Comportamentos sociais mudam e levam adoção de novas tecnologias de forma natural 

Os avanços tecnológicos que a pandemia trouxe para nossa sociedade e o perfil do consumidor foi tema tratado em palestra proferida pelo professor Ulysses Reis, diretor da Treinasse Curso. O professor participou da trilha de Inteligência de Mercado da Semana de Competitividade do Sistema OCB, em Brasília, realizada entre os dias 22 e 26 de agosto. Segundo ele, a pandemia instigou a todos a reaprender e se adaptar. 

“Em termos de tecnologia, avançamos 15 anos em dois de pandemia. Há diversos desafios e oportunidades e precisamos nos adequar. Nossos hábitos mudaram de forma quase imperceptível com a adoção de novas tecnologias para fazermos compras, estudar e até trabalhar”, iniciou. 

De acordo com o professor, o forno de micro-ondas é um bom exemplo de como as tecnologias devem estar alinhadas com as expectativas de seu público. O aparelho foi criado em 1946 e, no entanto, apenas em 1979 passou a ser um aliado das tarefas domésticas. 

“Não é a tecnologia que puxa as mudanças, são os comportamentos sociais que mudam e levam à adoção de novas tecnologias. Toda vez que queremos implementar uma tecnologia nova precisamos fazer três perguntas: Quem são os usuários? Qual o estilo de vida do usuário; Qual a necessidade deste usuário? A tecnologia é boa se sanar estas três questões. Ela tem que ser simples, barata e fácil de usar”, provocou. 

As mudanças de hábito e comportamento também são explicitadas de geração em geração. “Enquanto a geração Z já se utilizava de tecnologias e plataformas, as antigas gerações passaram, a partir da pandemia, a consumir mais pelo e-commerce e, em muitos casos, só gostam de comprar e receber produtos em casa. Para se ter uma ideia, nestes três anos tivemos um aumento de 12.000% em operações de entrega de comidas, serviços e produtos. Isso também estimulou as empresas a desenvolverem novas formas de gestão. Se antes um produto comprado via internet levava duas semanas para chegar, hoje o tempo médio é de dois a três dias”, complementou. 

De acordo com Ulysses, o mundo pede redução de custos e burocracia, e a produzir mais com menos. Por outra via, o diretor avalia que há menos impulsividade na hora de comprar e que as pessoas não pretendem mais ter posse sobre as coisas e, sim, usá-las. Ao concluir, destacou que ação e planejamento devem andar juntos. 

“O futuro hoje é imprevisível e esse é o maior desafio de empresas e cooperativas. Porém, há quatro pontos que devem ser entendidos: qualquer negócio é também digital; a Lei da Simplicidade é implacável, então facilite a vida do cliente; o identifique e com isso reduza custos, trabalho e tempo, de ambas as partes. Crie relacionamento, a previsibilidade vai te ajudar a vender melhor e melhorar os processos de gestão. Então, comece a mudar, mude a mentalidade de seus negócios, reúna seus cooperados e converse. Por último, mas não menos importante, simplifique sempre”, concluiu.