Atualmente é consenso que dados podem evidenciar o nível de performance da organização, o produto que vende ou deixa de vender e, principalmente, seu o desempenho. Todas essas informações dão embasamento para a ação e, em um mundo competitivo, abrir mão desses números é inaceitável. Em algumas organizações, entretanto, há barreiras culturais que precisam ser sobrepostas.

Um estudo divulgado em fevereiro de 2020 pelo professor e pesquisador americano David Waller, na Harvard Business Review, elenca os 10 passos para criar uma cultura orientada por dados em qualquer organização – do RH à comunicação, passando pelo atendimento à produção. São eles:

  1. A cultura orientada a dados começa (lá) de cima: tal qual qualquer grande mudança na cultura empresarial e corporativista, os líderes precisam dar o exemplo e incentivar essa mudança;
  2. Selecione métricas de forma cuidadosa e inteligente: antes de analisar os dados é preciso definir o que se busca fazer com eles e de quais deles irá precisar;
  3. Não isole os seus cientistas de dados: o profissional de dados, seja o analista ou o engenheiro de dados, precisa estar por dentro do que está acontecendo no dia a dia da cooperativa. Para isso, não pode trabalhar isoladamente em uma sala longe da linha de produção;
  4. Resolva com agilidade problemas básicos de acesso de dados: voltamos novamente para a transparência e democratização dos dados. Aqui, evite ao máximo a burocracia para liberar os dados para os analistas. Quanto mais rápido for disponibilizado e maior o número de dados, melhor;
  5. Esteja ciente do nível de incerteza: trabalhar com dados significa ter um nível de assertividade maior nas tomadas de decisões. Mas assim como acontece nas pesquisas eleitorais, por exemplo, saiba que sempre existirá uma margem de erro, por menor que seja;
  6. Prefira provas de conceitos simples e robustos, não as extravagantes e frágeis: você possui ideias mirabolantes do que quer fazer com os dados? Ótimo! Mas comece do mais simples e desenvolva com o tempo.
  7. Ofereça treinamento especializado no momento certo: treinar uma equipe para trabalhar com dados requer tempo, mas o número de informações aprendidas será enorme. Então não adianta treiná-los agora se não for utilizar esse conhecimento!
  8. Utilize inteligência analítica para ajudar os colaboradores: a cultura baseada em dados é essencial para otimizar os processos também dentro da cooperativa, não somente para o cliente final.
  9. Esteja disposto a trocar flexibilidade por consistência – pelo menos em curto prazo: a cultura de dados inicial pode trazer certas inconsistências, por isso, será necessário manter a rigidez e a padronização dos processos;
  10. Crie o hábito de explicar as escolhas analíticas: as soluções baseadas em dados podem ser feitas por uma infinidade de caminhos, mas é sempre recomendável explicar quais as decisões tomadas e o porquê para os colaboradores.

Dicionário de dados

A tecnologia tornou-se essencial para alavancar os negócios de qualquer organização, e as cooperativas não estão fora disso. Para conhecer um pouco mais sobre a cultura de dados e como ela pode ajudar a sua organização a dar o passo que faltava, confira abaixo os principais termos usados nessa área:

  • Big Data: enormes conjuntos de informações coletados em grandes bases de dados para depois serem processados e analisados pelos cientistas ou analistas. Podem ser toda e qualquer informação: números, nomes, cores, entre outros.
  • Machine Learning: é um conjunto de técnicas computacionais que visam utilizar dados para a elaboração de algoritmos que possam aprender padrões de forma independente. Permite que os computadores consigam aprender sozinhos a tomar decisões.
  • Data Science: a ciência de dados diz respeito a tudo relacionado à cultura dos dados, desde a coleta, passando pelo processamento e análise, até a visualização da informação.
  • Data Analytics: a análise de dados faz parte da ciência de dados e é uma das etapas mais importantes. Afinal, sem uma análise correta do Big Data os dados são apenas um amontoado de informações sem relação entre si.
  • Business Intelligence (BI): traduzido como Inteligência de Negócio, é saber utilizar os dados para tomar as melhores decisões para o negócio.
  • Internet of Things: a Internet das Coisas, como é popularmente conhecida no Brasil, está cada vez mais difundida pelo mundo. Usando grandes bases de dados, essa tecnologia conecta à internet todos os apetrechos e utensílios do dia a dia, como relógio, óculos, veículos e até geladeiras.
  • LGPD: a Lei Geral de Proteção de Dados é imprescindível para quem busca trabalhar com cultura de dados. Em vigor desde agosto deste ano, a lei diz respeito aos tipos de dados que as empresas de pequeno, médio ou grande porte podem armazenar.