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Gestão de riscos operacionais: como identificar, avaliar e mitigar
Oscilações no cenário econômico, mudanças regulatórias e alta concorrência: diversos são os riscos operacionais que podem prejudicar o sucesso de uma cooperativa. Mesmo com uma equipe organizada e preparada, sempre há espaço para imprevistos que afetam negativamente o negócio.
Ter uma cultura organizacional proativa possibilita que a cooperativa saiba lidar com os empecilhos do dia a dia. Para se manter forte no mercado, é preciso saber identificar, avaliar e mitigar as potenciais ameaças.
Neste artigo, confira o que são os riscos operacionais e como a sua cooperativa pode agir para se proteger deles. Boa leitura!
Riscos operacionais: o que são e quais tipos de riscos
No setor financeiro, o Banco Central do Brasil definiu, na Resolução 3.380 de 2006, que um risco operacional é “a possibilidade de ocorrência de perdas resultantes de falha, deficiência ou inadequação de processos internos, pessoas e sistemas, ou de eventos externos”.
Sendo assim, nomeamos de riscos operacionais as falhas que podem causar perdas financeiras, atrasos nos processos e outros problemas. Eles afetam as operações e as finanças de uma cooperativa, prejudicando também seu posicionamento no mercado e sua reputação.
Os riscos são divididos em dois grupos: internos e externos. Os internos são aqueles oriundos de dentro da própria cooperativa, como um erro cometido por um colaborador ou uma falha em um sistema de gestão interna, por exemplo.
Quando as ameaças são causadas por fatores independentes da cooperativa, chamamos de riscos externos. Alguns exemplos seriam mudanças regulatórias, desastres naturais ou instabilidades no mercado econômico.
A importância de se preparar para riscos operacionais
Ter uma abordagem proativa é crucial para mitigar riscos e se manter protegido de ameaças. Cooperativas bem estruturadas para lidar com riscos podem ter diversos benefícios, como ganhar credibilidade, adaptar-se a mudanças, ter um time preparado e evitar perdas financeiras.
Esse preparo possibilita que a cooperativa esteja em constante crescimento e estabilidade, o que fortalece a reputação da marca junto aos consumidores, parceiros e ao público em geral. Uma cooperativa de crédito, por exemplo, precisa ganhar a confiança da comunidade em que está inserida para conquistar e manter seus cooperados.
Riscos operacionais fazem parte do cotidiano de qualquer cooperativa, gerando desde pequenas falhas até grandes prejuízos. Assumir e lidar com essa realidade é o melhor caminho para a construção de uma marca consolidada e duradoura.
Técnicas para identificar, avaliar e mitigar riscos operacionais
Algumas práticas permitem identificar, avaliar e mitigar riscos operacionais. Confira o que fazer em cada fase.
Identificação
A primeira etapa para lidar com riscos operacionais é a identificação. Deve-se entender, dentro do contexto em que a marca está inserida, quais são as falhas que podem trazer prejuízos. Para isso, a cooperativa pode:
- Realizar a análise SWOT: a metodologia SWOT avalia as Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças de uma organização. Esse parâmetro serve de base para identificar os pontos fortes e fracos da cooperativa, auxiliando a enxergar possíveis riscos.
- Estudar incidentes passados: aprender com os erros é de extrema importância para as cooperativas. As falhas do passado se tornam valiosas lições se estudadas e analisadas com atenção. Apenas assim a cooperativa poderá evitar a repetição dos erros ou, pelo menos, se planejar.
- Consultar especialistas: uma visão de fora da cooperativa pode ajudar a enxergar gargalos e detalhes que os colaboradores não percebem. Nesse contexto, consultar especialistas do setor é uma prática indispensável na identificação de riscos operacionais.
Avaliação
Após identificar quais riscos tornam uma cooperativa vulnerável, é o momento de avaliar essas ameaças, entendendo o prejuízo que cada risco pode causar. Dois procedimentos são estratégicos nessa avaliação:
- Fazer a matriz de risco: a matriz de risco, também nomeada de matriz de probabilidade, é uma ferramenta que organiza, de forma visual, a probabilidade e os impactos dos riscos operacionais.
- Estudar interconexão dos riscos: muitas vezes, uma falha pode desencadear outras. Por conta disso, ao avaliar o quão crítico um risco pode ser, é preciso investigar quais outros problemas podem acompanhar o primeiro.
Mitigação
Uma vez que os riscos operacionais são identificados e analisados, é momento de se precaver. É utópico imaginar que uma cooperativa nunca passará por períodos de tensão, por isso, preparar-se é fundamental.
- Contratar seguros: os seguros servem para oferecer, como o próprio nome aponta, segurança. A seguradora atua para proteger a cooperativa contra prejuízos decorrentes de imprevistos, trazendo maior estabilidade.
- Ter uma reserva financeira: outra prática que aumenta a proteção da cooperativa é ter uma reserva financeira. Guardar uma parcela dos recursos para possíveis imprevistos pode ser essencial em momentos de crise.
- Fazer monitoramento constante: quanto mais cedo uma ameaça for detectada, menor será seu impacto. Pensando nisso, a cooperativa deve estimular que os colaboradores estejam constantemente em estado de alerta para os riscos operacionais.
Desenvolva planos de ação
Mesmo seguindo todos os passos e se preparando para os riscos operacionais, falhas sempre podem acontecer. Para cada tipo de risco, é importante ter um plano de ação, definindo atribuição de responsabilidades, primeiros passos e prazos.
Os planos de ação estabelecem estratégias específicas para gerenciar os momentos de crise. O documento deve descrever como a cooperativa pode lidar com os riscos, diminuindo os impactos e guiando os colaboradores.
Conclusão
Prevenir é melhor do que remediar. Ao identificar, analisar e mitigar os riscos operacionais, é possível trabalhar com maior estabilidade e segurança. Essas práticas fortalecem a marca no setor e constroem uma organização mais potente.
Sendo assim, cooperativas que se preparam para os riscos têm mais chances de se manter duradouras no mercado, pois ganham a confiança dos consumidores, cooperados e colaboradores.
Como vimos, o planejamento é a melhor forma de lidar com a prevenção de riscos operacionais. Confira o nosso e-book que ensina como elaborar um plano de negócios para sua cooperativa e se antecipe aos desafios!