Inteligência de Mercado
Jogo da aprendizagem
Alguns posts atrás iniciamos uma conversa sobre os principais aprendizados da nova economia com Renato Mendes, co-autor do livro “Mude ou Morra” e, também professor do Insper e da Pontifícia Universidade Católico do Rio Grande do Sul (PUC-RS).
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Naquele primeiro post, falamos sobre como os canais digitais tornaram-se fundamentais nesse novo contexto, seja para conhecer melhor o público; vender mais ou se comunicar com a base. Além disso também falamos sobre outro importante aprendizado da nova economia, talvez o principal, foco no cliente.
As vendas pela internet têm crescido consideravelmente nos últimos anos, mas a partir de março de 2020 houve um verdadeiro boom no mercado on-line. Quer aprender a vender pela internet ? Acesse o curso ” Como vender pela internet” aqui.
No post de hoje discutimos outro importante aspecto da nova economia, o entendimento de que errar faz parte do processo de crescimento e aperfeiçoamento dos negócios. De acordo com o professor do Insper, startups entendem que nada nasce perfeito e, portanto, é preciso focar no aprendizado para ter um produto ou serviço melhor. “Só não evolui quem está parado”, afirmou.
Além disso, um modelo de negócio que faz uma empresa crescer hoje, pode não funcionar amanhã. Por isso, segundo o especialista, é preciso observar os ciclos de aprendizado e crescimento. “Crie seu modelo desafiante antes que o modelo campeão —aquele que dá certo e que te trouxe até aqui — mostre sinais de esgotamento”. Um caminho para isso, aponta, é testar rápido e constantemente novos produtos e serviços.
“Na velha economia, ganhava o jogo quem tinha a melhor ideia e isso mantinha o negócio por anos. Na nova economia, ganha quem aprende mais rápido. É um jogo de aprendizado, de tentativa e erro, com metodologia, não é bagunça”, avaliou.
Segundo ele, na economia tradicional há uma aversão ao erro. As startups, entretanto, testam muito e 80% das hipóteses mostram-se equivocadas.
“É preciso entender que o erro nada mais é do que um processo de aprendizado para o novo, mas isso não quer dizer que é para cometer um erro que vá colocar a cooperativa, a saúde financeira da empresa em risco”, advertiu, destacando que é preciso ser proativo e agir rápido para evitar ficar para trás da concorrência.
E atenção para a dica do especialista:“é preciso incentivar que as pessoas experimentem coisas novas. As cooperativas têm que ser uma fábrica de experimentos.”
Ainda segundo Renato, o modelo de gestão do futuro é o que faz as pessoas se sentirem empoderadas e instrumentalizadas para testar e experimentar constantemente. “Empresas tradicionais gastam muito tempo tentando evitar erros, quando o foco deveria estar em corrigi-los rapidamente e aprender com eles”, concluiu.
O caminho para mudança de mentalidade — ele admite — não é simples, porém é urgente.“Antes ganhava quem tinha uma super ideia e um super planejamento; hoje, ganha quem aprende mais rápido, quem tem capacidade de adaptação: adequar o plano à medida que o cenário muda. E a pandemia trouxe isso como aprendizado”, observou.
No post da próxima semana vamos conhecer cooperativas que já estão adotando estratégias da nova economia para aumentar as vendas.