A construção de estratégias pautadas na Agenda ESG foi o tema do seminário organizado pelo Sistema OCB e pela Apex-Brasil, realizado na abertura da Feira Green Rio. Juntamente com o Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil (Mapa) e a Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), a OCB discutiu na abertura como os critérios ESG afetam as cooperativas e, também, são impactados por elas. O Seminário “O Cooperativismo e a Agenda ESG” contou com o apoio da Green Rio e com a EURACTIVE, agência de mídia europeia, como parceira. 

O ESG é um conceito criado por iniciativa das Nações Unidas e do Banco Mundial, em 2005, que engloba a governança ambiental, social e corporativa nos processos de tomada de decisão na hora de fazer investimentos. O termo ESG ganhou bastante destaque no Fórum Econômico Mundial que ocorreu em Davos, no ano de 2020, em razão da pandemia de Covid-19 que acelerou e emplacou critérios ESG como centrais nas discussões sobre a perenidade dos negócios. 

No cooperativismo as premissas da Agenda ESG já são bastante enraizadas, sendo parte do modelo societário, que foca no indivíduo. A gerente-geral da OCB, Fabíola Nader Motta, destacou que o foco do movimento cooperativista são as pessoas e não o capital, tendo como objetivo maior a promoção de melhores condições de vida e renda aos seus cooperados. Isso, por sua vez, impacta na valorização do meio ambiente e promoção do desenvolvimento local das comunidades nas quais as cooperativas estão inseridas. 

A importância do modelo cooperativo também foi destaque na fala do secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, César Halum. De acordo com o secretário “como vender, como usar o dinheiro e como distribuir o dinheiro entre os produtores” são algumas lições que podem ser aprendidas com as cooperativas.  

Nesse sentido, Benno Pokorny, diretor de Projetos da área de Bioeconomia da GIZ, reforçou o alinhamento das cooperativas com a agenda ESG, especialmente no que diz respeito aos termos Social e Governança. É que no cooperativismo todos são sócios do negócio e partilham de seus resultados, positivos ou negativos, na justa proporção que contribuíram para sua geração. Outra característica importante é que, no cooperativismo, não há concentração de riquezas, pois seu modelo é distributivo. Além disso, pilares da governança corporativa de grandes empresas sempre fizeram parte das práticas cooperativas: gestão democrática, transparência nas decisões e sustentabilidade financeira. 

Por fim, os panelistas discutiram o desafio do cooperativismo em comunicar seu modelo como já alinhado à Agenda ESG, pois, apesar de seu engajamento, ainda não há reconhecimento ou financiamento para as cooperativas por parte do mercado.   

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