Qualificação das cooperativas é vista como fundamental para a abertura de novos mercados

A internacionalização dos produtos coop brasileiro tem sido incentivada de forma constante pelo Sistema OCB, pela ApexBrasil e pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) por meio de programas, rodadas de negócios e missões internacionais. Na última terça-feira (9), a Semana de Competitividade do Cooperativismo 2023 reservou um painel para ouvir os cases de sucesso de duas cooperativas que já exportam cafés.

A gerente de Desenvolvimento de Cooperativas, Débora Ingrisano, participou do encontro e falou sobre o Programa de Negócios do Sistema OCB, que promove o comércio de produtos e serviços das cooperativas dentro e fora do país. Ela evidenciou o Programa de Qualificação para Exportação direcionado às cooperativas (PeiexCoop), e a parceria com a ApexBrasil para que as coops finalizem o plano de internacionalização e coloquem suas produções nas prateleiras do mundo.

“Temos até agora quatro dos 22 projetos-piloto finalizados e com plano de exportação sendo aplicado. Vamos preparar o material bilíngue para atuação internacional, que envolve feiras, rodadas e missões. Para este ano ainda temos três vagas e, em 2024, serão abertas 25 novas vagas para atender nossas cooperativas. Tem muita coisa bacana acontecendo com parceiros qualificados e o presidente da ApexBrasil tem incentivado a diversificação dos produtos exportados pelas coops”, declarou a gerente.

O painel foi mediado pela coordenadora de Qualificação da ApexBrasil, Rita Albuquerque. Ela destacou as iniciativas da agência para promover as importações e atrair investimentos diretos. “Temos parcerias com mais de 50 entidades setoriais e cerca de 35 instituições de ensino em todo o Brasil, além de rede de cooperação com as principais instituições públicas e privadas dentro e fora do país. Temos ainda bom diálogo e estratégias junto às embaixadas. Por outro lado, temos estudos robustos sobre inteligência de mercado, qualificação, promoção e expansão internacional, atração de investimentos e promoção da imagem do Brasil”, descreveu.

Rita explicou que o PeiexCoop é gratuito e customizado para as cooperativas se estruturarem ou refletirem sobre o que precisam para internacionalizar os negócios. “Ano passado entraram mais de R$ 1 bilhão no Brasil oriundos dessas transações. Aliás, 36% das exportações são produtos alimentícios. Hoje, as cooperativas disponibilizam para o mundo cafés especiais, cacau, chocolate, frutas frescas, proteína animal, lácteos, mel e cachaça. Quando uma cooperativa decide exportar e ganhar visibilidade, mercado, novos recursos, competitividade e inovação, o país ganha junto. Por isso, essa parceria também é muito importante para agência”, acrescentou.

O gerente corporativo de Finanças, Contabilidade e Cooperados da Cooabriel, Samuel Lopes Fontes; e o diretor-presidente da Coopervass, Alessandro Alves Hervaz, abordaram as experiências vivenciadas pelas organizações nas exportações. Segundo ele, a participação em feiras e missões internacionais contribuíram para que as marcas de cafés que ambas exportam ficassem cada vez mais conhecidas e requisitadas pelos compradores de fora.

“Tem apenas três anos que exportamos e, logo em 2020, na primeira vez, comercializamos cinco mil sacas de café. Hoje já são mais de 110 mil. Os  principais destinos são EUA, Equador, Colômbia, República Dominicana, França, Inglaterra e Emirados Árabes. Percorremos uma jornada para agregar valor e ver o café conilon sendo consumido como bebida de qualidade. Historicamente ele era exportado apenas na forma solúvel e aproveitamos a oportunidade para exportar o grão”, relatou Samuel.

Alessandro Hervaz também ressaltou a importância do programa PeiexCoop para o acesso ao mercado externo. “Participamos de vários módulos técnicos e foi muito valioso porque o mentor tinha muita experiência com o café, isso nos fez perceber que além de possível, era importante exportar. Hoje temos clientes na Holanda, Dinamarca, Inglaterra e Irlanda, todos fidelizando os negócios”. Ainda segundo ele, a coop também quer buscar o elo final da cadeia produtiva, incluindo a torrefação e as cafeterias. Trabalhamos há muitos anos para termos essa importante agregação de valor e rastreabilidade”.