite Brasil, que apresenta dados das 12 maiores produtoras brasileiras. Aprendizados A intercooperação pode produzir modelos de negócios que aumentam a competitividade. A união de forças fortalece os negócios e ajuda a superar momentos de instabilidade no cenário econômico. A soma do conhecimento entre as cooperativas é capaz de otimizar a gestão, a operação dos negócios e os programas de inovação. O mercado externo apresenta ótimas oportunidades de negócios para o cooperativismo brasileiro.